Capítulo Dezessete

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Naquela madrugada de dezembro a temperatura parecia estar ainda mais fria que outros dias do ano, causando algumas catástrofes naturais em certos pontos de toda a Seul.

A quem morava nos morros altos e inclines sofria com os desabamentos e tempestades de neve, haviam estradas interditadas e avenidas úmidas e escorregadias, podendo ser cenário de algum acidente. No fim nem sempre a chegada da estação mais fria do ano era algo bom, podendo até mesmo ser odiada por muitos.

Do céu completamente branco caíam finos e delicados flocos de neve, cobrindo calçadas e entupindo algumas saídas de garagem, dando mais trabalho para os cidadãos coreanos que logo mais acordariam para irem trabalhar.

No interior do apartamento, sendo mais preciso no quarto do casal, as cortinas amarronzadas foram erguidas assim que a luz da manhã tocou a vidraçaria, deixando todo o quarto - que antes era um inteiro breu - recheado de claridade.

Jungkook se mexeu incomodado com aquela maldita luminosidade o acertando em cheio no rosto, precisou virar para o lado cobrindo-se dos pés a cabeça, não queria levantar agora.

Todavia o alarme o contradiz soando alto pelas paredes do cômodo, entrando de maneira inconveniente nos ouvidos sensíveis do Ômega antes adormecido.

Jimin ergueu o rosto e de primeiro o que enxergou foi nada menos que meros borrões, coçou um dos olhinhos inchados fazendo uma careta com aquele barulho todo. Preguiçoso, ele pôs as pernas para fora do edredom cinza escuro desligando o alarme e encarando o horário brilhar.

─ Seis horas...- murmurou. Acabou bocejando e levando os lumes para a janela aberta, vendo a paisagem branca e fria dos outros condomínios.

Sentiu seu corpo miúdo implorar que voltasse a se encolher nos panos quentinhos, mas antes que pudesse sequer refazer o trajeto o toque do celular quebrou o silêncio.

Ouviu Jungkook xingar, ele estava decidido a voltar a dormir de qualquer jeito e Jimin teve um impulso ao se erguer e arrastar-se até o cômodo do outro lado do quarto. Leu o nome de sua mãe na tela do ecrã.

─ Alô?

Filhote bom dia! Eu não sei que horas são aí...

─ São seis horas da manhã, mãe. - disse, pondo o corpo para fora do quarto, deixaria seu alfa em paz e livre de perturbações.

Oh meu Deus me desculpa! Eu te acordei?

─ Não, já estava acordado antes da senhora ligar. - E era verdade, se não fosse pelo despertador estaria dormindo como um anjo. ─ O que quer?

Dizer que o voo de vocês é para as dez, primeira classe.

Jimin escutou aquilo com atenção, já descia as escadas sendo protegido pelas meias pretas da friagem do chão. Virou a pequena curva encontrando a cozinha, e Rosé já de pé.

Arqueou uma sobrancelha, não sabia que a babá acordava tão cedo, achava que ela só se mantinha em pé quando Junhyun também estava, era uma novidade.

─ Você também fez as exigências que te falei? - perguntou, andando mais para dentro do setor. ─ Bom dia Rosé.

─ Oh bom dia senhor Park, acordado há essa hora?

Ele a olhou sorrindo mínimo, dividia sua concentração no que a mãe dizia e também em sua ajudante. A menina ficou curiosa.

Sim, aliás, porque essas exigências todas? Por acaso está grávido? - Haru supõe, rindo do absurdo que acabou de dizer. Mas diante do silêncio do filho ela exclama: ─ Park Jimin não me diga que vou ser avó de novo!

Family Issues • JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora