Capítulo 21

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Fechei a porta da casa que aparentemente estava vazia e desejava que ficasse assim já que não estava disposta a encontrar minha mãe ou Lucian, eu tinha um plano em mente e ele não era difícil, eu ia até meu quarto trocava de roupa e saia antes que...

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Fechei a porta da casa que aparentemente estava vazia e desejava que ficasse assim já que não estava disposta a encontrar minha mãe ou Lucian, eu tinha um plano em mente e ele não era difícil, eu ia até meu quarto trocava de roupa e saia antes que pudesse encontrar alguém. Eu estava fazendo isso, estava evitando eles dois pois não queria ouvir as ofensas e cobranças que definitivamente não era minha obrigação, subi as escadas cruzando o corredor entrando no meu quarto, mas parei na porta quando vi meu quarto revirado, as almofadas estavam no chão e as poucas coisas que tinha em minha escrivaninha estavam todas espalhadas, até mesmo meu perfume estava em cacos no chão, ousei dar um passo à frente, sentindo todo meu sangue parar de correr e minhas unhas cravaram nas palmas das minhas mãos.

Eu respirei fundo, duas ou três vezes seguidas para tentar amenizar todo o turbilhão que subia por minha garganta, o segundo passo afundou um dos cacos que estava no chão, olhei para o lado vendo a porta do meu guarda roupa velho jogada entre outras coisas que estavam definitivamente destruídas, eu não sabia o que fazer nem sequer consegui chorar, acho que meu cérebro ainda estava presa na felicidade que estava sentindo a alguns segundos atrás. Porém quando encarei o chão vendo o tapete rosa felpudo minha ficha havia caído.

Aquele tapete eu havia achado em um brechó, única coisa em bom estado devo admitir, a lágrima que ocasionou todas as outras desceu queimando meu rosto, eu sentia tudo em mim doer, e como se nada da noite passada tivesse acontecido eu fui puxada para a minha realidade, eu fiquei parada no centro, sem me mexer ou conseguir respirar, quando ouvi passos atrás de mim me virei vendo minha mãe parada a porta encarando o quarto sem esboçar nada, não, ela não havia feito isso, com certeza Luana não era tão fria a esse ponto mas olhando para seu rosto apático percebi ela não podia ter feito, mas com certeza não impediu que fizessem:

— Mãe, o que aconteceu? – Ousei perguntar, no fundo eu me apeguei a ideia de que os mesmos homens tivessem voltado e invadido a casa, mesmo que bem no fundo eu soubesse a verdade:

— Onde você estava? — Ela olhou mais uma fez e jurei ver um pequeno sorriso emergir em seus lábios: Por que está usando a mesma roupa?

— Isso importa agora? — Respondi olhando para ela, eu estava com meu quarto destruído, e a única coisa que ela soube perguntar era onde eu estava: Mãe, o que aconteceu?

— Não me diga que estava dando para algum macho — Aquilo me machucou, mas engoli a saliva e respirei fundo, Luana havia mudado, havia passado da mulher submissa e quase sempre conivente com as ofensas do marido para alguém que era amarga e preguiçosa, sabia que ela não ia trabalhar a alguns dias e percebi até que havia pego o hábito do marido de beber o dia e noite:

— Está me ofendendo — Sibilar encarando ela, que balançou os ombros em indiferença e deu um passo à frente:

— Ofendendo? Não diga que estou mentindo — Ela brilhou os olhos e puxou duas cartas de dentro da blusa de frio velha: Onde estava durante a noite, e não minta para mim que estava em Ielena pois ela passou a noite no bar, e Alexandru? Bom descobri recentemente que ele não trabalha mais no ateliê e que pela manhã o mesmo passa fechado, então me diga Daciana, onde você está?

Meu melhor inverno foi com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora