𝔫𝔦𝔫𝔢

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•------» 𝚜𝚒𝚔𝚒𝚣𝚞 «------•

— Está agradável — comentou, colocando o corpo todo debaixo da água desta vez, voltando para a superfície com os cabelos molhados caindo no rosto — Não quer entrar?

Minho sorriu tímido, imerso na imagem do alfa bonito que sorria de volta, mesmo estando molhado e semi nu debaixo d'água. Mas se atentou em tirar o casaco, depois a calça e decidindo ficar com a blusa e a box ainda no corpo esguio.

Já sentindo a brisa fresca, seu estômago contraiu e o conseguiu sentir detalhadamente as pontadas agudas no baixo ventre.

— É mesmo quente...? — franziu a testa enquanto suas mãos apertavam seu ventre, querendo que aquela dor parasse de vez, desejando ainda mais ter seu corpo anestesiado pelo calor do alfa.

— Comigo junto fica mais quente, querido — Hyunjin falou, estendendo a mão e ajudando o ômega a entrar calmamente nas águas escuras naquele fim de tarde.

Com o corpo até o pescoço imerso na água, Lee arfou alto, ficando completamente aterrorizado por não ter alcançado o fundo enquanto seus braços e pernas se apressaram em se agarrar por completo ao corpo do alfa.

— Me segura, me segura! — ele gritou com os braços envoltos no pescoço do outro que ria baixinho enquanto agarrava cada vez mais firme a cintura fina do ômega.

Os olhos arregalados deram lugar a bochechas ruborizadas ao se deparar com seu rosto a milímetros do rosto do Hwang. Aquele sorrisinho sapeca envolvia os lábios carnudos. Minho não sabia dizer o por quê, mas o frio incomparável cessou ao criar contato com a pele macia e os braços torneados do alfa.

— Me diga que não me quer agora, Lee... — Hwang acariciou a cintura de forma que sentiu seus dedos formigarem querendo ir para cantos além dos que se permitia explorar naquele momento.

— Eu não... — Minho não conseguiu terminar.

Tudo naquele alfa lhe dizia para jogar no ar as preliminares, dizer adeus aos bons modos e largar qualquer dúvida que lhe atormentava. Então calmamente ele fechou os olhos, se dando conta do quão doce era aquele cheiro de avelã, e do quanto parecia precisar sentir mais aquele odor por horas até que se intoxicasse por completo.

— Eu gosto do seu cheiro — ele deitou a cabeça no ombro do outro inspirando profundamente na glândula de odor, completamente e totalmente rendido ao cheiro calmante e os braços fortes de Hwang que o seguravam.

O mais velho sorriu, não contendo os dedos finos de apertar levemente a nuca do outro e massagear ali, acalmando todo o ser de Minho.

— É quentinho — o ômega gemeu baixinho, apertando mais as pernas ao redor do quadril do outro, como se estivessem se fundindo e o calor de ambos se misturasse com suas essências.

— Você gosta? — perguntou carinhoso, ouvindo a respiração no ouvido, o coração junto ao seu e as mãos de Minho brincarem com a água atrás de si.

Naquele ponto o sol não se fazia tão presente. Sua claridade era baixa. As árvores balançavam devagarinho com a brisa. Algumas folhas caíam enquanto outras se seguravam fielmente aos galhos.

O tempo parecia não correr mais, e todo o resto ao redor já deixava de existir.

— Você sabe que não quero te forçar a nada — Hyunjin começou, deixou seus dedos fazerem círculos nas costas do menino. Sua respiração estava lenta como um rio calmo, mas firme e acentuada como uma pegada na mata.

O Hwang soltou uma mão do corpo do Lee, se desafiando a segura-lo com apenas o braço esquerdo, confiando na capacidade do ômega de se segurar mais forte em seu corpo, apenas para usar os dedos longos para segurar o queixo macio do Lee, que agora estava molhado pelos dígitos do alfa.

— Mas eu também preciso de uma resposta, meu ômega — disse com os olhos baixos, encarando os lábios irregulares de Minho, mentalmente se lembrando do quanto gostava da visão.

— Diga novamente — suspirou, o hálito quente batendo com leveza no rosto do garoto em sua frente.

— Eu preciso de uma resposta — falou, sem entender o que exatamente deveria repetir.

— Não, alfa. Diga novamente.

Minho respirou fundo, engoliu em seco quando seu olhar chegou nos do Hwang, sentindo sua alma secar de tanto que aqueles olhos podiam ser profundos em sentimentos e emoções.

Hyunjin puxou o queixo do menor, consequentemente virando o rosto para poder deixar sua cavidade bucal a milímetros de distância do pescoço claro e do ouvido bem desenhado.

— Meu ômega... — falou baixinho, se deliciando no cheiro forte de laranjas que Minho sequer notou que havia soltado instintivamente, ansiando que com seu cheiro o Hwang cedesse tudo em si.

— Seu — ele falou também, fechando os olhos com profunda emoção que seu lobo sentia com aquela palavrinha.

O alfa beijou o lóbulo da orelha, passando pelo simples contato a confiança que sabia que o ômega precisava para aceitar o carinho.

— Antes de qualquer coisa — o Hwang falou entre suspiros, segurando qualquer afobação que seu corpo tivesse — Você quem dita limites, ômega.

Minho entendeu, e seu lobo derreteu com tamanha devoção. Jamais imaginaria tais palavras com tamanha afeição passarem por seu consciente de forma tão vívida e verdadeira.

— Obrigado — ele sorriu, apoiando as testas juntas.

Com tantos contatos, tantas palavras e inúmeras formas de se sentir cada detalhe, a conexão ali criada trazia um formigamento no estômago, um frio no baixo ventre. Mas não o frio que estava habituado a sentir. Era um frio excitante.

— Jinnie... — Minho gemeu, contraindo as pernas e tremendo da cintura pra cima de forma desesperada e sem graça.

O Hwang sorriu abertamente ao saber exatamente a sensação.

— Quer ir para casa? — perguntou acariciando os cabelos levemente compridos. Eram macios e cheirosos como o dono. E Hyunjin afastaria qualquer tesoura que chegasse perto de sequer um daqueles fios. Assim como usaria a tesoura para machucar quem encostasse nos mesmos.

— Por favor... — falou baixinho, escondendo o rosto no pescoço do mesmo enquanto sentia todo aquele aroma de avelã tomar seu ser.

O Hwang então afastou o corpo de si para colocá-lo na margem e ambos poderem se secar longe do rio. O quentinho aconchegante se estendeu por apenas poucos minutos que ficaram separados, mas Minho não iria reclamar. Ele já sentia as borboletas fazerem cócegas e estava feliz demais por aquilo.

Mesmo que o caminho de volta tivesse sido silencioso e cheio de mistérios em forma de palavras e frases jamais ditas, Hyunjin manteve uma de suas mãos envolvendo as mãos pequenas e frias de Minho. 

Mosquitos rodeavam a lâmpada acesa no quintal da casa, enquanto via-se ao longe um gatinho laranja miando da janela com uma redinha de proteção. Minho riu, percebendo que jamais havia ficado fora naquele horário, sabendo que Soonie, Doongie e Dori estavam loucas pelo pote de ração cheio, petiscos variados e carinhos na beira da cama.

— Eu preciso de palavras claras — Hyunjin pronunciou, segurando as duas mãos do ômega quando pararam em frente a casa coberta por calêndulas, enquanto as gatas miam do segundo andar.

— Eu quero você, Hwang Hyunjin — Minho falou, abraçando o alfa pela cintura.

Hwang arregalou os olhos e sorriu, apertando o menor em seu corpo.

— Mas preciso que respeite meu tempo — ele finalizou, afastando o corpo e olhando nos olhos castanhos, agora brilhantes como o sol fica durante a manhã.

— Eu tenho todo o tempo do mundo se esse é sua preocupação — ele não conteve o sorriso ao ver o menino entregue — Eu espero o quanto for preciso para ter você...

Tomates não são tão vermelhos quando o assunto vem a ser as bochechas gordas do querido Lee.

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𝐜𝐥𝐨𝐬𝐞 𝐞𝐧𝐨𝐮𝐠𝐡 ♥ 𝐡𝐲𝐮𝐧𝐡𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora