Mariana é uma jovem que tem sua vida virada de cabeça para baixo após pisar os pés no Complexo do Alemão. Verdades sobre sua família vão vim a tona é um amor proibido também.
📍Barra da Tijuca, Rio de Janeiro Quarta-feira (10:40 am)
Bia: Vamos amiga, vai dar em nada, tu vai ver. - Se jogou na cama e colocou a mão no queixo, me encarando.
Mari: Para de insistir, eu não vou. - Dei de ombro.
Bia: Colfoi, amiga? Tu nunca foi em minha casa depois que eu me mudei. - Falou em tom de chateação.
Eu fiquei olhando pra ela sem saber o que falar.
No fundo, ela tem razão. Mas é que lá não é seguro nem pra própria população que mora lá, quanto mais pra mim.
Já faz um pouco mais de três meses que Bia decidiu morar no complexo do alemão com o namorado dela, e olha que não tem nem seis meses de namoro, nenhum pouco emocionada.
Mari: Vocêsabe que não é tão fácil assim, Beatriz. - Sentei ao lado dela.
Bia: Eu te prometo que te trago de volta sem nenhum arranhão. - Fez cara de cachorro abandonado e eu revirei os olhos.
Mari: De tanto homem no mundo, por que o favelado? - Ironizei.
Bia: Ó o preconceito, dona Mari. - Me deu uma cotovelada.
Mari: Olha, minha mãe não pode saber, tá? - Me levantei da cama.
Eu só sentir o peso da Beatriz nas minhas costas, a filha da mãe é muito pesada.
Bia: Eu te amo, Mariana. - Beijou minha bochecha.
Mari: Me espera se arrumar, é rápido. - Entrei no banheiro pra tomar banho.
Beatriz é a minha melhor e única amiga, crescemos juntas.
Antes dela fazer os 18 anos, também frequentava o salão do reino, fazia o serviço de pregação e tudo mais.
Só depois da maior idade que veio a fase da rebeldia... queria sair para festas, fez novas amizades, aliás, amizades com más influências.
Eu e minha mãe cansamos de dar conselhos pra ela, mas você me ouvia? Nem ela.
E foi através dessas amizades que ela conheceu o tal do Lucas.
Quando eu soube que ele era envolvido com o tráfico, eu fui totalmente contra o namoro, mas fazer o quê se é desses que ela gosta?
Após Bia ter ido morar com o namorado, nós ficamos bem distante. Não por minha parte, eu sempre estive aqui, foi ela quem se afastou.
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Após meu belo banho, escovei o meu cabelo, fiz uma maquiagem bem básica e coloquei um vestido preto.
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Minha mãe odeia que eu vista esse vestido, segundo ela, ainda é muito decotado.
Fui até a cozinha para chamar Beatriz para irmos logo, antes que ficasse muito tarde.
Cheguei na cozinha e Bia estava conversando com mãe.
Mari: Vamos. - Falei interrompendo a conversa.
Bia: Vamos! - Se levantou da cadeira, animada.
Marcela: Para onde vocês vão? - Perguntou curiosa.
Bia: Ah, vamos na casa de uma colega nossa. - Correu para abraçar minha mãe.
Marcela: Que colega? - Perguntou desconfiada.
Bia: Tia, relaxa, eu cuido da Mari. - Piscou pra mim.
Eu só rir sem graça, dei um beijo na minha mãe e saímos.
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