capítulo 4

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L7 👺

📍Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
Sábado (15:24 pm)

Tinha ido resolver umas paradas com o Lobo na casa dele, e como eu tava com o moleque, ele não parava de pedir para ir à praia.

Jotappê: Vamo, pai. - Choramingou.

L7: Moleque chato da porra, vamo, mas não vou demorar muito. - Bati de leve na cabeça dele.

Jotappê: Aê!!! Te amo, pai! - Pulou em cima de mim.

Namoral mermo, não tem coisa melhor do que ouvir isso, tá ligado? Só quem é pai vai entender.

L7: Dê tchau pra Majú e pro Lobo pá nós ir.

Jotappê: Tchau tio, tchau tia. - Correu pra abraçar eles e fomos embora.

Meu coroa sempre deu o melhor por nós, nunca nos deixou faltar nada, até o dia em que minha irmã mais velha fez a pior merda da sua vida.

Quando o meu pai casou com minha mãe, ela já tinha uma filha, a Luana. Meu pai criou com o maior amor do mundo, criou como fosse filha de sangue.

Minha mãe sempre evitou que eu e o LD entrasse no mundo do crime, mesmo que o meu pai insistisse em querer me preparar para que eu o substituísse como o chefe do morro.

Mas quando eu ainda era moleque, eu vi meu pai trocando tiro com quadrilha rival, isso, porquê a Luana teve a brilhante ideia de se envolver com um cara de outra quadrilha.

No início, os caras queriam a cabeça dos dois, mas o arrombado meteu o pé, foi pro exterior, então eles queriam pegar a Luana de todo o jeito.

O meu pai fez de tudo pra proteger minha irmã, fez coisa que muitos pais por aí não faz.

Mas a única maneira foi mandar ela pra outro estado, não tinha outra solução.

Após ela ir para o Rio Grande do Sul, perdemos todo o contato que pudéssemos ter, para que ninguém pudesse rastrear- lá.

Depois de tudo isso, pai começou a pegar no nosso pé. Queria nos preparar para entrar literalmente no mundo do crime.

No começo eu achava massa pra caralho. Mulher, muito dinheiro, poder... até crescer o suficiente pra ver a realidade desse mundo.

Meu pai quis me mostrar sempre o lado bom do crime, pra não me fazer desistir. Foi isso que me fez fechar os olhos para as merdas que somos obrigados a fazer.

Quando eu matei uma pessoa pela primeira vez, minha mãe ficou mais de um mês sem falar comigo.

Naquele momento eu não sabia o por que dela ter agido daquela forma, hoje eu entendo mais doque nunca.

Independente dos mundos diferentes entre meu pai e da minha mãe, mesmo com ideologias, princípios diferentes, eles sempre lutaram um pelo o outro. É certo que meu pai já deu umas vaciladas com ela, mas ele nunca amou ninguém como amou minha mãe.

Eles provaram para o mundo que o amor proibido não existe, ninguém é proibido de amar. Amor é uma escolha e só você tem o poder de escolher se quer desistir ou vai querer lutar.

Mas, como vivendo na vida real e não em um filme de romance, minha mãe foi assassinada pelo o ex braço direito do meu pai.

Isso, porquê ele tinha descoberto que a mulher dele já teve um caso com o meu pai.

O coroa passou o resto de sua vida caçando esse filho da puta para matá-lo, infelizmente ele morreu e não pôde fazer vingança, mas eu estou aqui e não vou morrer antes de matar esse pau no cú.

🍂

Chegando na praia paguei uma água de coco pro João Paulo e depois fiquei observando ele de longe tomando banho, enquanto eu tava sentado observando.

Até tomei banho com ele, mas o moleque parece um peixe, quer sair da água não.

Estava entretido vendo ele brincar, quando de repente, sinto uma pancada na minha cabeça e apago.

🍂

Acordo e vejo que estou em um galpão, algemado, com um policial me olhando.

XXX: Gostou do passeio, vagabundo? - Pergunta com ironia.

L7: Cadê o meu filho, seu filho da puta? - Ele me chuta.

Se esses arrombados tiverem tocado a mão no meu filho, eles são um homem morto.

Eu já estava muito machucado, esses pau no cú tiraram muito bom proveito enquanto eu estava desacordado.

L7: Eu acho melhor vocês me soltarem, antes que eu mate a família de todo mundo que tá envolvido nessa porra. - Falei cheio de ódio.

XXX: A negociação é o seguinte, três milhões e nós te soltamo. - Cruza os braços.

L7: Tá de palhaçada com a minha cara, pau no cú? - Falei estressado.

XXX: Quatro milhões. - Sorriu.

L7: Quem me entregou?

XXX: Um milhão e eu digo. - Sorrir com ironia.

L7: Meio milhão.

Se eu pegar esse desgraçado, eu mato.

XXX: Uma tal de Amanda. Aê, L7, tá todo mundo querendo sua cabeça irmão, acho melhor tu colaborar ou não vai ficar bom pá tu, entendeu?

L7: Me solta e amanhã tu vai ter os cinco milhões na sua mão, tu tem a minha palavra.

Sinto outra pancada muito forte na minha cabeça, logo após, eu apago.

Acordei em uma rua, perto da praia, menos movimentada.

Minha cabeça estava sangrando, meu corpo tava cheio de hematomas e tava vendo tudo embaçado.

Caminhei um pouco, até chegar no condomínio onde o Lobo mora, quando chego lá, tento me sustentar na parede, estava sentindo muito dor, não suportava mais ficar em pé.

Ouço o Jotappê chamar por mim, mas apago no mesmo instante.

AMOR PROIBIDO - O encontro.Onde histórias criam vida. Descubra agora