Capítulo 12

354 39 23
                                    

Itachi

Existe algo que eu possa fazer para que me odeie menos?

Odiei como essa pergunta não teve resposta.

O silêncio trás muita respostas.

Me concentrar no trabalho era uma tarefa impossível, visto que eu estava brincando com a caneta.

Olha lá — Kakashi apontou com o queixo para a moça que vinha vindo em direção à sala da documentação.

Maki usava uma regata, mas com uma jaqueta de couro preta por cima, calça jeans e coturno.

O modo como andava — devagar e com passos curtos — entregava como ainda não tinha se recuperado.

— Ela tá sem aliança — Obito disse e imediatamente meus olhos percorreram seus dedos em busca do ouro, de fato, a aliança não estava ali.

— É a sua chance, Itachi.

Me levantei e deixei minha mesa, não porque disseram ou porque eu queria me aproveitar, nada disso.

Os olhos azuis de Maki se fixaram em mim, antes mesmo de eu dizer algo. Ela parou no meio do corredor, segurando uma caixa grande que tinha em mãos.

— Maki?

Sorriu minimamente, meio tímida.

— Não deveria estar pegando peso — peguei a caixa de suas mãos — deixe que eu levo pra você.

— Obrigada — suspirou, aliviada, pôs a mão sobre as costelas — que dor...

Resmungou, com careta.

— Só vim entregar essa papelada acumulada, antes que me xingue dizendo que eu não deveria estar aqui.

Acompanhei-a até a sala da documentação e deixei a caixa em cima da mesa.

Saí no corredor e apontei para a sala ao lado, enfermaria.

— Não preciso disso...

— Deixe-me ver... por favor.

Ela suspirou, me acompanhou até a enfermaria, sentou na maca enquanto eu fechava a porta, tirou a jaqueta.

— Posso ver?

Ela desviou o olhar, meio incomodada.

— Confia em mim? — perguntei.

Ela concordou com a cabeça.

— Só não quero que veja... está feio...

— Está machucado, não feio.

— Feche os olhos — pediu.

Fechei. Ela suspirou e se rendeu, tirando a regata.

— Pode abrir.

Abri os olhos e meu coração disparou, a primeira coisa que fiz foi passar a chave na porta, trancando-a.

— Não consigo usar sutiã — resmungou, envergonhada, cobrindo os seios com as mãos.

Pisquei algumas vezes, meio sem jeito, engoli seco, passei as mãos sobre o cabelo.

— Está sem curativos?

Analisei todo o seu ferimento, o corte que ainda não está cicatrizado, os pontos da cirurgia, os hematomas escuros.

— Não consigo fazer sozinha...

Admito que era nesse ponto que eu queria chegar, para que eu pudesse questionar de forma discreta.

Querido Ex  >> Itachi UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora