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Uma hora e quinze minutos, é o que Flavia pensa suspirando de maneira exagerada, faz exatamente uma hora e quinze minutos que Artémis chegou em casa e não dirigiu uma palavra se quer a mãe, desde que a mesma subiu para seu quarto não retornaste para o andar de baixo, onde sua mãe a esperava com uma garrafa de vinho branco que já se encontrava pelo fim e agora com o jantar quase totalmente frio. Flavia pensou em ir atrás de sua filha só que resolveu, por fim, se sentar e apreciar o vinho que tanto adorava, a mesma sabia que seu marido não voltaria tão cedo para casa, pois o mesmo foi procura-la e permitiu que retornasse para sua casa enquanto o mesmo precisava ir ao México resolver uns assuntos para seu chefe, tais assuntos que a mesma preferiu não perguntar quais são pois tinha tremenda noção com quem era casada.
Artémis, no andar de cima, agora de banho tomado, estava jogada em sua cama com os fones de ouvido tocando uma de suas musicas preferidas -- Haven- novo amor--, a mesma estava tão embriagada em sua musica que nem viu o tempo passar, a mesma tinha noção de que precisava descer para jantar e encarar sua mãe, ela precisava tentar pelo menos colocar um ponto final daquela maldita bagunça e violenta vida que estava tendo. Com uma lentidão a mesma se levanta da cama deixando de lado seu celular com os fones, abre a porta e desce para o andar de baixo, antes de pisar no ultimo degrau da escada a mesma puxa uma rajada de ar esperando que aquilo lhe desce toda a paciência e força que precisava para conversar com a mulher que lhe deu a vida.
Já na cozinha Artémis observa sua mãe que agora está de costas para a porta da cozinha, a mulher parece indifente com tudo que esta acontecendo ao seu redor, até que mesma resolve se levantar e se virar, a mesma se assusta com a presença de sua filha logo atrás dela já que ela não notará a chegada da mais jovem.
Flavia: "Estava indo te chamar, já viu a hora aliás? eu tenho mais o que fazer do que esperar sua vontade de descer para vir jantar" - A mesma esbraveja para sua filha, que agora suspira e arruma seu cardigã e vai se sentar na outra ponta da mesinha de 4 lugares que tinha no meio da cozinha.
Artémis: "Pelo que eu me recorde em nenhum momento pedi para que a senhora me esperasse para jantar, aliás a senhora nunca me esperou para jantar, todas as noites eu como sozinha no meu quarto estudando, mais não tem como a senhora saber ou se lembrar já que nem em casa a senhora pisa mais, né mamãe." - Flavia se supreende com o tom de voz de sua filha, a mais velha agora observa melhor a garota e nota algumas das marcas presentes em sua filha que agora já estão em um roxo claro quase amarelado.
Flavia: "Eu não te devo explicações sobre a minha vida, estava de plantão você sabe o quanto eu trabalho duro para nos sustentar, que merda de marcas é essa em você? eu já não mandei você se afastar de seus colegas ou parceiros seja lá que merda você anda fazendo? bem que Jacob me avisou que você tinha voltado a conviver com certos amigos viciados, sem falar que agora está metida com a polícia? que tipo de pessoa você está se tornando?" - A mulher mais velha, agora sentada na mesa fala, a todo momento aumentando mais ainda o tom de sua voz.
Artémis: "Qual é? Claro que ele iria novamente inventar essas merdas de amigos viciados que me agridem, antes fosse isso, eu estou cansada de toda essa merda, todas as marcas que eu tenho ou que algum dia eu já tive foram causadas pelo Jacob mamãe, sempre que ele está frustado com alguma coisa ele desconta em mim".- Já nesse momento Flavia estava com os olhos cheios de lágrimas e começa a negar tudo que sua filha a fala.- "Sempre foi ele que fez isso comigo, e a senhora sabia disso, mais decidiu ignorar e aceitar a desculpa esfarrapada de seu maridinho de merda , decidiu aceitar que sua filha que naquela época só tinha oito anos estava com amizades ruins que se aproveitavam dela e que batiam nela, preferiu aceitar essa mentira de merda do que aceitar que seu maridinho gosta de menininhas mais novas que ele né mamãe?"
Flavia: "De novo essas acusações sem pé e nem cabeça Artémis? Você já é uma menina crescida e sabe que não pode inventar tamanha acusações só porque Jacob não te da a atenção que você quer, Jacob esteve aqui por nos quando seu pai morreu, ele nos acolheu, deu amor e atenção de um pai que você precisava, e depois de tudo isso, de tudo que ele fez por nós você continua o acusando de abusar e de agredir você?" - A mesma ri secando suas lágrimas.- "Você é tão ingrata, deveria beijar os pés de Jacob se ele te pedisse, pois sem ele tenho certeza que estariamos mortas hoje em dia."
Artémis: " Antes tivéssemos morrido então, em que momento você se tornou essa pessoa cega? Olha o que seu marido fez em mim." - A garota agora com lagrimas e raiva em seus olhos se levanta da mesa e berra para sua mãe, ergendo o casaco que a mesma usava, sua mãe vira o olhar e encara o chão.- "Olha.... ta vendo? você se lembra da primeira vez que ele fez isso comigo e eu te contei se lembra de me dar banho e de me fazer pedir perdão a Deus por ter pouca idade e tentar seduziir seu marido? por aquele motivo tinha tanto sangue né mamãe?" - Flavia se levanta rapidamente e vai ate Artemis fazendo ela ficar encurralada na parede.
Flavia: "Já chega, não vou permitir que fale assim do meu marido, ele nunca encostou um dedo em você, não o acuse por suas frustrações, suba para o seu quarto e de graças a Deus por Jacob não estar aqui ouvindo você dizer essas coisas sobre ele."
Artémis: "Quer saber de uma coisa? semana que vem mesmo vou me mudar, nessa casa não piso mais, so não vou embora hoje por que não tenho dinheiro, mais pode ter certeza que segunda-feira mesmo eu irei embora daqui, você não ira me ver nunca mais se depender de nim." - Artemis esbraveja.
Flavia: "Sabe que não pode ir, mesmo que tentar ir embora, Jacob vai te buscar, ele quer me ver feliz, e ele sabe que pra mim ser feliz preciso ter minha menininha em casa cuidado do meu marido enquanto eu trabalho".- A mulher fala se aproximando de sua filha agora totalmente mais calma.
Artémis não diz nada, apenas fica olhando para a mulher a sua frente e se perguntando em que momento sua mãe se tornou aquele tipo de pessoa, ela precisava sair dessa casa, já que agora ela tinha total certeza que nada prendia sua mãe de fazer o mesmo que ela, a diferença é que a mesma queria ir enquanto a outra não.
Naquela mesma noite Artemis pegou no sono tentando bolar um plano de sair da situação que ela se encontrava, sua mente sempre a levava para a delegacia que mesma esteve a três dias atrás.
RB.
1238 palavas.

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Chicago P.D
AçãoÁrtemis Brooklin, uma adolescente de 16 anos que acaba de se meter em uma confusão na escola de riquinhos a onde ela estuda, consequentemente ela acaba indo parar na delegacia do distrito 21° de Chicago. Ela acaba sendo bem útil para uma das investi...