▔▔▔▔▔▔▔▔▔▔▔ ◟◜ atenção ◝◞ contém sexo explícito, linguagem imprópria, drogas lícitas. sexo sem proteção pode levar a gravidez e contração de doenças; sexo em local público configura atentado ao pudor e é crime. cuidem-se.
▔▔▔▔▔▔▔▔▔▔▔ pessoas que lêem mangá, por favor sem spoilers ⡜⡑✧ boa leitura ⡓⡜✧ ▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃
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Kokichi é mais racional e metódico do que a média das pessoas, e eu percebi isso desde o nosso primeiro encontro, quando ele calculou de cabeça a conta do restaurante e me disse que o protocolo para aquele valor de cardápio seria me cobrar em xerecard – uma piada merda que nenhum cara com noção faria no primeiro encontro com uma garota, mas que só foi possível graças à intimidade que já tínhamos antes de resolvermos começar a nos envolver romanticamente. Pois antes de amantes, Kokichi e eu fomos amigos.
Apesar da piada, nós não fizemos sexo naquele dia – nós nunca transamos um com o outro nesses cinco meses de encontros experimentais, e a demora está me matando da mesma maneira como brasas roem vagarosamente um tronco de madeira. Os beijos quentes nos locais públicos acabam por só me deixarem passando vontade quando Kokichi me deixa em casa no fim da noite, e eu preciso me desmanchar sozinha sob os lençóis antes de dormir.
Só que Mekamaru – seu apelido que vez ou outra me escorre pelos lábios quando me toco sozinha –, além de metódico, é também muito paciente, paciente o suficiente para não permitir que a pressa seja inimiga da perfeição. Ele difere muito de mim nesse aspecto: eu não estou nem aí para a perfeição das circunstâncias da nossa primeira transa, eu simplesmente só quero que ela aconteça.
Mas ele gosta de ter controle do máximo de coisas que puder também, e é por isso que tenho quase certeza que os seus dedos agora percorrendo a face interna de minhas coxas por baixo do vestido já faziam parte dessa noite antes mesmo de eu pensar em qual roupa usaria para sair.
Kokichi mede cada passo que dá feito um jogo de xadrez, então meu corpo e as diversas reações que ele pode ter não passam de um tabuleiro onde ele percorre os dígitos, brincando de ação e reação. Só que hoje essa reação chega em seu ponto máximo, de maneira que nem Mekamaru vai ser capaz de controlar o fogo de estimação que criou em mim. O que eu tenho agora não é mais fogo de lareira aconchegante, é um alastrante incêndio florestal que queima dia e noite sem que se impeça.
E para entender esse seu passatempo de brincar com a forma como meu corpo responde a ele, faz-se necessário entender como viemos parar aqui e agora, escondidos de nossos amigos no Volcano Rooftop.
