▔▔▔▔▔▔▔▔▔▔▔ ⡜⡑✧ boa leitura ⡓⡜✧ quem lê mangá, por favor sem spoilers explícitos ▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃
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[16.228 palavras]
Hartford, Connecticut.
O ar aquecido por calefação se regela de susto com o uivo frio que sopra para dentro do bar quando mais um freguês da sexta à noite abre a porta que dá para a rua. O pé-direito de três metros pode ser uma desvantagem no inverno, quando sua boca alta se abre para receber as pessoas – e o ar gelado de Hartford em novembro.
Meu negroni está no seu terço final e o alaranjado forte do drink já se desfez num vermelho aguado com o gelo derretido, a deixa para eu virar o que resta e pedir um táxi, já são 22:00 e amanhã é um dia importante. Embora a gigantesca porta de vidro do 1975's já tenha se fechado para receber quem quer que seja, eu continuo sentindo o frio entrando como se estivesse bebendo meu drink dentro de um iglu.
É o corpo de S/n acomodando-se a três banquetas de distância de mim, ensopada pela chuva e os cabelos molhados emoldurando um rosto pintado por maquiagem borrada. Ela está em frangalhos, uma aura catastrófica emanando do seu corpo na maneira como ela se despe rispidamente do sobretudo cinza. Ela larga sem cuidado a bolsa úmida sobre o balcão de carvalho, puxando os cabelos molhados para trás e expirando com força ao que observa as imponentes prateleiras do bar. É como se pensasse em algum grande problema que tem para resolver.
– Tequila – ela anuncia ao barman sem qualquer resquício de hesitação. – E pode ser um Rosemery Spell também. – não posso deixar de notar o som de sua língua querendo enrolar enquanto fala.
Ela deu entrada no bar já estando embriagada?!
– Tem certeza? – me intrometo, atraindo o seu olhar. – Amanhã terá o suficiente de álcool por um fim de semana inteiro, S/n.
S/n desvia o olhar e curva a boca num riso cansado.
– Está me dizendo que vão servir tequila? Em uma festa de empresa? – pergunta enfaticamente.
Noto que o barman está oscilante do outro lado do bar, munido da garrafa de tequila ao que ouve nossa conversa.
– Não sei tequila, mas sei de um segredo sobre o welcome drink que talvez possa compartilhar com você.
A essa altura, meu corpo está voltando na sua direção. S/n fica a me olhar por alguns segundos, e então acena para o barman.
– Com limão, por favor. – ela pede ao barman como se eu não tivesse acabado de sugerir educadamente que não encha a cara. – Acho que já tive o bastante de segredos nesse ano, Choso. Vou deixar passar esse do welcome drink.