Como Treinar O Seu Coração - Minsung.

Capítulo 18 _ Escolhas Difíceis.

Há vários meses atrás... <<<

Minho fora assistir a chegada dos novos refugiados de Berk.

— Chegamos lá e já não podíamos fazer mais nada. Tinham devastado tudo — Taeyong comentava com Namjoon um pouco mais distante do navio. — Não aguentaram nem dois dias de luta, foram pegos muito desprevenidos. Somente três crianças sobreviveram. Foram muito bem escondidas.

— Que lástima!

— Sim, e pior... são assassinos em série. Massacraram outras duas aldeias vizinhas, e outra vez somente crianças sobreviveram.

— Quantas ao todo? — perguntou assim que avistou seis saírem da parte interior do navio.

— Somente estas — respondeu com pesar.

— Somente estas???

Todos desembarcavam frágeis e receosos, ainda com as vestes imundas e rasgadas. Certamente foram batalhas bem violentas.

— Sim... somente estas... E o jovem Kang, foi o único da tribo inteira — olhou para um garoto parado ao meio do convés, parecendo relutante em deixar o navio. — Yeosang acredito ser seu nome. Não consigo nem imaginar como se sente.

Observando os jovens que desciam a rampa, os olhos de Minho focaram em um específico. Um menino loiro descia cautelosamente a rampa agarrado a outro menino, aparentemente mais novo, e em uma das mãos segurando firmemente um machado. Ambos estavam cobertos por manchas de sangue dos pés à cabeça, só que diferente do mais novo, o loiro não parecia nada assustado, estava mais para desconfiado. Mantinha uma expressão séria e não hesitava em olhar os outros nos olhos, quase como se os desafiasse, ou talvez só deixando claro a mensagem: “Não se aproxime”.

— Quem será aquele? — seus olhinhos brilharam.

Horas mais tarde...

Camas improvisadas foram montadas no refeitório para abrigar os novos residentes naquela primeira noite em Berk. Contudo, a segunda já não seria tão desconfortável, pois ainda na manhã seguinte seriam acolhidos por algumas das famílias.

Como de costume, alguns foram entregar frutas e mais cobertas para que pudessem ter uma noite boa dentro do possível. E aproveitando isso, Minho inventou qualquer coisa só para poder ver o garoto mais uma vez.

Durante o dia, percebera que apesar de mal encarado, era bastante gentil com todos que lhe dirigiam a palavra, embora suas respostas fossem curtas e diretas, querendo evitar diálogos mais longos e, naturalmente, perguntas sobre o ocorrido.

— Acho que esses cobertores são quentes o suficiente — entrando no lugar; tentando localizar quem viera ver. — Onde ele está??

Cadê?? Só estou vendo o menino que ele andava pra cima e pra baixo. Será que são irmãos? Nossa, vai parecer estranho eu parado aqui. Melhor eu voltar a andar, vou falar com ele e tentar perguntar onde está o loirinho.

— Ah.. Oi! — cumprimentou cuidadoso.

— Oi... — respondeu baixo, tomando uma certa distância.

— E-eu trouxe mais algumas cobertas quentinhas — deixando próximo ao mesmo. — Sou Minho! Mas provavelmente vai ouvir me chamarem de Lee Know... Am.. tanto faz — percebendo o desconforto alheio. — Am.. e você? Posso saber como se chama?

— ... eu só posso falar se meu irmão deixar!

— Ah, certo! Entendo que estejam assustados e não conseguindo confiar em ninguém. Então, está tudo bem. É que eu sou filho do chefe, sabe? Não que seja obrigatório, mas é bom que eu venha, pergunte seus nomes, investigue se vocês precisam de alguma coisa...