45 - Capítulo

39 6 0
                                    

Um convidado na minha cama de hóspedes e um garoto na minha porta. Eu queria poder dizer para meu eu de 13 anos que tudo vai ficar bem!- Amy

Os dois últimos dias de viagem foram como terminar de viver o conto de fadas que foi toda essa viagem.  Visitamos a casa de Anne Frank e foi realmente um sonho! A casa onde ela e sua família se esconderam durante a ocupação nazista no Mexico, hoje é um museu que traz cada detalhe do Os Frank viveram ali. Poucas vezes na história da humanidade esperança, ternura e as incertezas da adolescência afloraram de forma tão tocante quanto nos diários de Anne Frank. Eu sempre fui completamente apaixonada pela história, li e reli o livro  está ali, vendo a realidade daquela história fez meus olhos brilharem. Murilo,iago, Bahia e meu tio que não é muito ligado em história mundial e literatura ficou mais encantado, também era a primeira vez que eles ia lá. Quando saímos do museu, animados e fascinados pelo que acabamos de ver, fomos almoçar no Het Terras e logo depois fomos visitar o Vondelpark. O lugar é perfeito para descansar de tanto caminhar e pedalar pelos pontos turísticos da cidade, foi como um break na viagem. Ficamos horas por lá, respirando ar puro, deitados nos gramados do parque, apenas relaxando e nos curtindo um pouco, conversamos, rimos, namoramos. Fiquei deitada em sua barriga e ele acariciando meu cabelo com real devoção. A forma como ele me olha.. Eu perco todos sentidos quando ele me olha. Esse lugar é maravilhoso, acho que é o lugar mais lindo que visitamos aqui, olha que a escolha é difícil. Além de lagos, jardins bem cuidados e chafarizes, boa parte da graça daqui é observar a diversidade de pessoas que o visitam: senhoras impecavelmente vestidas, famílias, barulhentos grupos de imigrantes, a tribo do paz e amor e a turma do esporte, que aproveita a área para corridas. Um pouco de tudo! Incluindo um casal apaixonado que não é mais casal mas tá tentando ser de novo, bem, vocês entenderam.

No penúltimo dia visitamos o Nemo, um edifício fascinante que abriga um dos maiores centros de ciência e tecnologia. No fim o passeio foi bacana.. (sai de casa achando que ia ser um tédio). É como uma viagem educativa para todas as idades de forma interativa, como experiências divertidas, jogos, tratando de assuntos como engenharia, genética, astronomia.. Essas coisas. Passamos no Freddy's Bar para almoçar e nossa missão de não repetir restaurante está sendo brilhantemente cumprida, mesmo sendo difícil, porque tem uns restaurantes aqui que são tãaaaaaaao maravilhoso que por mim comia neles a viagem toda, toda hora do dia. Eu de repente parei de beber álcool e é lógico que o Murilo percebeu, mas inventei uma desculpa qualquer e ele não esticou o assunto. No meio da tarde fomos ao Keukenhof. Um imenso parque botânico em Lisse, a cerca de uns 30km de Amsterdã, alugamos um carro e fomos. Iago disse que eu gostei tanto do Voldepark que ia ficar mais deslumbrada ainda com o Keukenhof e ele tinha toda razão apenas para variar um pouquinho. Aqui são dezenas de milhares de flores, distribuídas em bem cuidados jardins, são exóticas tulipas que orginalmente pertenciam a Turquia e hoje é símbolo na Holanda. Murilo comprou um bulbo de flor para mim e eu nunca vi flores TÃO caras em toda minha vida.

Acordo no dia seguinte no pé da cama com Murilo, abraçados, não sei onde foram parar os travesseiro e a fronha que cobria a cama está quase toda fora do colchão. Levanto a cabeça, olhando o estado do quarto.. Roupas espalhadas por todo o canto! É.. Saldo positivo da viagem. Sorrio. Ele dorme e respira pesado, deve estar bem cansado! Nosso vôo de volta para o Brasil só sai às 16h.. Enquanto isso, descido aproveitar um pouco essa viagem, sozinha.

Me levanto, colo o travesseiro na cabeça de Murilo e o cubro para ele dormir um pouco melhor. Tomo um bom banho, visto um vestido longo azul e rasteirinhas, coloco óculos de sol, ajeito os cabelos e deixo um bilhete para ele avisando que voltava logo. Caminho um pouco pela cidade e chego até Begijnhof, no meio do barulho do centro da cidade, bem no centro mesmo, achei uma calma pracinha, na verdade parece um pátio medieval. É todo rodeado de casas, históricas, uma igreja e um capela, parece que estou de volta a um século antigo.. Aqui ainda vejo casas de madeiras, já quase extintas da cidade. Fico caminhando por toda a praça, observando, respirando fundo e pensando no que eu vou fazer da minha vida agora.. O sonho acabou e a realidade me chama.

O que eu tenho de concreto na minha cabeça é o seguinte: Eu preciso dar um jeito em tudo isso. Hora de lidar com essa situação como adulta que eu deveria ter sido desde o começo. Sabe o que é engraçado? Todos esses anos, tudo que aconteceu comigo e com Murilo na vida.. Eu sempre fico sem saber como agir. Parece que sempre que o assunto é ele, ou nós dois eu sou uma adolescente que não sabe o que esperar da vida, como uma página em branco. E foi como uma menina que eu agi todo esse tempo. Tudo bem que
que meu ex é alguém especial e de todo, me fez bem esse tempo, mas não posso mais comenter erros atrás de erros, ainda mais quando tenho um filho no meio dessa história toda. como explicar ao Léo que estamos juntos , mas não moramos juntos se é difícil entender pra gente que somos adultos imagina ele que é uma criança bebe. Eu o amo Murilo, cada célula minha ama ele e não há nada nesse mundo que possa me separar dele.. Nem os anos que ficamos separados, nem os problemas, nem outros namorados e nem essa crise.. Eu só queria entender por que não damos um passo mais , ele não confia em mim, por que ele não me diz o que tá acontecendo com ele.. Eu quero ajuda-lo! Me frusta essa falta de informações, essa sensação de saber que tem uma peça do quebra cabeça que eu não tenho, que não sei tudo da vida da pessoa que eu mais amo nesse mundo.. Hora de colocar as coisas no lugar..  Bato uma foto do lugar e posto no Instagram

Com Amor, MaríliaOnde histórias criam vida. Descubra agora