Soraya Thronicke<<<
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°Sei que posso estar parecendo uma idiota, mas fiquei sentida ao ver aquela camisinha no banheiro da Simone naquele dia, então percebi que ela não poderia estar sozinha como eu estou, ela devia estar ficando com alguém, não seguiu sua vida sozinha como eu segui a minha.
Mas não posso reclamar, afinal, estamos separadas há dois anos, ela tem direito de ficar com quem ela quiser, não posso e nem tenho esse direito de ficar com raiva, a vida é dela, e escolhe o que quer fazer, mas eu ainda acreditava que ela pudesse estar sozinha.
Acreditava porque, ela sempre estava falando do seu amor pra mim, dizia e ainda diz que me quer de volta, mas ela tem suas necessidades, assim como eu tenho, só que diferente dela, levei isso numa boa, nunca fiquei com nenhuma pessoa depois dela.
Pra falar a verdade, eu não sinto vontade de ficar com ninguém, a não ser que fosse ela, cheguei até a jurar pra mim mesma que só iria pra cama com uma pessoa, quando eu tivesse sentimentos por essa pessoa, e eu só tenho sentimentos por ela até hoje.
Talvez nada tenha mudado, eu sei que ela me magoou, me deixou ferida, mas antes, ela me amou como ninguém nunca me amou, me mostrou a beleza da vida, e me mostrou o que é ser amada de verdade, isso eu não posso esquecer, eu a amo, e irei amar pra sempre.
_E então, vamos lá?_ saí do meu transe.
_Oi? pra onde?_ perguntei.
_Oras, já esqueceu Soraya? no café que eu te convidei, já disse que eu pago_ falou de jeito brincalhão.
_Que horas? era agora?_ eu tava tão longe em pensamentos.
_Sim... vamos lá, é só um café, por enquanto_ brincou outra vez.
_Não podemos deixar pra outro dia?_ perguntei.
_Soraya, vamos, será apenas um café, depois posso te deixar em casa_ insistiu ele outra vez.
_Tá, tudo bem, vamos lá_ talvez assim ele me deixasse em paz depois.
Carlos era um colega de trabalho da outra escola em que trabalho pela tarde, é um bom amigo, mas sei que não é só isso que ele quer, eu vejo suas investidas quando estamos na sala dos professores, ele não perde oportunidade.
Apenas aceitei a ir tomar esse café com ele, por educação, ele já havia chamado outras vezes, e eu não quis, saímos da sala, indo até o estacionamento, abriu a porta do carro pra mim, entrei, e ele fez o mesmo.
_Quem sabe depois, podemos começar a tomar um cafezinho todas as tardes?_ me olhou, eu apenas sorri.
Mais uma semana de trabalho eu concluía nesse mês, hoje era sexta feira, teria o restante do dia, depois desse café, para descansar melhor, tô conseguindo aos poucos, não acumular mais muito trabalho.
_Chegamos, vamos lá_ olhei para o estabelecimento.
Outra vez, ele abriu a porta do carro pra mim, homens e suas manias de querer impressionar uma mulher que ele quer pegar, agradeci, e andamos até uma mesa, daquelas que ficam do lado de fora.
_Qual você vai querer?_ me perguntou.
_Hum... er, um cappuccino_ escolhi.
_Amigo, dois cappuccino, por favor_ falou para o rapaz que veio nos atender.
Juntei as mãos sobre a mesa, olhei para as pessoas que andavam por ali, até ele começar a puxar assunto.