Egoism - Stony e IronWinter

03

- Você não pode ir embora ainda, Tony!

- Desculpe? Acho que não escutei direito, não posso? Quem você pensa que é para dizer o que posso ou não fazer, Rogers? - O capitão deu um longo suspiro.

- Não foi o que eu quis dizer... mas... você ainda não se recuperou completamente, aqui tem médicos e-

- E o cara que matou meus pais e o homem que se dizia meu amigo e mentiu para mim. Médicos? Eu posso pagar o médico que quiser para me fazer um checkup.

- Tony, por favor... você está sendo irracional.

- Irracional?! - O gênio começou a andar de um lado para o outro. - Querer manter distância do homem que tentou me matar é ser irracional?!

- Você também tentou nos matar!

- E eu sou o irracional?! Você deveria estar querendo o mesmo!

- Mas não quero!

- Argh! Me deixa em paz, Rogers! Preciso avisar a Pepper. - Pepper, a cada vez que Tony pronunciava seu nome, Steve sentia vontade de se livrar dela. Ele não faria isso. - Ela deve estar preocupada, precis-

- Ela sabe que está aqui.

- O quê? - O gênio parou de andar e encarou a Steve.

- Eu pedi para T'challa entrar em contato com ela e avisei que estava aqui... de férias.

- De férias?! Como...! Eu só estou aqui porque estava em coma! Você não tinha esse direito, Rogers! Você!

- Ela disse que não quer mais te ver. Que se quiser uma amiga, tudo bem. Mas não tem mais interesse romântico. Ela esperava que você fosse vê-la, não entrar de férias.

- Você só pode estar brincando com minha cara... Você está mentindo, não é?! - Tony sentia como se seu coração estivesse sendo despedaçado.

- Não, não estou. - O gênio poderia voar no pescoço de Steve agora mesmo, mas... por que não o fazer?

Apressou o passo pronto para lhe dar um soco, Steve sequer se moveu, ficou parado esperando o soco, poderia ter desviado, mas não o fez. Apenas esperou o soco que o acertou em cheio. Seu corpo cambaleou um pouco para o lado. Pôde sentir o gosto de ferro em sua boca.

- Revide! - Pediu o gênio acertando outro soco.

- Não.

- Você é um imbecil! - O gênio começou a destribuir socos em sua face. Steve se sentiu como se tivesse voltado a ser jovem e os "valentões" o batiam sem dó. - Um idiota, covarde! Revide!

- Eu... não vou fazer isso.

- Porra! - O gênio acertou outro soco o derrubando. - Faz alguma coisa! Para de ser covarde, Rogers! Seu... seu... mentiroso! Traidor! Falso! Não vou parar até revidar! - Tony se sentou em cima de seu abdômen.

- Posso fazer isso... - começou com certa dificuldade. - o dia todo.

- Eu te odeio tanto! Por que não faz nada?! Me xinga, revida! - O gênio começava a ficar cansado, por que estava agindo de forma tão estúpida?!

- Eu disse... - outro soco - que poderia escutar horas de você me xingando se acordasse. - Tony sentiu todo seu corpo ficar mole, se deixou cair sobre o corpo do loiro, seus olhos encheram de lágrimas enquanto afundava o rosto em seu ombro.

Por que esse idoso agia de forma tão idiota? Como se o gelo tivesse congelado seu cérebro... não conseguia ver sentido em suas ações.

Steve queria muito abraçar ao gênio, mas não estava certo se era a melhor coisa a se fazer, optou por apenas deixá-lo chorar em seu ombro. Não sentia as lágrimas molhando sua roupa, talvez só estivesse escondendo os olhos marejados.

Depois de longos minutos, - minutos que para Steve poderiam ter durado mais, por estar sentido o toque de Tony - Tony levantou o corpo de cima de Steve se colocando de pé.

- Você é um idiota! - Disse lhe estendendo a mão para ajudá-lo a levantar.

- Eu sei... - Tony o puxou para a cama o fazendo sentar.

- Onde tem uma caixa de primeiros socorros? - Perguntou a Steve que apontou a um armário com coisas médicas básicas.

O gênio se direcionou a ele, escolhendo o que achou necessário.

- Como se supõe que eu saiba o que é isso?! - Perguntou a ninguém, enquanto tentava ler a bula. Estavam em Inglês, mas eram remédios que não conhecia.

Steve se levantou e foi em sua direção o ajudando a pegar alguns.

- Os médicos me disseram que se algum de nós precisasse, poderíamos usar esses. - Disse lhe entregando umas garrafas.

- Cala boca e senta lá. - Pegou os vidros e o seguiu.

Parou em frente ao loiro e começou a analisar os cortes, não estavam tão feios.

- Vai sobreviver. - Disse colocando um pouco do líquido na gaze para limpar as feridas. - Dói? - Perguntou ao pressionar no corte.

- Não muito.

- Que pena... Você sabe que poderia ter ficado pior, né?

- Valeu a pena.

- Não vai falar que pode fazer isso sozinho?

- Não. - ele revirou os olhos e pegou uma das bulas para ler, um sorriso malicioso surgiu em seu lábios. Sorriso que não passou desapercebido pelo loiro, mas resolveu deixar o gênio brincar até se cansar... poderia suportar tudo se Tony o perdoasse. - Hmh. - Gemeu ao sentir o líquido tocando em sua pele.

- Estava usando o errado, esse é o certo.

- Isso é álcool, Tony!

- Exatamente. - Olhando melhor, está meio ruinzinho, sim. Estragou o rosto perfeito do capitão, provavelmente vai demorar uns dias para melhorar. - Eu poderia ter estragado esse seu rosto perfeito, sabe?

- Valeria a pena... você está cuidando disso. - Não evitou revirar os olhos.

- Por que me deixou te bater tanto?

- Talvez se te deixasse extravazar toda sua raiva... fosse mais fácil me perdoar. - O gênio colocou um pouco de álcool em excesso e pressionou com força no maior corte, perto de sua boca. - Hmh... essa doeu.

- Que bom, ainda estou com raiva... e não te perdoei. - grudou uma espécie de bandeid no corte.

- Existe alguma chance de esquecer isso?

- Não. Vou me lembrar disso pelo resto da minha vida... - Parou em frente ao loiro no meio de suas pernas analisando seu rosto. Tão bonito que tinha vontade de continuar a socá-lo. - Terminei. - Concluiu ao perceber que estava com o olhar focado em sua boca... por causa do curativo que estava ao lado. Sim, o curativo. Deu uns passos para trás, para o loiro poder se levantar.

- Obrigado. - Não se moveu

- Não agradeça. - Disse se virando. - Sabe onde estão minhas roupas? - Perguntou ao perceber que estava com a roupa de paciente.

- Só percebeu agora? - Perguntou com um sorriso ladino. O gênio não respondeu. - Eu gosto do jeito que está.

- Sai daqui!

- Não precisa ficar com vergonha, não há nada aí que já não tenha visto de perto.

- O que quer dizer com isso? - Perguntou se virando com o cenho franzido.

- Nada.

- Vai embora!

- Tony...

- Sai daqui, Rogers! Quero ficar sozinho.