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Kazuya e Momoko me seguiram até minha casa apesar do meu apelo constante para ficar sozinha. Caminhei pelas ruas aos tropeços de tanto chorar, mais irritada que triste, a sorte é que a caminhada dura menos de quinze minutos, ou não tenho certeza do que seria capaz de fazer.

Ah, se eu tivesse uma forma de fazer Kosei pegar caro. Como quero fazê-lo se arrepender de ter nascido no mesmo mundo que eu.

Esfrego meu rosto antes de entrar em casa, inalando brevemente o aroma familiar seguro, e indo direto para o banheiro do primeiro andar dar um jeito em minha cara inchada. Os sentimentos parecem pulsar ardentes embaixo de minha pele, tanto que sinto frio ao tocar a água da torneira e lavar minhas bochechas.

Estou horrível.

Meus dedos tremem. O espelho oval reflete meu estado ridículo e deplorável: cabelo rosa desgrenhado, olhos inchados e rosados como minha íris, nariz vermelho de palhaço. Talvez eu seja de fato um palhaço, deveria tentar trabalhar em um circo.

Já que a vida gosta de me fazer de boba.

É tão humilhante estar assim por conta da babaquice de outra pessoa. Já devia estar preparada para uma atitude nesse estilo, mas é tão difícil ter real consciência de que algo ruim sempre pode acontecer com você. Parecem realidades tão distantes quando a desgraça recai sobre os outros...

O choro volta em uma pancada raivosa. Jogo a toalha de rosto na pia com toda força, me segurando para não chicotear o granito por puro chilique. Quero voltar na faculdade e usar uma cadeira, ou uma mesa, para bater em Kosei até vê-lo sangrar.

Ele realmente levantou a minha saia para todo mundo ver. Antes eu usava shorts por baixo para evitar esse tipo de situação, mas o maldito me proibiu de fazer isso ano passado, e eu obedeci. Só de imaginar os risinhos que vão me seguir pelos corredores, tenho vontade de sumir do mapa.

E se alguém tiver filmado?

Puxo a beirada de minha saia instintivamente, mais uma vez. O estrago já foi feito.

Seco meu rosto na toalha macia de algodão e me sento no chão ladrilhado. Kazuya bate algumas vezes na porta, mas digo novamente que preciso de espaço, e ele para depois de um tempo. Primeiro sinto sua presença ali, e a de Momoko, os dois escorados na madeira, exalando o aroma floral típico de Ômegas maduros, doce demais para minhas narinas ardidas. Depois de poucos segundos (provavelmente conferindo se estou viva e se continuarei viva pelas próximas horas), eles se afastam a passos lentos e ruidosos para que possa ouvi-los.

Agora ouço sussurros vindos da sala ao lado. Se minha irmã estiver em casa e eles contarem o que houve a ela, não vou ser capaz de impedir a guerra sangrenta que ela vai iniciar. Apesar de sua doçura e boa personalidade, Haruka infelizmente é uma Alfa e seus instintos gritam mais forte nesses casos, não seria a primeira vez.

Puppy Eyes, Okkotsu YutaOnde histórias criam vida. Descubra agora