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O cio acaba no domingo.

Acordo dolorida, envolta nos braços do Alfa adormecido cujo corpo está tão marcado quanto o meu. Passarinhos cantam do lado de fora e luz forte atravessa as cortinas fechadas, o quarto abafado me causa uma estranha claustrofobia, então corro para abrir as janelas e sou recepcionada pela manhã ensolarada de domingo. É o dia que menos gosto, sempre parece frio e sem graça, mas hoje, em especial, aderiu um ar brilhante e glorioso, de brisa fresca e gostosa.

Inspiro o cheiro da grama, do orvalho, do Sol. É esse aroma refrescante que me faz perceber o quanto meu quarto está fedendo. Meu deus. É difícil explicar o quão podre é o estado em que dois parceiros ficam após o cio; o cheiro de um quarto trancado por dias já não é muito agradável, unindo isso ao cheiro de suor e outras coisas...

Faço cara feia e vou tomar um banho. Esfrego meu corpo com força e muito sabão, lavo meus cabelos e escovo os dentes. Yuta ainda está dormindo quando saio do banheiro, então corro para o andar de baixo para pegar um rodo, pano e desinfetante.

Vou me livrar desse cheiro.

Passo um bom tempo trabalhando na arrumação de meu quarto, sempre muito cuidadosa para não fazer mais barulho que o necessário. Apesar dos músculos doloridos, sinto prazer em mexer meu corpo e fazer algo que não seja sexo, finalmente.

É bom estar de volta à normalidade.

Yuta acorda um tempo depois, grunhindo e se remexendo entre os montes de travesseiro e a coberta - esta que também irei lavar. Vagarosamente, ele abre os olhos azuis preguiçosos e pesados, analisando o quarto até pousar seu foco em mim.

-Bom dia, meu bem.

E ele sorri. Minhas bochechas esquentam, sinto calor e começo a suar, o dia não está tão fresco quando esperava. Sorrio de volta para disfarçar.

-O cio acabou.

-Estou vendo... - Ele se senta e coça os olhos. Seu corpo escultural está desnudo; a coberta cobre parte de suas pernas e as partes íntimas, mas a visão permanece tentadora demais para o meu gosto. - Está bem-disposta.

-O quarto não estava cheirando bem. - Evito tirar os olhos de seu rosto. - Tome um banho, vou colocar tudo isso pra lavar.

-A-ah, tá bem! Tá bem. - Ele se levanta e corre para o banheiro sem pestanejar.

Espio bem de leve antes de ele fechar a porta. Será que os arranhões estão doendo? As mordidas estão bem marcantes e isso me deixa satisfeita. A maioria delas ficará coberta pelas roupas, mas eu fiz um belo trabalho na parte alta de seu pescoço.

Rio sozinha de bochechas escaldantes. Pareço ter flores desabrochando em meu estômago, a sensação é gostosa e estimulante.

O que poderíamos fazer hoje?

Puppy Eyes, Okkotsu YutaOnde histórias criam vida. Descubra agora