Almas gêmeas existem, só são muito difíceis de encontrar.
Asuka vive em um mundo em que muitas coisas são determinadas pelo sangue. Dentre elas, a dominância e subordinação é o que atualmente molda a sociedade. Sendo uma Ômega, por natureza submissa...
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Yuta me buscou em casa para irmos juntos à faculdade. Foi uma surpresa vê-lo sentado em minha porta, rabiscando uma página de seu novo caderno freneticamente com uma péssima expressão carregada de frustração. Cheguei por trás, tocando seu cabelo iluminado e quente pelo contato da luz do Sol como se fosse a coisa mais natural a se fazer. Ele não se importou, parecia já reconhecer minha presença antes mesmo de tocá-lo, então, Yuta fechou seu caderno e disse que me acompanharia sempre a partir de hoje.
–Sua casa é perto? – Caminhamos lado a lado e de mãos dadas, detalhe que ele parece fazer bastante questão. – Sabe, pra você estar fazendo tudo isso...
Yuta murmura um "hmm" pensativo, seus dedos entrelaçam os meus antes dele sorrir radiante.
–Isso não é importante. Estou fazendo isso por querer, mesmo.
–Se começar a te atrapalhar, pode me falar.
E ele ri.
–Você se preocupa muito.
Chegamos à faculdade pouco antes das aulas começarem. Yuta e eu fizemos hora, caminhando bem lentamente para esgotarmos o tempo de espera e evitarmos ao máximo qualquer confronto inútil com Kosei. Afinal, não quero presenciar outra briga ou ver Okkotsu receber um novo hematoma em seu corpo já ferido por minha causa. A sala de aula está imersa na monotonia da manhã, o ar leve e refrescante envolvendo os estudantes em um torpor sonolento e cruel – eu adoraria estar na cama agora, me espreguiçando.
Kazuya e Momoko estudam nossos movimentos quando entramos e nos sentamos logo ao lado de ambos – Yuta se encolhe muito sutilmente ao cumprimentá-los com a cabeça. Evito olhar para os lados, não quero ver Kosei.
Na faculdade, os professores não ligam tanto se você está ou não prestando atenção nas aulas; como um jovem adulto, a responsabilidade recai totalmente em seus ombros, o que te dá uma sensação de liberdade bem maior para seguir seus estudos da sua maneira. Por isso, puxo o telefone e rolo as redes sociais em busca de qualquer coisa interessante o bastante para descer um véu ao meu entorno e me fazer esquecer que estou no mesmo ambiente que um abusador em potencial. Mal tirei meus materiais da mochila, esta que abraço em meu colo.
Momoko é a primeira a me mandar uma mensagem.
"Asuka, tá toda borococho, meu bem. O que foi? Esse menino tá de incomodando?" Momoko, 8:10
"Acho que é mais medo do Kosei. Ou não, não sei. Se ele estiver te incomodando, fala pra gente. Vamos dar um jeito, posso pedir ajuda da sua irmã." Kazuya, 8:10
"É desconfortável dividir espaço com o lixo do Kosei, ainda mais depois de tudo." Você, 8:11
"Só estou tentando me distrair. Eu e Yuta estamos bem, passamos um bom tempo juntos. Ele é fofo."