Nanami's pov
Três anos antes.
Estou digitando por várias horas consecutivas. Finalizar essas planilhas de controle financeiro e apresentá-las aos meus superiores são prioridades indiscutíveis.
O excesso de digitação faz com que as pontas de meus dedos ardam em chamas e os movimentos articulares das minhas mãos fiquem altamente limitados, quase falhos, por sinal.
Minhas costas doem demasiadamente, mesmo com o imenso esforço de manter a postura enquanto estou sentado sobre uma cadeira durante todo o dia. Sinto como se cada músculo presente em meu corpo estivesse absurdamente tensionado.
Enquanto meus olhos pesados pela privação de sono estão concentrados na tela do computador, meu instinto observa meticulosamente na diagonal em uma distância de aproximadamente 3 metros. Eu não consigo evitar observá-la.
Aquela mulher de aproximadamente 1,60 de altura, com o cabelo ondulado, num tamanho médio, e cor escura...
Ela e eu trabalhamos juntos há alguns meses e não posso negar o quão intrigado ela me deixa por alguns fatores específicos.
O primeiro: Ela é uma pessoa de coração extremamente gentil, com a personalidade agradável, uma inteligência acima da média e um senso de responsabilidade imenso. Entretanto, seus olhos parecem clamar desesperadamente por algo. Seu sorriso é adorável, porém não há felicidade evidente se observá-lo por uma perspectiva diferente.
O segundo: Sua postura aparenta ser a de uma mulher forte com o pávio brevemente curto, daquelas que jamais levariam desaforo ou petulâncias para casa. Contudo, há inconsistência nessa suposição.
Na sexta-feira da semana passada, ou melhor, como quase todas as outras sextas-feiras, um homem veio buscá-la na porta da empresa após o expediente. Ele é sempre rude, mas naquele dia me incomodou ainda mais.
Saímos juntos e fomos em direções opostas.
Ela mal aproximou-se do carro e ele já estava dando início a uma discussão. Ele segurou o braço dela com uma certa fúria e jogou-a brutalmente contra o carro dele. Eu não queria me envolver em algo que não me convém, mas naquele momento a única coisa que me impediu, foram os olhos dela me olhando de longe e implorando para que eu não deixasse a situação ainda pior.
— Senhor Nanami, vou pegar um cafézinho para aguentar até o fim do expediente, você gostaria de um também?
Desse dia, até ao presente, ela está cabisbaixa. Os burburinhos na empresa estão insuportáveis. Não é do feitio dela estar sempre calada.
— Senhor Nanami?
E o terceiro: Uma pequena maldição está sempre em cima de seu ombro direito. É tão pequena que acredito não ter problema deixá-la onde está, porém às vezes me questiono se essa pequenina realmente não está fazendo nenhum grande mal a ela.
— Nanami?
Droga. Eu estava tão concentrado em digitar e prestar atenção na mesa alheia que mal pude notar a aproximação dela.
— Desculpe senhorita, o que disse?
— Vou pegar um café, aceita um também?
— Sim, por gentileza.
— Sem açúcar, certo?
— Isso. Muito obrigado!
— Ei, talvez você devesse tirar uns 15 minutos de pausa. Você está digitando freneticamente por horas.
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PERFECT, JUST LIKE YOU- Nanami Kento.
FanfictionO que o imprevisível futuro e o incalculável destino reserva para uma mulher que sempre aceitou misérias da vida?