NÃO HÁ SALVAÇÃO.

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Her's pov

"Bom dia. Como você está? Acordou bem?"

"Recebi uma ligação e tive que sair bem cedo. O dia vai ser bem corrido."

"Queria ter tomado café da manhã com você, mas você estava dormindo tão profundamente que não consegui te acordar. Prometo compensar, tudo bem?"

Senti quando Nanami deu um selar sútil em minha testa antes de partir. Contudo, meu corpo estava tão exausto, por razões explícitas, que apenas abrir os meus olhos, seria como um imenso desafio. Gostaria de tê-lo apreciado por mais tempo.

É impressão, ou, hoje o dia está mais fascinante que o habitual?

Não posso evitar que sorrisos bobos manifestem-se involuntariamente por minha face. Sinto-me como uma adolescente que encontrou o seu primeiro amor. Esse que, posteriormente, abriu portas para fortes emoções e inúmeras descobertas. Esse qual arrancou suspiros e te fez sentir viva.

Bom, isso é o que sempre ouvi dizer. Não posso afirmar ter vivenciado algo assim antes. Afinal, as coisas sempre aconteceram numa velocidade incompreensível em minha vida. Daqui a alguns anos farei trinta e é como se eu fosse apenas uma menina que viveu muito, em simultâneo, que viveu nada.

Estar radiante assim não deveria sequer ser uma opção. Sei que houve hesitação da parte dele. Tal como a noite passada, aqueles toques ficaram marcados na pele em que habito. Aquele dos fios louros me deu uma canseira danada, mas cuidou de mim na mesma intensidade.

Se a perfeição tivesse uma forma, posso afirmar que essa teria 1,84 de altura, cabelos louros, olhos pequenos e uma gentileza que facilmente toca a alma de alguém que teve o coração dilacerado.

Queria poder deleitar-me desse sentimento à flor da pele um pouco mais. Entretanto, lamentavelmente, meu dia também será sobrecarregado. Não por missões, mas por burocracias de banco e afins. Estou evitando isso há semanas, mas receio que tenha chegado ao limite do descaso.

Levantei-me, tomei um banho demorado e lavei o meu cabelo. Esse que, aliás, estava repleto de nós. Dito isso, posso afirmar que estou apta para fazer o que deve ser feito. Sou uma adulta, não posso ser tão negligente com tais assuntos. Se bem que um dia a mais não faria diferença, não é?

O percurso foi extenso, mas cá estou eu. Entrei, sentei em um dos assentos e estou à espera das respostas concretas que preciso. Ao que parece, é mais complexo que o esperado.

Duas horas.

Passei duas horas e me encaminharam para outro lugar. Típico. Contudo, não tenho nada a fazer além de cumprir com o que me foi imposto. Mais antes, necessito passar em uma padaria para tomar café da manhã. Deveria ter feito isso em casa. Devo dar razão ao Sr. certinho quando ele fala que sou irresponsável com minha alimentação.

Avistei uma, a alguns metros de distância, e no exato instante, estou a caminho dela. Estou salivando para comer algo o mais doce possível para repor as energias.

O que é isso?

Alguém segurou o meu braço.

O toque me deu calafrios. Conheço essa mão, assim como essa presença opressora.

Senhor! É ele!

Não quero olhar, não quero ouvi-lo. Céus, estou imersa em arrependimento por não ter adiado mais um dia.

Eu reconheceria o seu corpo a metros de distância. Mesmo que se passassem décadas.

Aquele homem alto, com o corpo definido na medida certa, cabelos e sobrancelhas em tons altamente escuros e brinco na orelha esquerda. Sua expressão facial faz-se marcante, acredito que por conta das sobrancelhas escuras e bem definidas.

PERFECT, JUST LIKE YOU- Nanami Kento.Onde histórias criam vida. Descubra agora