Nanami's pov
Me permitir envolver sentimentalmente e, de forma tão depravada com uma mulher, é incontestavelmente uma experiência diferente. Há alguns anos, minha vida era baseada exclusivamente em trabalho, trabalho e mais trabalho. E cá estou eu, querendo mais dela.
Retirei sua 'lingerie' com pesar e ela prendeu seus cabelos ondulados num coque desajeitado antes de entrarmos juntos na banheira e sentarmos de frente um para o outro. Ou melhor, eu estou propriamente sentado, e ela, deitada, com o corpo submerso e os pés acariciando minhas coxas sugestivamente enquanto degusta um bom vinho. Eu a acompanho, tendo mais resistência ao álcool que ela. Muito mais. Suas bochechas estão tomadas pelo mais adorável tom avermelhado. É lindo!
— Nanamin?
— Hm?
— Sabia que mulheres também comentam e fazem várias suposições sobre homens?...— Pergunta, soltando um gargalho travesso e, instantaneamente, sinto meu corpo arrepiar com um mau pressentimento.
— Sim, eu sei disso...— Afirmo um tanto hesitante...— Por que tal questionamento? ...— Franzo o cenho em desaprovação e me preparo para o que há de vir.
— As meninas do escritório eram umas danadinhas...— Prende um riso que claramente arranha sua garganta...— Falavam sobre tudo e todos. Sem exceção...— Coloca uma ênfase no "sem exceção" e beberica mais um gole de vinho.
— Sobre mim?...— Indago, mesmo imaginando a resposta. Parando para pensar, eu ouvia muitas risadinhas tolas e um tanto aleatórias quando passava perto do grupinho imbatível.
— Você estava no topo dos assuntos...— Mordisca os lábios e minha mente divaga por instantes acompanhando a ação...— Fantasiavam sobre a cor, o tamanho, a grossura...se fazia chegar lá ou não. A aposta maior era que você era bem do "sexo baunilha".
Sinto meu sangue percorrer com mais velocidade. Nunca dei abertura alguma para isso. Dentre tantos assuntos inteligentes e edificantes...
Isso?
Sério mesmo?— Baunilha? Isso seria ruim?
— Não exatamente. Porém, seria algo limitado e muito "dentro da casinha". Sem muitas posições, brincadeiras, fetiches e coisas fora do convencional. Simples é a palavra que define.
— Resumindo, elas me fantasiavam como alguém antiquado...— Apesar de estar estranhamente irritado, não ligo, afinal, não tinha nenhuma pretensão com nenhuma delas...— Você comentava e fazia suposições também, senhorita?...— Rebato a questão, aguardando a resposta que mais me interessa nesse diálogo todo.
— Eu me mantia imparcial e preferia escutar as suposições...— Afirma...— Porém, às vezes era bem complicado olhar para você e os outros colegas de trabalho depois de ouvir tantas coisas...— Ela pousa a taça num canto qualquer e fica sobre seus joelhos, vindo vagarosamente em minha direção. Não tenho privações ao fitar os seios agora expostos e temo que nunca vou admirá-lo menos.
— Mas, e você? Tinha algum pensamento impuro quanto a mim?...— Se encaixa perfeitamente sobre meu colo e direciona ambas mãos à minha nuca.
— Não me permitia isso...— Nego, e envolvo sua cintura fina e desnuda com minhas mãos...— Chega a ser uma pergunta ofensiva dado ao apelido que me deu...— Dou-lhe um selar afetuoso em sua testa.
"Sr. loirinho certinho". Sendo sincero, quando ouvi isso, não soube como reagir, nem como repreender. E isso é fora do meu padrão, já que, se fosse qualquer outra pessoa, eu teria sido bem certeiro e ligeiramente rude.
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PERFECT, JUST LIKE YOU- Nanami Kento.
Hayran KurguO que o imprevisível futuro e o incalculável destino reserva para uma mulher que sempre aceitou misérias da vida?