Capítulo 7.2 - Acordando (dia 4)

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O número de cadeiras ao redor da mesa de jantar aumentou em uma. Esse nova é a do herói.

“Por favor, me diga se há algo mais que você precisa. Vou prepará-lo imediatamente para você.”

Salpiquei sal no sanduíche de presunto e ovo colocado em um prato. Há também um sanduíche de tomate, queijo e maionese na mesa, além de algumas jarras de suco de laranja, água e a salada de batata que fiz ontem.

Assim como fiz ontem, pedi o café da manhã pelo delivery.

Quando chamei o herói, que estava estudando a jarra de café com um olhar curioso, ele levantou e virou a cabeça em minha direção.

“Posso comer isso?”

Eu concordo. Claro que ele poderia.

Na verdade, esta não foi a primeira vez que tivemos uma conversa desse tipo. Quando saí do quarto para ir ao banheiro, o herói me seguiu sem hesitar um momento. Como eu precisaria explicar como funcionava a água aqui neste mundo, não o obstruí, matando dois coelhos com uma cajadada só. Só pela sua aparência não parecia que ele estava familiarizado com descargas de vasos sanitários ou encanamentos em geral.

Ele ficava perguntando se poderia usar cada item do banheiro naquele momento. Como se ele sentisse que precisava da minha permissão.

A propósito, o herói parecia compreender completamente a tradição e a cultura japonesas com apenas uma breve explicação. Como esperado de um herói.

“Você não precisa confirmar nada comigo. Tudo nesta casa e no campo lá fora pertence a você. Por favor, use-os como quiser." Enchi nossos copos com água, um sorriso se espalhando em meus lábios para me fazer parecer o mais amigável possível.

“Tudo aqui pertence a mim…”

Seus olhos roxos examinam os itens sobre a mesa, a estreita sala de estar, do lado de fora da janela, e finalmente pousaram no meu rosto.

Sim Sim. Não há necessidade de ser educado. Balancei a cabeça com outro sorriso.

“Entendo”, disse o herói. “Eu entendo.”

Suas palavras me emocionaram e acabei balançando a cabeça mais algumas vezes.

Seu cabelo loiro parecia elegante à luz da manhã, a pele branca como a neve tatuada com cicatrizes claras brilhando. Um brilho fresco e vivo que eu não teria imaginado em uma pessoa que ainda estava em coma até ontem.

Deus me disse que essa pessoa morreu uma vez.

Ele se lembrava disso? O que ele achou da situação atual? Eu estava realmente interessado nisso, mas não expressei minha curiosidade.

Afinal, eu acabaria deixando este lugar. É melhor eu não me aproximar dele. (Tu que pensa)


“Espero que você possa me dar um momento do seu tempo e me ouvir com atenção.”

Já que o herói não sabia que eu partiria no futuro…

Coloquei minha xícara de café sobre a mesa, endireitando as costas enquanto tentava acalmar meu coração palpitante. Ele olhou para mim. Eu me encolhi. Mas no final consegui reunir coragem e falar. “Eu sou Minoru. Me pediram para cuidar de você aqui… É meu trabalho limpar a casa e cuidar do campo lá fora, para estarmos preparados quando outra pessoa chegar.”

Não é mentira, mas para mim prefiro omitir algumas coisas para facilitar a vida.

Mesmo que eu explicasse a situação honestamente, não sabia como seria a atitude do herói. Além disso, eu precisaria dar a ele um motivo pelo qual precisava “trabalhar” para ganhar o PT.

Felizmente, o herói acenou com a cabeça sem qualquer dúvida em relação à minha história.

A princípio pensei que ele estava calado porque suspeitava de mim. Mas agora parecia que ele era uma pessoa silenciosa por natureza. Eu também não era uma pessoa muito sociável. É por isso que preferi isso ao herói ficar confuso e fazer centenas de perguntas para mim.

Ele estava muito calmo desde o início. Mesmo agora, ele não perguntou algo como “quem pediu para você cuidar de mim?” Talvez ele estivesse considerando as coisas do meu ponto de vista. Quão inesperado.

Devo apenas contar a ele sobre “Deus” então?

Não, não vamos fazer isso. Este homem era alguém que foi chamado de herói. Eu poderia agitá-lo com os pequenos detalhes. De jeito nenhum eu queria despertar suas suspeitas e cavar minha própria cova.

“Ah, eu tenho que tirar água.”

Tantas coisas aconteceram, me fazendo esquecer. Num movimento rápido, inclinei a cabeça para trás, engolindo o café. Eu me levantei.

O herói me seguiu.

“Tirar água?”

"Ah sim. Eu bombeio do poço todos os dias.”

Enquanto pensava em como explicar esses estranhos mecanismos, cheguei aos fundos da casa. Diante de nós estava o poço.

Não era só tirar água. Se eu não terminasse de cortar lenha hoje, logo não conseguiria usar água quente. O telhado também ainda estava em reparos e o campo permaneceu intocado.

Mesmo que o herói finalmente tivesse acordado, o que eu precisava fazer não mudou. Tive que acumular PT, cuidar da casa, cuidar do campo…

Afinal, eu precisava sair daquele jardim em miniatura o mais rápido que pudesse.

T/N

Sig: Tudo aqui pertence a mim… *olha para Minoru* Entendo. (。・//ε//・。)

<3...

MDS Q GAY PANIC Q EU TIVE

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