Capítulo 1

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Sienna

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Sem família. Sem irmãos. Sozinha. Sendo uma criança órfã, eu não tive o melhor caminho no início. Foi difícil, assustador. Eu não sabia quem era minha mãe ou meu pai, fui simplesmente abandonada como lixo em um orfanato, sem se importarem que eu era apenas um pequeno bebê inocente e indefeso.

A minha vida foi um caminho cheio de dificuldades, mas graças a minha persistência, força de vontade e esperança, nunca deixei de acreditar que eu poderia ter sim um lugar para chamar de meu lar. Um lugar que séria a minha segurança e o meu refúgio.  Eu poderia ser sozinha, tendo como família a solidão, mas eu me sentia feliz com a vida com a qual eu tinha conquistado. Consegui comprar uma pequena cabana nas montanhas rochosas. Era pequena, com apenas uma sala  que era junto com a cozinha, banheiro e quarto. Mas era o meu lugar, a minha fortaleza, o meu porto seguro. Aqui eu me sentia segura, livre e eu tinha toda a beleza da natureza para apreciar. Eu tentava fazer tão pouco contato com o mundo exterior quanto possível. Descobri que as pessoas eram preconceituosas, maldosas e julgadoras.

Eu tinha um corpo pequeno, mas cheio de curvas e as pessoas achavam que eu estava fora dos padrões femeninos por eu ser gorda. Não me importava a forma como as pessoas me chamavam, se eu era gorda, feia ou obesa. O que mais me deixava chateada era como todos não buscavam ser pessoas melhores, mais humildes, nobres, gentis e amigáveis. O mundo não era só feito de aparência. E daí se eu era gorda? Eu tenho uma essência maravilhosa e única.

Mora na minha cabana isolada era tudo pra mim, não ter um monte de pessoas ali para me olhar com olhos julgadores ou balbuciar piadas maldosas. Alguns poderia me chamar de antisocial, mais eu não me importava, eu gosto de viver reclusa.

Despois que sai do orfanato, o governo foi generoso em me dar um pequena quantia em dinheiro. Não era a maior do mundo, mas foi um começo bem vindo para mim. Foi onde consegui comprar a cabana que moro hoje e com os bicos que eu ia fazendo aqui e ali, consegui guardar um pouco de dinheiro, para conseguir me manter um pouco tranquila.

A pequena cidade de Búraló, na Escócia não era nenhum lugar dos sonhos de turismos. Mas exibia uma beleza assustadora de linda. A vegetação luxuriante, a magnitude da árvores grossas, as colinas ondulantes. Tudo era muito lindo e de tirar o fôlego. Era uma atmosfera bem agradável, diferente da cidade grande. Admito que foi uma das razões pelas quais eu decidi me mudar para cá. A população era pequena e achei que para começar o isolamento eu não iria encontrar um lugar melhor. Quando avistei minha cabana pela primeira vez, ela estava feia, as portas e janelas não estavam em melhor forma, sem falar na parte de dentro que estava ainda mais degradada, mais eu tinha visto um potencial nela. Parecia que a vida selvagem local tinha feito sua missão nela. O alpendre ainda estava em boa forma, por mais que o restante estivesse ruim, mais me apaixonei por ela no segundo em coloquei os olhos e o ex dono perdiu muito pouco por ela. Disse ele que este lugar era esquisito e que havia algo lá fora no escuro da noite. Para mim isso era só o medo dele. Aqui era como viver no paraíso, e eu tinha toda a beleza das árvores, das flores que plantei, dos pássaros que cantavam, do ar puro e maravilhoso e do riacho não muito longe aonde eu me refrescava quase sempre. Foi muita sorte minha achar esse lugar por um preço bem justo e ainda tive um pouco da ajuda do ex proprietário para dá uma reformada na cabana.

Viver aqui me fazia muito feliz e ter que ir na cidade de três em três meses era melhor ainda. Eu não precisava de muito para viver bem, o luxo que eu tinha ao meu redor dinheiro nenhum teria valor para somar a grande beleza deste lugar.  As vezes me batia uma melancolia por não ter nenhuma amiga, alguém para conversar, mais eu tinha meus livros de culinária e romance que me fazia uma companhia muito gostosa.

Confesso que eu sentia um pouquinho de inveja cada vez que lia meus livros de romance, por mais que não fosse muitos, mas que me deixam com aquele desejo de saber o que era ser beijada, tocada e abraçada por um homem. Aos meus 23 anos, eu nunca nem sequer tinha estado perto de um homem, não a ponto de olhar para um seriamente e observar seus traços tão de perto. Nenhum homem na cidade nunca me deu nenhuma olhada ou falou comigo e por mais que as vezes isso me deixa-se um pouco triste, eu não queria deixar com que esse fato me afetase.

Eu queria sim alguém. Eu tinha desejo. Eu queria saber como era um beijo, o toque de um homem e principalmente, sentir como séria está na cama com um. Nos meus livros eu podia sentir a intensidade da paixão envolvendo os personagens, a forma como eles se entregavam com amor e luxuria, e eu desejava sentir como era isso. Mas eu sabia que isso não era pra mim, e está constatação me deixava tão triste. Eu vivia na monhana, em um cabana isolada, nenhum homem iria aparecer do nada e me querer.

Na cidade sempre existia algum eventos nos finais de semana, mais eu nunca ia. Sair e ver os olhares das pessoas em cima de mim, já me causava um frio gelado em mim. Eu sei que nesse eventos caseiros existia muitos homens, mas só de um me olhar e possivelmente me julgar por ser curvinelia, já me fazia ficar triste.

Olho através da janela aberta e contemplo o ar frio e gelado da noite suavemente entrando. A sopa que eu estava cozinha estava quase pronta e a minha pequena lareira estava acessa e deixando o interio da cabana bem aquecido. Daqui uns três meses o inverno chegaria e com ele a vegetação ficaria ainda mais verde e as noite ainda mais fria.

Eu amava ficar olhando o breu escuro lá fora, eu me sentia tão em paz, havia essa calmaria que me agradava. Mais havia uma coisa que estava me perturbando. A duas noite atrás eu tinha sonhando com alguém, especificamente um homem, eu não via o rosto dele, mais eu sentia suas mãos me tocando, seu corpo me abraçando, eu podia sentir o calor dele e isso me acordava de uma forma que me deixava com o coração acelerado e com o corpo desejando alguma coisa. Eu não entendia o que significava este sonho, ou por que eu acordava com essa necessidade em meu corpo. Talvez eu estivesse lendo muitos dos meus romance e fantasiando que fosse eu vivendo um contos de amor assim.

Sorrio, me sentindo boba e vou olhar a minha sopa de lergumes. Que por sinal está pronta.

_Nossa como está saborosa. Sussurro ao experimentar um pouco e sinto meu estômago roncar mais ainda de fome. Preparo a minha pequena mesa, que é de duas cadeira, para que eu possa apreciar minha deliciosa sopa. Como a noite estava um pouco fria, nada melhor do que uma sopinha para esquentar ainda mais. Eu não tinha muitas coisas, mas o pouco que eu tinha era essencial para as minhas necessidades.

As vezes quando eu me sentava aqui sozinha, apenas com o som do silêncio. Eu me questionava quem era os meus pais, o que fizeram para que eles me deixassem sem se importar que eu era só um bebê quando fui abandonada sem importância.

Muitas vezes eu sentia raiva, ódio e outras vezes eu queria apenas esquecer que alguém muito frio de coração me colocou no mundo. O tempo me mostrou que eu tinha todo o amor, que o meu amor, o meu cuidado, perseverança e força de vontade, era o que me encojava, o que me dava força e proximamente o que me fazia sentir uma mulher guerreira. Ser alguém sozinha não era nada bom. Mas era uma situação como está que nos fazia ser alguém bom, amável e de bom coração.

Por muitas vezes deitei na minha pequena cama e chorei. Sentindo o peso do abandono, de não ter uma família para chamar de minha. Mais eu sentia, do fundo do meu coração que eu ia ser muito feliz ainda. Que eu ia encontrar um belo homem que seria digno de mim amar e que juntos agente teria uma bela família, repleta de muito amor e união.

Não gosto de pensar em como foi difícil a vida no orfanato, em como todas as garotas e garotos eram ruins comigo. É como se as pessoas escolhesem o que são mas favoráveis para elas e esquece-sem o que verdadeiramente importa. Nunca pensei que as pessoas no mundo fosse tão dominadas por coisas vazias.

Está aqui, nessa paz, nessa calmaria, mesmo que fosse nessa solidão profunda é algo que eu nunca trocaria.

De repente a lembrança do sonho que sonhei vem a minha mente e com isso um arrepio toma conta do meu corpo. Olho para a janela, para o escuro lá fora e nada vejo. Tudo está muito escuro. Mais sinto como se lá, naquele profundo breu, algo que não posso ver está me observando.

_Está sendo boba Sienna. Sussurro pra mim mesma e me levanto da cadeira ao terminar minha sopa.

_Não tem nada ali, foi só um sonho sem sentido. Digo para mim mesma e vou limpar a cozinha para que eu possa ir dormir. Amanhã será um novo dia e nada melhor do que uma boa noite de sono em uma cama quentinha e confortável.

Bite MarksOnde histórias criam vida. Descubra agora