Um final feliz - Era uma vez um coração partido

Capítulo 4

Evangeline dava um passo de cada vez, até seu quarto, ainda ansiando por voltar ao jardim. Ansiando por saber quem era aquele rapaz de cabelos loiros conversando com seu marido. Ou, seu suposto marido, o qual não se recordava. Apollo. Ela repetiu mentalmente seu nome, tentando buscar em vão um fragmento de lembrança sobre ele. Não havia nada ali, apenas vazio. Uma tela em branco.

Respirou profusamente, sentindo-se sufocar. Os olhares dos guardas estavam sobre ela, ela pressentia isso, mesmo evitando olhá-los. Alcançar a porta do seu quarto, puxando a maçaneta da porta e entrando no aposento. Ao fechar a porta, ainda de costas, notou que não estava sozinha. Virou-se institivamente, um pouco surpresa e assustada. Diante dela havia quatro pessoas que nunca virá em toda sua vida. Pelo menos, não se recordava delas. Havia duas moças de uma beleza um tanto exuberante. Uma morena, com cachos perfeitos e negros. A outra, de pele tão branca, como o lugar e cabelos loiros. Em finalmente, dois homens, com aparência parecida, mas que se diferenciava entre si. Os dois tinham a pele morena, mas um era coberto de tatuagens exóticas, as quais Evangeline não pode deixar de notar e afastar os olhos. Havia uma rosa tatuada em sua mão.

- Evangeline, não temos tempo para explicar – A jovem de cabelos loiros disse, um tanto afoita, se aproximando dela. Evangeline, no entanto, deu um passo atrás, procurando a porta, ainda de costas. Não os conhecia. E não sabia se poderia confiar neles. Afinal, se já se conheciam, por que invadiram seu quarto? – Por favor, não torne isso mais difícil.

- Mais difícil? – ela repetiu incrédula. E pela primeira vez, sentiu indignação. Algo que nunca sentira, afinal, sempre fora muito passiva nas suas reações – Eu acho que não.

- Eu disse que ela não iria gostar – O rapaz sem tatuagens disse, com um tom zombador – É melhor tirarmos ela daqui antes que ela...

- O que? – Evangeline exclamou, sentindo o estomago embrulhar. Leva-la? Eles pensavam em raptá-la? 

- Eu disse que isso não ia dar certo - o rapaz de tatuagens disse. O tom da sua voz era muito agradável, contudo, Evangeline sentiu o coração disparar e se virou, para puxar o trinco da porta. 

Tudo aconteceu de forma rápida. Ela não sabia dizer como, mas quando abriu a porta para sair e pedir ajuda, sentiu braços fortes envolverem sua cintura. Então, ela começou a gritar. Quem a puxava para si era o rapaz de tatuagens, que pedia para ela ficar calma, contudo, Evangeline continuou a gritar, tentando chamar a atenção dos guardas. Sentiu sua boca sendo tampada e então um torpor tomou conta do seu corpo. A última coisa que viu foi uma jovem de pele escura, um olhar triste e sobre sua cabeça um véu de noiva.

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- Ela está acordando - pensou ter escutado.

Ainda estava de olhos fechados. Sentia algo macio sobre suas costas, deixando-a confortável. Apesar disso, ainda sentia sua cabeça latejar. Abriu lentamente os olhos, para notar um par de olhos frios e azuis. O rapaz de cabelos loiros estava em pé, em um comodo o qual ela nunca estivera, com os braços cruzados. Ela se lembrava dele. Parecia ser o princípe de Copas. SEu coração disparou de repente e começou a ruborizar. Desviou o olhar, notando que estava em uma cama de dossel. E que havia mais pessoas no quarto. A garota que parecia ser uma noiva, muito bonita e com um sorriso triste, a jovem de cabelos loiros, a de cabelos negros e os dois rapazes que pareciam ser irmãos, um com tatuagem de um rosa na mão e  outro parecendo com um ar jovial, talvez, sorrateiro. 

- Eva - A jovem de cabelos negros disse, se aproximando dela. Evangeline se encolheu na cama, puxando instintivamente o lençol que a cobria. O olhar da jovem se tornou triste, contudo, Evangeline não poderia confiar em alguém que raptasse - Eu sinto muito por isso...