Capítulo VIII - Alerta vermelho para Nova Iorque!

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POV Narrador

É raro o apartamento estar tão silencioso. Normalmente o som da televisão e altas gargalhadas preenchem o ar. Contudo, hoje nenhum desses maravilhosos sons pode ser ouvido. A sala está vazia, a cozinha está vazia, os quartos estão vazios, mas um canto remoto do jardim do telhado é ocupado por uma florista bastante ocupada.

É possível ver já alguns pequenos e coloridos rebentos brotar das frágeis plantas que ocupam todo o jardim. Como já começou a primavera, tudo começa a ter mais vida, as árvores começam a ficar cobertas de verdes folhas, os pássaros saem dos seus ninhos em preparação para os bebés que não demorarão muito para nascer, as abelhas começam já a voar por aqui e por acolá, os parques começam a encher-se de crianças alegres e irrequietas, e claro, as majestosas e coloridas flores começam a aparecer por todo o lado.

Por esse mesmo motivo, esta é a altura preferida do ano para S/N, que depois dos longos e deprimentes meses de inverno, tem possibilidade de ver a sua vasta coleção de flores renascer. Este jardim é um dos seus mais preciosos bens, e por isso mesmo é que neste momento ela pode ser encontrada debruçada sobre um canteiro a tratar de várias plantas.

Ontem, no jornal de notícias da noite, o repórter avisou que uma vaga de frio e uma inesperada tempestade se aproximam de Nova Iorque, algo que definitivamente cria desagrado em todos os Nova Iorquinos, que depois do gelado inverno, estão desejosos dos dias de calor.

Ao ouvir esta notícia, S/N planeou instantaneamente de reservar a sua manhã para cuidar e proteger as suas flores do frio, e é precisamente isso que ela se encontra a fazer neste momento. Ao seu lado estão pousadas várias estufas improvisadas que ela própria fez há alguns anos para situações como esta. São uma espécie de tenda feita de um material transparente e resistente ao frio e vento que ela pousa e amarra a cada canteiro. É algo simples e rústico, mas que sempre funciona.

Também Natasha ficou desagradada com esta notícia, pois o que ela mais gosta de fazer depois de um dia de escola, é poder ir brincar no parque com a mãe. Todavia, rapidamente se esqueceu disso quando ouviu o repórter anunciar que todas as escolas e serviços não essências estarão fechados pela duração da tempestade. Vários gritinhos de festejo e danças celebratórias depois, a ruivinha já nem mais se importava com o facto de não poder ir brincar ao parque, pois o facto de não haver escola ultrapassava tudo isso. Para adicionar a toda esta felicidade, quando S/N a relembrou de que a sua loja também estaria fechada durante este período (já que não é um serviço essencial), a pequena praticamente vibrava de alegria, enumerando por minutos sem fim todos os filmes e jogos de tabuleiro que iria poder ver e jogar com a mãe.

Hoje é terça feira, três dias depois da festa de aniversário de Natasha. Nada de extraordinário aconteceu desde então, bem, exceto o motivo que ontem deixou a pequena saltitante e risonha.

Quando S/N chegou à escola para ir buscar a ruivinha, viu-a sair disparada das portas com um grande sorriso. Ao ver que Natasha não estava a planear abrandar, ajoelhou-se a abriu os braços, recebendo a filha com um enorme abraço. O sorriso não desapareceu do rosto da pequena nem por um segundo, e quando a mãe questionou o seu estado de humor alegre, a criança praticamente não conseguia sorrir de tanta felicidade, limitando-se apenas a balançar na ponta dos pés enquanto S/N se questionava sobre o que poderia ter acontecido.

Foi só quando já estavam a meio da viagem de regresso a casa que Natasha finalmente revelou o que a tinha deixado assim. O menino que a tem vindo a atormentar desde o início da escola foi expulso por tudo o que fez a Natasha, e agora sem a sua presença na turma, todas as outras crianças começaram lentamente a aproximar-se dela, finalmente apercebendo-se de que a ruivinha não é nada como David insinuava. Ao ouvir estas ótimas notícias, um gigantesco sorriso surgiu nos seus lábios, por fim a filha está a ter uma boa vida escolar. Durante toda a viagem a pequena contou-lhe de forma extremamente entusiasmada como alguns colegas a convidaram para brincar com ela, ou como outras meninas se juntaram a ela e a Maria na hora do almoço.

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