Humana?

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As planilhas fazem um barulho estrondoso com impacto na mesa, eu então a olho surpresa e sem entender, o que significa? Vou ser mesmo "empregadinha" ? Eu não estava entendendo, por um tempo eu acreditei firmemente no que Jim havia me dito, mas infelizmente não condiz agora com essa realidade. Vejo então ela se sentar e se aproximar da mesa com as mãos entrelaçadas.

         - Srta. Kar... - Pausa, ela então respira e prossegue - Mon... Normalmente eu não costumo deixar que outras pessoas façam o meu trabalho, já que ninguém tem a capacidade de fazer... - Diz soltando um riso nasalado - Pois bem, como ganhei tua ajuda de maneira justa.. Creio  que poderia me ajudar com esses arquivos. Todas essas planilhas, são planilhas do ano de 98, infelizmente Srta... - Pausa de novo- Temos que digitalizar tudo devido o avanço tecnológico, ou seja, temos alguns longos anos pra digitar... Mas fique tranquila também contratei mais dois funcionários para agilizar, eles estão com anos específicos... Alguma duvida?

- Não, senhora - Faço uma continência e seguro o riso. Ela vira os olhos e abre o notebook, tapando a visão de seu rosto.

****

Já se passaram algumas horas, e não trocamos uma palavra. Os barulhos das teclas ecoavam na sala, às vezes é como se eu sentisse seus olhos sobre mim, mas sempre que eu a olhava, ela estava concentrada na tela. Ela era extremamente bonita, seus lábios são bem desenhados, seus olhos pretos e seu rosto com formato perfeito com curvas elaboradas. Às vezes me distraía olhando pelos cantos da tela, mas ela não pareceu reparar. Eu não sei dizer ao certo, mas há sempre uma tensão quando ela está por perto, não sei bem explicar, mas sinto uma vontade imensa de descobrir tudo sobre ela. Teremos mais 268 dias pela frente, espero ter oportunidade de nos conhecermos melhor. Hoje seria muito cedo?

- Certo Mon... - Ela diz quebrando o silêncio e fechando seu notebook. - Creio que por hoje é o suficiente. Já está tarde e seu marido deve estar lhe esperando para o jantar.

- Não está, ele está trabalhando.

- A noite? Segurança?

- Quase, Bombeiro. - Vejo seus olhos terem uma expressão um tanto quanto surpresa.

- Certo. Se Quiser Srta. Vamos jantar em um barzinho. Você pode comparecer, sua amiga vai estar lá. - Disse ela levantando, e pegando sua bolsa sobre a estante ao lado.

Talvez seja uma boa opção para que possamos conversar de forma descontraída, já que nada, nem horas corridas de trabalho nos permitiu trocar um diálogo descente. E também tem o fato de que seria bom me aproximar mais das pessoas, desde que eu e nop nos mudamos para cá, não fizemos novos amigos. Seria bom para nós iniciarmos esse novo ciclo.

Pego meu celular e vejo a ultima mensagem de nop falando que já estava de plantão seguido de um te amo de praxe. Envio então uma mensagem avisando que sairia com as meninas da escola, para ele não se preocupar que voltaria de táxi para casa.

(Tosse forçada)

- Mon? - Quando levanto meus olhos do celular, a vejo parada ao lado da porta com um olhar confuso. - Podemos ir?

- Ow.. Claro, Desculpe. Estava avisando o Nop que iria sair com vocês - Dou um sorriso amarelo. - A menos que tenha sido só por educação, é claro.

- Claro que não, sua amiga fez com que a tee me enviasse várias mensagens para que você fosse com a gente. - Ela sorri com o canto dos lábios enquanto parece analisar minha expressão - Mas, não estou te chamando somente por isso, não se sinta ofendida. Eu te convidaria mesmo assim, é claro.

- Ahh claro. - Digo em tom de ironia. E vejo seus olhos desafiadores e seu sorriso sarcástico agora se juntarem.

- Nos encontramos lá?

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