Reencontro

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- Foi um sucesso! Ele está se recuperando da anestesia logo vocês irão poder conversar com ele - abro um sorriso acolhedor para a família do paciente recém operado

- Doutora você é um anjo, obrigada por isso, sou imensamente grata por salvar a vida do meu filho - diz a mãe do adolescente chorosa e me abraçando

Termino de passar alguns cuidados pós-operatório para a família, sigo para o vestiário na intenção de retirar os Scrubs, mais conhecidos como aquelas roupas azuis usadas em salas de cirurgiã, minha missão logo falha com Ashley aparecendo assim que viro o corredor, já imagino o que ela irá falar e minha cabeça dói:

- Eu já sei - ela para na minha frente - eu tenho que entregar a relação de pacientes desse mês para o faturamento, você deixou os papéis na minha mesa? - ela puxa o riso e eu olho confusa - ué, não é isso que veio fazer? - digo retirando a touca e soltando meu cabelo cujo o couro cabeludo estava dolorido por tanto tempo preso

- Sim e não - ela ri- Sim porque você acabou de me lembrar disso agora e não pois tem uma surpresa para você em sua sala e assim que soube que a cirurgia havia acabado vim chamar a senhora - logo ela engole a última palavra, lanço um olhar estreito

- SENHORA NÃO ASH - digo em tom brincalhão, ela sabia que odiava ser chamada assim, fazia me sentir com quarenta anos, ela concorda com a cabeça - mas que surpresa é essa? - ela me olha com aquela cara de travessa - pelo amor de Deus não me diga que é minha mãe Ash, eu me jogo da primeira janela - a encaro apreensiva

Não que eu não amasse minha mãe, amo ela muito, mas toda vez que a mesma pisava os pés em Seattle, com ela vinha uma chuva de paparazzis e fãs para fazer uma enorme fila, odiava a exposição indireta que minha vida tinha com isso e odiava mais ainda a enxurrada de perguntas que ela fazia sobre eu e Vincent, não era fácil ser filha da maior apresentadora da TV aberta dos EUA e tão pouco era fácil ser filha de Valerie Beaufay:

- Não é a Sra. Beaufay doutora - Ash me olha com aquele sorriso alinhado - mas você vai gostar, prometi não falar - ela sabe que se não correr eu vou pressionar até ela falar, então logo da um jeito de correr - preciso buscar os papéis, tchau - fala e sai andando antes que eu pense em formular uma frase

- ASH - chamo enquanto vejo ela andar correndo pelo corredor - ASHLEY - grito mas já sem esperança

Solto um grunhido de decepção, o jeito vai ser descobrir o que é sozinha. Me direciono ao vestiário para então concluir a missão de trocar aquela roupa.

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Assim que termino de pentear o cabelo, escuto meu telefone tocar na bolsa, pego e leio o nome na tela, era Vincent, estávamos brigados alguns dias desde que o mesmo me deu a notícia que iria ficar mais um tempo em Milão para tratar de uma nova reforma, entendo todo seu sonho e sua ambição mas o fato que eu estar sozinha por meses me fazia odiar tudo isso. Sempre fomos um casal maduro desde a época da faculdade quando se conhecemos e poucos anos depois se casamos, uma grande cerimônia graças a minha mãe claro, Vincent virou um grande empresário e empreiteiro, vivia viajando para sua filiais espalhadas pelo mundo mas em específico para a sede da empresa que ficava em Milão o que o deixava feliz pois assim tinha contato com sua terra natal Itália, uma vez o mesmo apenas foi para o Estados Unidos fazer faculdade. O mesmo ocorria comigo, porém de uma forma diferente, nasci e cresci na França porém quando minha mãe teve oportunidade de virar uma grande apresentadora nos Estados Unidos, não pensou duas vezes e eu quando tive oportunidade de passar em uma faculdade bem longe de Nova Iorque não pensei duas vezes, Valerie se sentia magoada até hoje por isso, porém tudo para o bem de minha saúde mental.

𝐀𝐭𝐫𝐚𝐜𝐚𝐨 𝐅𝐚𝐭𝐚𝐥 (lésbica +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora