Azul Turquesa

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Após o baque daqueles profundos olhos, me direcionei ao bar, pedi uma água e chequei as horas, já se passavam das três, meus pés estavam doendo e o álcool surtia efeito, olhei para Anne que dançava agarrada com Patrick, iria ter que procurar um hotel para dormir já que eu não dirijo sobre efeito de álcool e Anne não me parecia que iria voltar hoje para Seattle:

- Me vê uma água urgente - escuto a voz cansada ao meu lado e olho, novamente aqueles olhos, eles viram em minha direção - você é a nova amiga do Patrick né? - a moça morena, tatuada e de fascinantes olhos me olha

- Ah, mais ou menos, pelo jeito ele é um amigo da minha amiga - solto um sorriso, ela fita minha boca e volta seus olhos para os meus, me desconcerto...droga - você toca muito bem, parabéns - tento dizer algo para quebrar aquela tensão palpável

- Obrigada - ela abre um sorriso com dentes perfeitamente alinhados - você não é de Shelton né? - diz se apoiando no balcão

- Não não, sou de Seattle...Está tão na cara assim? - pergunto ociosa

- Digamos que as mulheres daqui não se vestem assim - seus olhos correm dos meus pés até meus olhos

- Droga, minha amiga não me disse para que lugar iríamos - abro um sorriso sem graça - então não estava preparada para uma boate gay

- Não foi uma ofensa - ela se apressa em dizer - mas não é como se todo final de semana aparecesse alguém assim - ela me encara mais uma vez - estou indo lá fora fumar, aceita? - me mostra a cartela de cigarro

- Não obrigada, não fumo - fiz sinal com a mão - vou procurar Anne - vasculho o local com os olhos, sem sinal dela. Escuto a moça soltar um riso - o que foi? - pergunto sem entender

- Meio que vi quando meu irmão levou sua amiga ruiva para os fundos, acho que vai demorar um pouco para ela voltar - da de ombros

- Sendo assim - pego meu celular e me direciono para fora.

Assim que piso meus pés na rua, xingo Anne mentalmente por ter me feito tirar a jaqueta, estava congelando e os pelos dos meus braços se arrepiam, a morena se encosta num pilar e acende o cigarro, agarro meus braços na esperança de afastar o vento gelado, ela solta a fumaça e me fita, aqueles olhos tinham poderes inimagináveis, troco o pé de apoio devido a dor:

- O que trouxe para Shelton e um bar gay? - ela me questiona curiosa - acho que não é bem seu estilo de local né - solta outra vez a fumaça

- Bom...- lembro de Vincent e em como eu estava chateada, fito minha mão e vejo a aliança dourada reluzir - problemas no paraíso - digo por fim

- Oh droga! - ela exclama olhando para a aliança - isso é um repelente para mulheres - diz rindo

- Ah não, não gosto de mulheres - falo parando próximo a onde ela se encontrava apoiada, ela me olha curiosa e desdenhosa

- Então os problemas no paraíso te trouxeram para Shelton, um bar gay onde você não gosta de mulheres - ela ri - fascinante - joga o cigarro

- Pois é, a vida tem dessas - dou de ombros

- E onde está o príncipe do seu paraíso? - ela abre sua garrafa de água

- Está em Milão - falo pesadamente - bem longe do paraíso, bom talvez ele não veja aqui como um paraíso e por isso se mantém longe

- Sinto muito - ela diz - não sei como ele tem a capacidade de não ver isso como um grande paraíso - me olha e eu sinto meu corpo queimar

- Aí estão vocês - escuto Anne falar, viro o olhar e ela está parada com Patrick, vejo de soslaio a morena continuar a me olhar

𝐀𝐭𝐫𝐚𝐜𝐚𝐨 𝐅𝐚𝐭𝐚𝐥 (lésbica +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora