Acordei assustada com o telefone tocando alto na caixa de som, só então percebi que havia pegado no sono na banheira, a água já estava fria, o vinho estava quente, busquei pelo celular encima do roupão, era o número de Vincent, olhei as horas e eram 23h, atendi a ligação:
- Victoria? - ele diz nervoso, não entendo aquele tratamento
- Sim? O que foi amor? Aconteceu algo? - digo saindo da banheira e pegando o roupão
- Tem mandei uma dúzia de mensagens, porque não me atendeu? - escuto ele ranger os dentes, iríamos em entrar novamente em uma discussão sobre possessividade.
- Eu acabei pegando no sono na banheira, me desculpa, eu estava muito can...
- CUSTAVA AVISAR QUE ESTAVA EM CASA? - ele me interrompe em um grito, me fito no espelho, aperto a mão na bancada até os nós dos meus dedos se esbranquiçarem, ele sabia o quanto odiava que gritassem comigo
- Da mesma forma que você avisa tudo o que faz aí em Milão? Afinal, o que estava fazendo que não me respondeu quando te mandei avisando que Anne estava na cidade? O que estava fazendo que só agora ONZE HORAS DA NOITE - enfatizo o horário sem gritar - você resolveu me dar o ar da graça? - recolho a taça de vinho e sigo em direção a cozinha
- Você sabe que eu fico preocupado Vick - ele ameniza o tom de voz - eu não te respondi antes pois estava ocupado no trabalho
- Aí que está Vincent, você quer reclamar do meu lado mas faz o mesmo, hipocrisia o nome disso, você nem está no direito de cobrar algo a mim, você está meses fora de casa, eu sou sua mulher, tenho necessidades, você nem ao menos pergunta como eu estou - digo vencida pela angústia que era estar sozinha
- Me desculpe por isso, prometo que após esses meses não vou mais passar longas temporada em Milão - ele respira pesarosamente
- Não faça promessas que não vai cumprir, igual vir ao meu aniversário - descarrego com ódio
O silencioso recai sobre a chamada, consigo ouvir sua respiração do outro lado da linha:- Anne não está na cidade? Porque não sai um pouco com ela? Se distrai - ele tenta amenizar as coisas
Respiro fundo, ela havia mencionado a tal boate mas pelo que conheço de Anne sei bem que não era do meu feitio tal ambiente, sem contar voltar tarde, um século que um não fazia isso...Mas que se dane, Vincent tenta sempre comprar a briga com algo que eu goste ou algo que eu gostaria de ouvir, quando tudo o que eu quero é não ter um esposo fantasma:
- Você tem razão, vou ligar para ela e ver se ela está disponível - digo sem muita animação - se falamos amanhã? - eu estava chateada, não queria prolongar o assunto e entrar em outra discussão
- Fico feliz que tenha finalmente aceitado essa ideia - sinto ele sorrir, mas sei que é um riso amarelo - se falamos amanhã então, ei amore mio? - ele me chama.
- Hm? - respondo
- Eu te amo tá bom? Estou com saudade - ele diz mas sabe que estou brava
- Também estou com saudade, tchau - desligo o celular
Na hora que repenso sobre sair novamente, me desanimo, a ideia do cheiro de álcool, cigarros, muita gente falando e música alta fazia meu estômago revisar mas eu sem dúvidas jamais conseguiria convencer Anne de ir para um restaurante ou um bar sofisticado em Seattle, ela diz que isso é chato e sem graça demais:
- Não não querida, vai cair o mundo com isso - Anne diz brincalhona após eu dizer se ainda estava de pé eu ir com ela para Shelton - Victoria Beaufay aceitou sair comigo para uma boate? Meu Deus, será que peguei alguma doença grave com o calor do Catar e estou delirando? - ela diz dramática
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𝐀𝐭𝐫𝐚𝐜𝐚𝐨 𝐅𝐚𝐭𝐚𝐥 (lésbica +18)
RomanceAté onde você iria por desejo? Ou então por ganância? Mas e por amor? Victoria jamais se imaginou buscando no fundo de sua alma uma pessoa oposta ao que ela se moldou. De dia uma médica cirurgiã, casada e influencer...Mas ao cair da noite, Victoria...