𝘾𝙀𝘿𝙍𝙄𝘾'𝙎 𝙎𝙄𝙎𝙏𝙀𝙍 - 𝐻𝑎𝑟𝑟𝑦 𝑃𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟

𝗤𝗨𝗜𝗡𝗭𝗘: Aniversário de 15 anos

Se não fosse por Louis, S/n teria esquecido totalmente de seu aniversário. Na última visita que o garoto fez em sua casa, acabou por lembrá-la que o tão esperado dia estava chegando. Sem contar que não é todo dia que se acorda com um café da manhã na cama.

Quinze anos. A idade em que toda a garota deseja festejar. Grandes festas são planejadas, há listas enormes de convidados, gostosuras à vontade... Quem não gostaria de um evento assim? Aos treze anos, S/n já tinha uma lista de cem pessoas as quais convidaria para a sua festa, apesar de não ter tido muitos amigos, adicionou pessoas que talvez só tivessem trocado um "bom-dia" e gostaria de um dia poder ter uma conversa mais longa; escolheu seu vestido em uma revista qualquer do mundo bruxo; aprendeu a dançar valsa; planejou exatamente como seria. Mas, no fim, a festa nunca existiu. Ela negou-se a sequer pensar em preparativos.

Mas é claro que sua mãe não deixaria essa data passar em branco. Ela fez a filha vestir uma roupa que não fosse seu pijama, preparou uma torta de maçã e outras simples gostosuras.

- Vamos arrumar esse cabelo, querida - disse a mãe, quando viu a garota entrando na cozinha.

- Só vai vir o Louis mesmo, não é necessário muita frescura - falou preguiçosamente.

- Quem disse que só vai vir ele?

- Ah, não, mãe, você convidou mais pessoas?

- Fique tranquila, foi a Luna que convidei - ela disse, colocando a torta no forno. Aliviada, S/n soltou o ar que nem sabia que prendia. Era Luna. Apenas Luna. Sua amiga. - Mas não é confirmado que ela virá. Sabe como Xenofílio é, ele só vai decidir na hora. Mas é muito improvável que ele impeça Luna de sair para ir na festa de aniversário da amiga. Agora vamos dar um jeito nesse cabelo.

A garota teve que se manter firme para não revirar os olhos, tal vontade era surpreendentemente forte. Então, as duas se dirigiram ao quarto, e a mais velha optou por fazer uma simples trança na filha.

Quando Louis chegou, entregou um embrulho para a amiga. Era um presente.

- Agradeça o garoto, filha - pediu a mãe, que estava escorada em um balcão ali perto.

S/n sentiu-se uma criancinha mais uma vez.

- Obrigada, Louis - disse sem ânimo.

Quando abriu, deparou-se com uma espécie de caderno com um encapamento amarelo pastel e alguns detalhes pratas cintilantes, sem espiral e com uma pequena pena neutra presa por um tipo de magia.

- O que é isso - perguntou, tirando a pena da capa facilmente.

- É um diário. Pensei que garotas gostassem disso - S/n virava o objeto em suas mãos, observando cada mínimo detalhe. Por dentro ele era completamente branco, sem nenhuma linha. - Essa pena pode ser usada sem tinta e... bem, se você não quiser usá-lo como diário, pode utilizar como caderno de anotações, o que preferir. É multiuso, assim como eu.

S/n balançou a cabeça, em negação. Do outro lado do cômodo, a mãe soltava risadinhas.

- Certo, vou arrumar as coisas lá fora. Vocês podem cuidar da torta para mim?

- Como assim lá fora?

- Vamos fazer tipo um piquenique - falou enquanto agarrava uma toalha xadrez. - Você está precisando sair um pouco de casa.

A mulher saiu da sala, indo em direção ao quintal.

- Tudo isso é para nós? - perguntou Louis, indo em direção à bancada a qual se encontravam diversos cupcakes.

- Luna também vai vir, eu acho, mas mesmo assim mamãe faz questão de nos encher de doces - falava S/n, seguindo o garoto.

- Você acha que um vai fazer falta?