Blind To The Facts Versão SIMORAYA

Capítulo 4 - Depressão

15 de Outubro de 2020
[17h35]

Soraya Thronicke

"- Glamurosa...rainha do funk" canto e danço na frente de Alok, enquanto o garoto me esperava sentado na cama e enrolado na toalha, aguardando suas roupas.

"- poderosaa" Ele canta com um sorrisinho e sua voz de bebê; mesmo sem a mamãe, eu tenho o costume de criar o meu irmão com algumas coisas da cultura brasileira, o que eu AMO! Eu não sou brasileira, mas minha mãe sim, e ela sempre fez questão de criar Gabriel e eu com seu jeitinho carioca.

Visto Alok com uma calça de moletom azul-bebê, um colete fechado de crochê branco e uma meia simples. Ontem estava calor, mas hoje o tempo resolveu ficar mais frio e está até chovendo! Essa cidade é muito estranha. "- Agora vai lá no quarto do Gabriel, ok? A irmã vai se arrumar para sair." Ponho o garoto no chão e ele logo sai do quarto, me certifico de que ele chegou até lá com segurança antes de ir para o banho. Uso meu celular que estava tocando música, para conectar na minha caixinha de som e sair um som mais alto e com uma qualidade melhor, e logo ponho uns funks que eu não podia pôr com Alok aqui. Começo a me despir enquanto canto e danço a música que pus, cujo era "É a nossa tropa- MC Manhoso & DJ RAFZO " Mal posso esperar para apresentar essas músicas para minha nova amiga Simone Tebet . Após um banho bem animador e GELADO, porque quando meu beck acaba eu gosto da adrenalina causada pelo choque, eu vou até o quarto me vestir, sempre com a minha música BR. Confesso que já comparei o meu português com brasileiros de verdade como Eduardo e descobri que sou muito ruim nisso, mas sempre dizem que é fofo então eu não ligo.

Me visto com um suéter preto com colarinho branco; uma calça jeans clara que eu personalizei com meus sprays de pixo e de grafite; também pus meu All Star preto e um chapeuzinho preto de tecido; não pude esquecer os anéis e a pulseira que eu sempre uso para sair, uma de tecido com as cores do arco-íris, que minha mãe me deu quando eu me assumi para ela. Pego meu celular e desconecto a música quando vejo uma mensagem de voz da Simone, "Eu tô pronta" dizia o áudio. Combinamos de que eu a buscaria de carro em sua casa, e já que nós duas estávamos prontas eu já comecei a me preparar para ir. Peguei minha mochilete e lá guardei algumas coisas importantes, pus o celular no bolso e depois fui até o quarto de Gabriel. Encontrei lá o garoto sentado com Alok em seu colo quase dormindo, tinha um desenho animado na televisão; eu já conversei com ele que não queria acostumar Alok a dormir ou comer assistindo alguma coisa, mas ele insiste em usar esta técnica porque não tem paciência em algumas ocasiões bobas.

"- Tô indo buscar a Simone, ok?" Sussurro e o garoto acena com a cabeça, então eu desço as escadas e passo pela sala até a saída de casa. Assim que abro a porta, vejo a Costela, uma gata amarela-tigrado que está sempre na rua e costuma vir até mim sempre que me vê; e eu, como boba sou, continuo dando moral para a gata e entregando resto de comida para a mesma. Voltei para dentro e abri o congelador, onde eu sabia que encontraria o que queria; Gabriel tem o costume de pescar aos domingos, coisa que eu não concordo, mas ele sempre fazia isso com o papai então dá para relevar. Havia uma caixa com um saco de plástico que dentro tinha 4 peixes grandes, uso uma luva para pegar um e logo fecho o congelador. Na saída eu jogo o peixe para Costela; geralmente eu costumo dar restos, mas hoje eu pude dar o peixe para ela e...sério, se a carinha dela pudesse ser descrita numa expressão verbal seria "UAAAAAAA".

Bem, já estava atrasada então entrei no carro de Gabriel e comecei a dirigir até a casa de Simone, ela mora bem perto, então isso só será necessário porque marcamos em um lugar um pouquinho afastado, eu nem sei como que ela confia em mim para isso. Quando cheguei em sua casa ela já estava na frente me esperando, e seu irmão estava atrás dela de braços cruzados. "- Entra aí." Murmuro e ela vem com um sorriso no rosto, Joaquim me olhava com as sobrancelhas franzidas. "- Oi Joaquim!" Aceno para o garoto que acena de volta e entra em casa sem dizer nada, isso me deixa um pouco insegura mas eu sei no que pensar para acalmar esse tipo de sentimento. Simone estava linda mesmo usando roupas bem simples; um conjunto de moletom cinza-claro e um mocassin que eu acho que já está estagnado no pé dela. Ela fica me olhando por alguns segundos, eu já reparei esta mania desde o dia 12 quando nos conhecemos, apesar de eu estar um pouco chapada naquele dia. É um pouco estranho, ela me encara e parece desligar completamente, suas pupilas dilatam e os olhos se movem para cada canto do meu rosto; mas ela fica linda até assim e eu confesso que sinto algo estranho quando ela faz isso.