Capítulo 5 - Aceitação

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15 de Outubro de 2020
[18h30]

Simone Tebet

"- PUTA QUE PARIU!!" Suas mãos mexiam com agilidade no volante, o tremor em sua voz mostrava o desespero. "- Eu não consigo, eu não consigo!!" Ela murmura com os olhos enchendo de lágrimas.

"- NÃO CONSEGUE O QUE? ACELERA ISSO, ELES ESTÃO BEM ATRÁS DA GENTE!" Se eu soubesse direito das coisas, nunca teria usado este tom de voz para falar com ela.

"- Simone, troca de lugar comigo por favor!! Por favor..." Ela tira as mãos trêmulas do volante e às põe na cabeça, abaixando e puxando seu próprio cabelo; enquanto ela fazia isso, o carro perdia o controle e desacelerava por ela ter tirado o pé do acelerador, eu então não hesito em puxá-la e tomar o controle do volante. Agora no banco do carona, ela se ajeitava em posição fetal e arranhava as próprias pernas, parecia uma crise ansiedade, a PIOR coisa que poderia acontecer agora!

"- SORAYA, SE ACALMA!!" Ela parece ter ficado ainda mais nervosa, a respiração ofegante agora fazia um chiado, e o olhar que antes lacrimejava estava a chorar descontroladamente.

"- Simone , PARA O CARRO! Para o carro, por favor!" Me viro para trás para ver como estava a situação, e o carro estava praticamente colado em nós. Meto o pé no acelerador e começo a desviar dos carros e fazer curvas aleatórias a fim de despistá-los. Dirijo até chegar em uma rua que eu sem querer cheguei até, mas mesmo sem intenção percebi que era a rua da casa de Eduardo, o que é PÉSSIMO, mas há algo contestável. "- A casa do Caíque , o meu amigo, por favor Simone para o carro." Resolvo fazer o que ela pediu, pois sua voz já estava rouca e ela mal conseguia falar. Ela saiu do carro rapidamente e correu até a porta de uma residência, batendo na porta com desespero; em questão de segundos Caíque abriu a porta e a garota entrou, eu então aguardei no carro mesmo com medo. "- Abre a garagem rápido, RÁPIDO." Parece que a adrenalina é a única coisa que à está mantendo em pé, mas o bom é que ela assustou o garoto e mesmo com algumas coisas na garagem, ele à abriu e eu entrei com o carro rapidamente; doeu ouvir o som de uma bateria se quebrando com a colisão no carro. Saio do veículo, fecho a porta da garagem e vou até a sala, vendo Soraya sentada no sofá tomando um copo d'água e Caíque em sua frente ajoelhado.

"- Mano, relaxa! Eles não vão achar a gente, foram despistados e o carro não está exposto, nem nós." Me sento em seu lado e falo à fazendo um carinho na cabeça. Seu rosto estava completamente vermelho e molhado, até o globo ocular, e a boca estava mais inchada que o comum.

"- Não, Simone. Não é isso!" Era perceptível a tentativa de controle da respiração, assim como era claro a falha em fazer isto.

Caíque me chamou fazendo um sinal, e andou até um corredor de sua casa.

"- Simone, o que caralhos está acontecendo?"

"- Nem eu sei direito, eu acho que são amigos do Eduardo! Só sei que estão atrás da gente..." Explico e o garoto revira os olhos e respira fundo.

"- E o melhor lugar que você encontrou para se esconder foi a minha casa, que é NA RUA DO EDUARDO??" Ele fala com arrogância, porém não estava errado.

"- O que você queria que eu fizesse? Ela estava tendo uma crise de pânico e gritando pra eu parar o carro!"

"- Ah, então foi isso..." Ele suspira e dá meia-volta, me deixando com uma interrogação na cabeça. Ele vai até Soraya , se ajoelha em sua frente e segura suas mãos enquanto mantém contato visual; porém Isis costumava desviar o olhar para diferentes lados. Ela já não estava mais chorando, estava apenas abatida e respirava com pressa e dificuldade. "- Sinto muito, Soraya. Eu já entendi o que aconteceu." Ele lhe dá um abraço, parece que só eu não sei das coisas! Mas obviamente também não vou perguntar.

Blind To The Facts Versão SIMORAYAOnde histórias criam vida. Descubra agora