Capítulo 16 - Calm

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Soraya Thronicke

  "- Bora, bora, bora!" Carol fala dançando com a caixa de som estourando em seu ombro, algumas pessoas se juntaram ao meu redor enquanto Ávila e eu nos posicionávamos no meio da rua.

  "- Soraya se prepara porque eu vou te falar, você só tem marra mas nem sabe batalhar. Eu te mando a real, namoral olha pra tu, seu cabelo é mais ressecado que o cabelo do meu cu." Ávila começa a batalha e no fim as pessoas começam a gritar por conta da rima. Eu aguardo um tempo para o beat e começo na resposta;

  "- Cara, quem é você pra falar do meu shampoo? Se quiser eu conto pra geral como você hidrata o do seu cu." As pessoas gritam. "- Agora dá pra entender o porquê você mudou tanto, entendi o porquê de loiro o seu cabelo ficou branco." Encerro a minha resposta com uma gargalhada no final, Ávila ria apenas de nervoso.

  "- Cara, namoral, isso não explica nada; eu te pergunto agora, cadê a ética na batalha? Por que tá me zoando se o que eu faço é natural? Isso é batalha de rima ou terapia sexual?" Parece que ele chegou à contradição, as pessoas nem gritaram dessa vez.

  "- Quem é você pra falar de terapia? Ética na batalha é a minha pica na sua tia." Falo rindo e as pessoas ao redor também começam a rir.

  "- Chega! Pelo amor de Deus!" Carol intervém com a caixa de som.

  "- Não, agora eu quero terminar esse round!" Prossigo. "- E agora criancinha, você vai me dar a resposta? Porque só a sua cara agora já me fez ganhar a aposta. Então fica ligado que eu mando o proceder, seu rostinho tá estampando a vergonha de perder." O round se encerra muito bem, mas o Ávila não quis fazer o segundo. As pessoas foram embora e eu, Ávila, Caíque e Carol voltamos para a viela que estávamos, ainda com a caixa de som bem alta tocando hip-hop.

  "- Aqui essa merda." O loiro me entrega uma nota de 10 dólares por ele ter perdido a batalha, como combinamos.

  "- Otário!" Dou uma risada e guardo o dinheiro no bolso, olhando para o garoto com uma cara de deboche. "- Acho que vou embora, gente. Tô preocupada com a Simone."

  "- Preocupada com o que, garota? Vocês se comeram não tem nem 3 dias!" Carol fala. Tudo bem que eu contei isso pra ela, mas não precisava falar no meio dos garotos. "- E já tá bem tarde, tu acha que ela é vagabunda igual a você?" Olho para baixo quando ela diz isso, acho que eu precisava mesmo que a Carol me dissesse isso para perceber que eu realmente sou uma vagabunda. Quando pego meu celular, vejo uma mensagem de Simone.

  "- Ela acabou de me chamar pra ir pra lá, otária!" Eu digo tirando onda com a cara de Carol, até os garotos riram dela. "- Vou lá, gente; minha dama me chama." Eu saio da viela andando na direção da rua dela, que não era muito longe. Andei até lá e quando cheguei a porta estava estranhamente aberta e as luzes apagadas. "- Simone?" Ninguém respondeu.

  Entrei e tranquei a porta atrás de mim, tentando fazer o mínimo de barulho possível e me concentrando em subir as escadas no escuro. Quando cheguei até a porta do quarto de Simone, vi uma fresta de luz embaixo da porta. "- Simone ?" À chamo novamente, em 1 mísero segundo ela abriu a porta, me puxou e me deu um beijo. "- Oxe, tá doida?" Falo rindo depois de lhe dar o beijo que ela queria.

  "- Eu estava com saudade, aonde você estava?" Ela diz sorrindo para mim e apoiando os braços na minha cintura.

  "- Fumando com o Ávila, o Caíque e a Carol." Falo a verdade, porém com medo. "- Mas eu não fumei muito, só tinha uma seda." Resolvo deixar bem claro.

  "- Com a Carol, Soraya? Essa garota é meio..."

  "- ...meio...?" Murmuro

  "- ...atirada pra cima de você!" Meu coração acelera quando ela diz isso, agora qualquer coisa que pode causar um conflito entre mim e Simone me faz sentir medo.

  "- Ela parou com isso, e mesmo assim eu nem dou bola!"

Simone Tebet

Flashback On (3 horas atrás)

  O meu celular tocava pela quinta vez em menos de 1 hora e eu resolvo atender, já sabendo que era o meu ex namorado querendo me provocar. "- O que foi, caralho?!"

  "- Eita, Simone. Tá irritada? Pelo visto nem deu tempo de eu fazer o que eu queria fazer." Sua voz no telefone com aquele tom debochado me dava nos nervos.

  "- Fala o que você quer logo, caralho!" Falo. Por incrível que pareça, desta vez eu não estava com medo dele.

  "- Tem um amiguinho meu que gosta muito de fazer companhia para Soraya ." Me assusto com sua frase inicialmente. "- Mas ele queria pedir desculpas por aquele dia que vocês brigaram, ele pegou a Soraya em um momento tão chato..." Ele fala e desliga o telefone, isso me faz ficar extremamente confusa, até eu receber 3 fotos encaminhadas por ele.

  A primeira mostrava Soraya saindo de casa com raiva, parecia mesmo ser aquele dia por conta das roupas dela e do sentimento que estava transmitindo.

  Na segunda, aparecia Soraya falando com um garoto ruivo na porta de uma residência que me parecia até familiar.

  E na terceira, tinha a imagem de Soraya dentro de um quarto com uma garota que parecia muito ser a Carol. Elas estavam em cima da cama e a ruiva parecia estar nua em cima da Soraya.

  "- Desgraça!" Murmuro. Tanta coisa decidiu passar pela minha cabeça agora, tanta coisa!

Flashback Off

  "- Nem dá bola, né?" Falo em um tom irônico e me sento na cama.

  "- O que foi, Simone?" Quando ela pergunta e se faz de sonsa eu sinto minha pálpebra começando a tremer. "- Por que você está estranha hoje, Simone? Essa hora da noite a porta estava aberta, as luzes apagadas, os seguranças não estavam lá...e agora você tá assim?" Na hora que ela fala eu sinto meu coração palpitar um pouco.

  "- Como assim? A porta estava trancada, eu pensei que você tivesse entrado com a chave reserva." Falo, sua expressão de susto faz até com que eu fique em desespero. Um barulho alto surge no andar debaixo e Soraya fecha a porta atrás dela na mesma hora.

Gabriel Thronicke

  "- Sh sh sh" Chio ao balançar Alok no meu colo enquanto ele tomava a mamadeira com nescau e piscava os olhos lentamente. Uns segundos depois ele parece dormir e eu o posiciono ao meu lado na cama, para o meu azar, alguém faz um alto barulho na rua e o garoto pula de susto antes mesmo de eu terminar de colocá-lo na cama. Instantaneamente ele começa a chorar e eu o pego no colo novamente.

  Porém desta vez quem levou o susto foi eu, ao ver uma silhueta na porta que parecia ser de um homem segurando algo. Ele adentra e eu posso ver seu rosto, era o mesmo que estava acompanhado quando minha casa foi invadida. "- Ah não, por favor...!" Alok continuava chorando no meu colo.

Bia

Meu marido e eu estávamos prestes a dormir. Hoje o dia foi muito gratificante! Assistimos a um filme, almoçamos em um restaurante e agora podemos nos deitar para ter um ótimo descanso. Meu marido resmunga quando ouve Nick latir no andar debaixo, ela não costuma fazer isso, isto até me dá um certo medo. "- Vai lá ver, amor. E se for outro fã maluco da Simone?" Murmuro e ele se levanta mesmo resmungando. Me sento na cama e em alguns minutos eu percebo o som da porta da frente abrindo e um tiro sendo disparado em algum lugar tão próximo que meus ouvidos até zumbiram.

Carol

  "- Vamos pra um lugar mais reservado, amor." Falo para Pepper, o puxando pelo braço para fora da viela e andando até um outro beco próximo que eu sei que estava vazio. Ele veio atrás como um cachorrinho, e um cão que eu admiro muito porque meu deus do céu...

  Começamos a nos beijar e eu senti seu volume encostando no meu corpo, tive de enroscar meus dedos em seus cabelos lisos e grandes para provocá-lo. "- Desse jeito você vai morrer de pau duro." Murmuro em seu ouvido segundos antes de perceber a presença de dois homens armados na entrada do beco.

Blind To The Facts Versão SIMORAYAOnde histórias criam vida. Descubra agora