Capítulo 7 - Foda-Se

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20 de outubro de 2020 (4 dias depois)

[23h40]

Soraya Thronicke

  "- Que calor do caralho." Caíque murmura se sentando em cima de uma caçamba de lixo e retirando sua camisa, ficando apenas de short e deixando seu grande peitoral à mostra. Está de noite e não para de chover, mas em compensação o calor está indescritível. Estava eu, Caíque , Carol e Ávila em uma pequena viela que nós costumamos ir algumas noites para fumar e conversar.

  "- Gostosa." Carol murmura para mim, já chapada. Eu acho engraçado que não importa quantos homens tenha ao meu redor, sempre tem mais meninas dando em cima de mim. Tudo bem que dizem que eu pareço um homem, por ter um peitoral, um abdômen, ombros, bíceps e tudo mais bem malhados e com características masculinas. Além do meu estilo de roupa e do meu corte de cabelo, fora isso, Gabriel tem o costume de dizer que eu tenho traços faciais masculinos por conta do meu maxilar e minha bochecha marcada, porém uma boca feminina por ser carnuda e bem desenhada. Aliás, não é a primeira vez que Carol dá em cima de mim, e nem a segunda; mas isso não significa que eu esteja reclamando. Tiro minha camisa e ponho os cabelos para trás, ficando com a calça de moletom, um top preto e o chinelo apenas. Ela vem até mim e passa a mão pela mina cintura, em seguida me dando um beijo, os meninos apenas continuam conversando naturalmente e fingindo que não tem nada acontecendo, até porque é comum Carol e eu nos pegarmos durante esse tipo de resenha.

  "- Oi gen-" Ryle, um dos seres humanos que eu mais ODEIO no mundo surge na entrada da viela. "- Ora ora, uma miragem." Me afasto de Carol e visto minha camisa rapidamente.

  "- Vai embora!" Começo a andar com velocidade para cima do garoto, mas sou impedida por Caíque que desceu rapidamente da caçamba e veio até mim para me segurar.

  "- Vai se foder sua esquentadinha, eu não fiz nada de errado." Eu juro pela minha mãe que eu estou com tanta vontade de bater em Ryle agora quanto eu estava quando bati em Eduardo.

  "- Caíque , manda ele ir embora por favor!" Pela primeira vez, meu sentimento de raiva se transformou em tristeza e eu senti aquele aperto no peito e o nó na garganta que deixava minha voz embargada.

  "- Vamos, Ryle. Não seja babaca." Caíque me solta e se posiciona à minha frente fazendo o garoto que era 4 anos mais velho, porém tinha metade da altura e do peso de Caíque, se retirar. Quando ele foi embora, voltei para onde estava e Carol estava tão alterada que voltou a me beijar como se nada tivesse acontecido, mas não pude permitir quando o nó na garganta se transformou em um choro incontrolável.

  "- Pau no seu cu." Desvio da ruiva e ando rápido até o fim da viela, Ávila tenta me segurar e me questionar mas foi induzido a me deixar sair, acho que pensaram que eu estava indo para casa. Encontro Ryle andando com as mãos no bolso no fim da outra rua, e assim que ele me vê indo em sua direção, ele dá um sorriso e se prepara para dizer mais uma coisa babaca.

  "- Sabia que você não ia resistir, tem mesmo carinha de quem prefere os dominantes." Assim que ele fala isso, sinto uma adrenalina em meu corpo e começo a correr. Quando chego há menos de 1 metro de distância do garoto, dou um pulo mirando meus pés na direção de sua região genital. Ele protege a região após eu acertar e dá um gemido de dor. "- É assim que você fica quando está excitada?" Eu NUNCA vou entender como essa peste tem coragem de falar esse tipo de coisa nesse tom quando sabe que tenho total capacidade de matá-lo agora se eu quiser. Fecho os punhos e levanto o braço o suficiente para pegar um impulso e dar um soco capaz de arrancar sangue de uma parte do seu rosto. Em segundos vejo Caíque correndo na nossa direção.

Denovo.

Denovo essa merda de cena, eu socando alguém e meus amigos vindo até mim para me segurar. Mas eu não estou errada, tenho plena consciência disso.

Blind To The Facts Versão SIMORAYAOnde histórias criam vida. Descubra agora