Capítulo 9: Amity Blight II

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Uma semana antes

Mansão Blight

- Quantas vezes é preciso que eu diga que você tem de focar nos seus estudos?! No seu futuro, Amity!- Odália Blight gritava alto e com ira. Ela havia achado novamente os desenhos da filha mais nova.

Enquanto Amity agarrava os papéis, que sua mãe havia jogado no chão do quarto e pisado como se fosse lixo, a mulher continuava falando.

-Arte? Esses desenhos horríveis não vão te levar a lugar algum, isso não tem futuro! Por acaso já viu algum artista virar presidente?!

- Já viu algum CEO gritando que nem lunático? - Amity murmurou terminando de recolher as folhas, olhando para o chão.

- O que disse?- a mais velha perguntou com um tom perigosamente mais agressivo do que antes.

-Olha, quer saber? Nada. - ela suspirou, cansada, e levantou as mãos em sinal de rendição antes de virar as costas para a mãe e pegar sua mochila sob a cama, indo em direção à porta. - Eu vou dar o fora daqui.

Ela saiu e bateu a porta e provavelmente estaria mais do que encrencada por isso.

Desceu as escadas em passos apressados, ignorando a mais velha, que a seguia gritando e ordenando que ela não desse mais um único passo. Ela parecia e estava histérica.

- Você vai parar se não quiser enfrentar maiores consequências, eu estou avisando!

A mulher foi completamente ignorada. Amity já estava praticamente do lado de fora da mansão indo pegar sua bicicleta.

«»

Já um pouco longe de casa, com fortes pedaladas, pôde finalmente desacelerar, sentir a leve brisa da manhã bagunçar seus cabelos e respirar fundo, não podendo deixar de sentir um mínimo de paz. Decidiu seguir caminho para um lugar próximo, onde a garota sempre podia encontrar inspirações para seus desenhos ou só acalmar seu espírito, momentaneamente.

Sentimentos são complicados quando se mesclam, e quando a raiva toma conta, vira uma mistura perigosa, porque ela nubla todo o resto mesmo que este seja aparente. É nisso que a arte ajuda, a ver um pouco através de um emaranhado confuso de sensações. E talvez seja por isso que gosto de arte, é a forma que eu encontrei para me expressar, de me mostrar pro mundo e para mim mesma. Você deixa suas emoções no papel e com um pouco de concentração pode lê-las, entender um pouco de si, do que mostrou na obra, eliminando toda e qualquer ideia indesejavelmente confusa de dentro de mim.

Chegou ao lugar, um parque próximo ao centro da cidade, onde torcia para que pudesse esvaziar a mente sob o papel. Era um ambiente tranquilo, havia inúmeras pessoas ali, todas carregando uma expressão serena ou animada, como se tivessem deixado suas preocupações do lado de fora do local, então porque ela não poderia fazer a mesma coisa? Parecia surreal a quantidade de coisas que a garota estava guardando para si naquele momento, segurando-se a todo custo para não botar para fora. Não ainda, seu confidente era o papel, era para ele que ela tinha de se abrir.

Os olhos cor de mel procuravam atentamente um local afastado para que pudesse desanuviar a mente, e pegar um lápis e um papel. Como uma águia tinha encontrado um pequeno lugar mais ao fundo, alguns pássaros estavam sobrevoando por ali fazendo a paisagem parecer mais interessante, Amity aproximou-se calmamente do banco para que os passarinhos não se assustassem, e sentou colocando os pés no assento, remexeu a sua mochila pegando o caderno de desenhos, ao encontrar uma folha limpa pode finalmente começar a desenhar.

Ugh! you again...(Lumity beta)Onde histórias criam vida. Descubra agora