Foi um golpe um pouco duro ver Sharon ir embora de repente. Steve havia sido fisgado tão facilmente pela graciosidade da loira, que nem mesmo se lembrou da sua aliança falsa. Em todos esses anos que mentia descaradamente, o loiro sempre foi muito cuidadoso em seus passos. Só porque havia gostado daquela moça, tudo contribuiu para que as coisas dessem errado.
Há muito tempo, não encontrava alguém que mexesse com ele a ponto de se envolver. Nesses dez anos de plena solteirice — tirando Sharon — apenas uma vez se imaginou tendo algo com alguém. Daquela vez, nada poderia rolar com a pessoa, por isso nem mesmo tentou ou sequer comentou com alguém e preferia fingir que nada aconteceu. Apenas pensou mais uma vez que, por causa das circunstancias, o amor não era para ele.
Respirando fundo, Steve vestiu sua calça e pegou suas botas que estavam distantes uma das outras. Olhando para o relógio, viu que iria acabar se atrasando para chegar ao consultório. Nesse momento, só haveria uma pessoa que poderia remanejar seus horários.
Depois de mandar uma rápida mensagem para Carol — que sabia que ele tinha saído da festa com uma garota — avisando que estava vivo, procurou pelo número de sua assistente.
— Bom dia para a minha assistente favorita — disse com animação assim que foi atendido.
— Bom dia, Steve. O que posso fazer pela sua pessoa?
— Pode remarcar meus horários de hoje? — começou andar enquanto tentava entender como chegaria até seu carro.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntou preocupada.
— Aconteceu, mas não é nada de ruim. Só preciso que faça isso, pois chegarei atrasado no consultório.
— Tudo bem. Como quiser. Posso colocar horários a partir das onze?
— Sim. Você é a minha heroína, sabia?
— Sempre soube.
A resposta fez Steve sorrir.
— Você tomou café essa manhã?
— Tchau, Steve — desligou.
Antes de ir para o consultório, Steve passou em casa para tomar um banho e trocar suas roupas. No caminho para o trabalho, parou na cafeteria que Natasha gostava e comprou seus preciosos croissants. Dessa vez, não brincaria com ela sobre pegar sua comida, já que estava com tanta fome que também teve que comprar algo para ele.
Meia hora antes do horário que Natasha o disse, Steve já estava entrando em seu consultório.
— Olha o que eu trouxe — colocou tudo o que havia comprado em cima da mesa da ruiva.
— Vai alimentar um exército? — o fitou.
— Não. Isso é para você — a entregou um saquinho de papel e o café que ela gostava — e isso é para mim. Estou morrendo de fome.
— Que bom que vou conseguir comer o que é meu sem você me atormentar.
— Não seja por isso — ameaçou tentar pegar o que estava na mão de Natasha.
— Nem vem — empurrou sua cadeira de rodinha para trás. — Como foi a festa?
A pergunta foi o suficiente para que Steve começasse a detalhar tudo o que aconteceu. Gostava de contar para Natasha sobre a sua vida, ela sempre parecia estar interessada e também opinava. Suas opiniões geralmente eram bem duras, mas ele ouvia tudo sem reclamar.
Há oito anos Natasha trabalha para Steve. Eles se conheceram um ano antes disso de uma maneira... estranha e diferente, pode-se dizer assim.
Quando ainda ter seu próprio consultório era um sonho tentando sair do papel, Steve trabalhava no Hospital Geral de Washington Dc . Em uma noite em que estava de plantão, durante seu intervalo foi até uma cafeteria que ficava ali em frente. Ao chegar lá, encontrou uma ruiva de olhos verdes grávida, comprando croissants com manteiga. Estranhou o fato dela estar ali sozinha com uma barriga enorme, mas apenas ficou a observando.
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Fake Wife | #𝑆𝑁𝐹𝑃
FanfictionInfeliz em sua tentativa de casamento quando era jovem, Steve passa a vivenciar relacionamentos sem compromisso para driblar a carência. Assim, ele toca sua vida como cirurgião plástico bem sucedido, tendo sua melhor amiga Natasha, mãe solo de um ca...