Lábia pt.2

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Não nos leve a sério
Dois peitos quebrados
Teu jeito sincero
O meu amargurado
Vem aqui mais perto,
o amor não deu tão certo
pra gente até agora

Sonhos sem nexo eram algo que ele sempre esperava que acontecesse. As vezes sonhava que era um vilão, ou que jogava na Copa do Mundo e via o hexa vindo pra casa. Às vezes sonhava sobre o vazio

Um lugar escuro e frio, onde comida é arremessada e o mais rápido leva. Onde se levantar é um desespero e tudo que se sente é dor.

Mas ultimamente sonhava com Martín. Nem que fosse apenas um segundo, ele via o rosto marcado, os olhos verdes e os cabelos loiros. Mesmo nos seus recorrentes pesadelos, aquele homem aparecia, o olhava e era o suficiente pra tudo ir embora. Podia não matar todos os seus sonhos ruins e inseguranças, mas ele não estava sozinho. Não estava mais no vazio

Algo doeu no estômago, e ele abriu os olhos. Martín ainda estava dormindo pacificamente do seu lado, então o sorriso no rosto foi involuntário

De pé, ele se preparou pra sair, e deixou o quarto olhando pra trás, tendo certeza que o loiro estava bem. Sobre passos cuidadosos ele desceu as escadas e foi de encontro a cozinha, a luz de uma manhã estranha já invadia a casa, então duas figuras já estavam lá apenas conversando

- Bom dia Brasil - França o comprimentou assim que ele passou pela porta, a garota se virou na sua direção e lhe deu um abraço

- Bom dia querido - eles se olharam, pareciam mais descansados

- Dormiram bem? - ele se apoiou em um balcão da cozinha e pegou uma barrinha de cereal

- Que nem pedra, fiquei impressionado - o loiro mais velho respondeu também levando uma barrinha a boca

- Eu também, acho que toda a tensão dos últimos dias ficou naquela cama - eles deram uma risadinha

- Bom humor de manhã? - uma quarta pessoa passou pela porta

- Bom dia Mon Cour - Drazen parrou ao lado do loiro para lhe dar um beijo afetuoso, então roubou um pedaço da barrinha de cereal que o mesmo comia

- Bom dia grandão - Luciano o comprimentou e a morena deu um leve abraço de lado enquanto ele se ajeitava na mesa com eles - Dormiu bem?

- Cara, pior que sim. Sei la, parece que eu morri no meio da noite, de tão pesado que foi meu sono

- Esse lugar realmente é mágico, todo mundo teve uma boa noite de sono - Colombia falou rindo de como o brasileiro e o croata ainda pareciam amassados pela noite

- Nem todos - a voz do frances cantou quando mais uma pessoa entrou no cômodo - Bon jour Honda

- Hm - tudo que saiu do japones foi um resmungo mau humorado antes dele sentar ao lado do brasileiro e se jogar na mesa. Um silêncio pairou pelo local com todos examinando o mesmo

- Tá tudo bem aí, parceiro? - Luciano cutucou devagar o braço musculoso do homem jogado ao seu lado

- Acho que eu realmente não nasci pra isso - ele se levantou com uma careta tão contorcida que Brasil de repente sentiu uma dor nas costas e ajeitou a postura - Eu dormi demais

PilantraOnde histórias criam vida. Descubra agora