Lábia

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Eu vou beijar a sua boca
Eu vou cair na sua lábia
Eu vou tirar a sua roupa
Você vai rir da minha cara
E todo fim de noite eu juro,
pro mundo todo ouvir lá fora
O amor não deu certo pra gente,
eu sei,
Mas só até agora


Eles ficaram sentados ali por um bom tempo, apenas encarando o silêncio dentro do quarto

- Me... Me desculpa por não ser quem você quer que eu seja - Brasil se virou tão rápido que sentiu o pescoço estralar

- O que? De onde tirou isso? - os dois se encararam com expressões opostas no rosto. Argentina parecia triste e culpado, enquanto o brasileiro parecia confuso e até um pouco exasperado

- Eu sei que pelo jeito eu era algo aqui, algo pra vocês e agora eu só... Vejo rostos e pessoas que não sei quem são - ele voltou o olhar ao chão - Não sei por que me sinto culpado por não lembrar nada, já que eu não sou uma pessoa muito... aberta com sentimentos

- É, eu sei bem disso - o brasileiro soltou uma risadinha

- Nós nos conhecíamos bem? - a pergunta saiu baixa, quase levada com o vendo que passava pela janela aberta

- Mais do que bem... Ninguém te contou nada sobre o que ta acontecendo?

- A garota, Catalina eu acho, falou sobre esse lugar, sobre estarmos fora da base

- É, essa parte é bem importante - os olhos do moreno rodeavam a parede e a janela em sua frente, mas não focavam em nada em específico - Mas não mencionaram... a gente?

- ¿Nosotros? - ele olhou curioso para o brasileiro

- Pelo jeito não te contaram nada

- Não sei se queriam contar também - o loiro voltou a olhar o chão, Brasil sentiu a energia estranha dele

- O quer dizer com isso? - o peito de Luciano apertou com a maneira que o outro o olhou

- Eles não são muitos receptivos com os outros né? - Brasil se levantou em um supetão

- Como é? Aquela galera lá em baixo? - ele paroru na frente do argentino, esperando uma resporta dos olhos verdes 

- Eles pareciam bravos, quer dizer, não só bravos, foi... Foi um segundo encontro bem intenso - Luciano ainda o olhava com os olhos arregalados mas logo se jogou de volta na cama, sentando no lugar que estava, agora um pouco mais perto 

- Eles são uns idiotas quando querem. Nunca vi eles ficarem bravos assim, a não ser com - uma memória específica pessou pela cabeça, de uma última noite no alto de um prédio - Enfim, o problem deles sou eu 

- Você? 

- Por causa de tudo o que a gente passou, eles ficaram muito... Protetores, com o nosso grupo, principalmente comigo que já me joguei na frente de tudo o que podia pra salvar vocês  - as mãos de Luciano se agarraram no edredom grosso, tentando se manter no presente - Existia um consenso de que você era a única pessoas que nunca iria me machucar. Na verdade todos sabiam que você sempre seria o primeiro a me defender 

- Por que eu faria isso? - o tom agressivo e na defensiva quase não chegou ao coração do moreno. Mas mesmo assim ele se levantou e suspirou

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