Tua boca na minha
Minha desgraça
Teu peito no meu
Só bate, arregaça
Eu quero você e
Você disfarça
Martín sabia. No fundo, ele sabia, e talvez nem fosse tão no fundo assim. A única coisa que não sabia, era como admitir. Quando o coração do moreno parou, o dele parou junto. Nunca houve tanta dor quanto naquele momento. Nunca sentiu tanta intensidade quanto naquele momento. A perda nunca foi tão dolorosa quanto naquele momento. Sabia sobre a síndrome de Lázaro, mas não achava que um dia fosse presencia-la, até literalmente precisar dela.Naquele momento, quando suas lágrimas mancharam as roupas do moreno, sentindo o coração dele bater debaixo de si, Martín soube. Não havia palavras para descrever aquela intensidade dentro dele. Amor era o mais próximo que conseguia chegar. Amava Luciano. Amava Luciano de um jeito que nunca amou ninguém. Tinha tanta vontade de bater nele, de o xingar, de simplesmente o mandar a merda. Mas esse ódio vinha do medo. Da insegurança de não ser amado de volta na mesma intensidade.
Luciano era um pessoa expansiva, expressiva e muito extrovertido. Martín era mais quieto e regrado. Mas essa parte, era algo que nem todos conseguiam ver. Existia uma intensidade dentro do argentino. Uma coisa maior que si, uma força tão grande que chegava a ser assustador. Podia ser como um chama eterna, um tsunami que cobriria a terra, um terremoto suficiente para abalar a órbita do planeta. Qualquer que fosse a descrição, era isso que viva dentro de Martín. Uma força muito mais intensa que qualquer outra coisa que já existiu.
Amava Luciano com tanta força que chegava a doer. Ver o sangue do seu machucado ou em sua testa fazia-o querer chorar. Olhar nos olhos verdes e enxergar a verdade, o fazia perder o fôlego. Quando Luciano o beijou, simplesmente soube que não importava se era amado na mesma intensidade, só queria poder amar Luciano com toda a força que cabia dentro si. E saber que aquele ser, aquela humano diante dele, estava em perigo de novo, era angustiante.
Catalina nem precisava ter pedido na verdade, mas também não faria ela pedir duas vezes. Sempre houve um juramento mudo entre eles, Martín cuidaria de Luciano, todos pareciam ter entendido isso. Tudo bem que Brasil não tinha nada haver com sua missão inicial, mas a achava tão frívola no momento que simplesmente a descartava de seus pensamentos.
Saíram do quarto sem falar nada, Brasil e Argentina seguiram em uma direção enquando Colômbia tentava voltar para a cozinha de maneira furtiva. Tudo era feito o mais rápido e silencioso possível, mas tinha um ponto importante, não sabiam como iriam distrair esse tanto de gente.
- Tudo bem, a gente pode só começar a contar histórias - o moreno falou meio sem ideias.
- Eles já ouviram todas as histórias e também estão cansados demais pra pensar em detalhes elaborados - ficaram em silêncio de novo, parados no meio do corredor.
- Pera lá! - andou até uma das portas e a abriu. Argentina notou que era o quarto que estavam antes de irem comer, seu rosto ficou vermelho automaticamente - Sabia! - disse vitorioso.
- Achou o que aí? - se virou pra dentro do quarto e achou Brasil sentado na cama com um violão preto nos braços - Wow.
- É. Wow - dedilhou e viu que as cordas estavam desafinadas - É uma boa distração não?
- Ótima na verdade - o sotaque argentino ficou mais forte.
- Vejo que já tenho sua atenção - se apoiou no violão e o olhou de baixo, fazendo uma carinha de olhos grandes.
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Pilantra
FanficO mundo está acabando. Isso é um fato. 2020 foi somente uma pequena degustação do que estava por vir. Então em 2024, a ruína finalmente acometeu a humanidade. No meio do caos, os governos mundiais se reuniram e tomaram uma decisão, uma maneira de c...