Príncipe das Trevas_ Capítulo 18.

47 9 2
                                    

Quando pisei no Brasil, senti os pelos da minha nuca se arrepiando. Olhei para Gisele e ela parecia alheia a tudo — não deu uma única palavra dentro do avião ou fora dele. Eu imaginava o que se passava naquela cabecinha, mas talvez não fosse o momento de termos aquela conversa, então apenas a deixei em paz.

Os vampiros e licans não podiam saber sobre nosso retorno, pois eu era uma procurada pelos dois clãs e Gisele... bem, ela era alguém que todo mundo estava atrás. Voltar para o mesmo lugar de antes era pedir para morrer ou ser capturada, no entanto, minha amiga tinha uma vida ali.

— Espero que aquela pirralha apareça! — resmunguei enquanto arrastava uma mala.

— Quer apostar que ela vai se atrasar? — Gi virou para mim e sorriu, me deixando aliviada que ela estava voltando ao normal, pelo menos o normal da minha amiga.

— HEY SUAS QUENGAS!! — Viramos para frente e a outra gritou com um sorriso maníaco no rosto.

— Ainda bem que não apostei — respondi, me aproximando de Rafaela.

— Vocês acharam que eu ia me atrasar, não era? — apontou.

— E ia, eu que te apressei. — Atrás dela, um cara alto apareceu.

Sabe aquele filme De volta para o futuro?! O cientista maluco de cabelo branco que levava o menino em um carro tunado?! O cara que estava bem na nossa frente se aparecia com esse cientista, só que mais jovem e mais pálido com certeza. Ele tinha um amontoado de cabelos brancos e arrepiados, óculos enormes repousavam em seu rosto e apesar de vestir calça jeans surrada, camiseta de banda heavy metal e all stars velhos, o look destoava do jaleco sobre o visual de jovem moderno.

 Ele tinha um amontoado de cabelos brancos e arrepiados, óculos enormes repousavam em seu rosto e apesar de vestir calça jeans surrada, camiseta de banda heavy metal e all stars velhos, o look destoava do jaleco sobre o visual de jovem moderno

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Eu lembro de você! — Apontei para ele. — Não, da sua voz.

— Eu sou o Kris — estendeu a mão a qual apertei e ela era fria como de um cadáver.

— Você não é um vampiro, então é o quê? — franzi o cenho, encarando o tal de Kris.

— Ele é um zumbi. — Virei para Gisele, que foi até ele abraçando-o.

— Para de dizer por aí que sou zumbi! — rebateu. — O termo correto é andante.

Minha cabeça estava em voltas, sem entender o que aquilo significava, mas teria as informações quando chegasse na casa das garotas, que moravam em uma periferia de Fortaleza. A casa delas era dentro de um conjunto habitacional, onde havia crianças correndo por toda parte, roupas em varais nas janelas e mulheres gritando com as vizinhas.

Aquela era uma realidade que eu desconhecia, pois morei em uma reserva lican, que mais parecia condomínio e as casas eram todas grandes e espaçosas. Todo mundo na vila lican vivia em harmonia, sequer havia pichações nas paredes, mas ali onde minhas amigas moravam, parecia o fim do mundo. Os humanos viviam de uma forma degradante e era triste saber que as meninas moravam ali.

Príncipe das Trevas_ Série: Novas Espécies Livro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora