capítulo 4: será que era errado?

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Ceará e Sergipe levaram Tocantins para o quarto do sergipano. Quando chegaram lá, Sergipe tira de seu criado mudo ao lado de sua cama uma caixa média, e coloca em cima da cama e abre, tendo lá vários doces como, fini, haribo, cacau show, garoto, lacta, Hershey's dentre outros, o sorriso de Ceará foi instantâneo, já tava dirigindo sua mão para o doces, até que recebe um tapa na mesma e faz com que volte. Sergipe dá uma leve virada de cabeça apontando para Tocantins que ainda estava chorando pouco, mas já com os olhos maior que a barriga. -- olha, esses doces são somente para emergências! Nada de vim aqui no meu quarto escondido e pegar não. Viu Ceará! -- falou o sergipano dando ênfase em "emergências" e "Ceará". -- certo... Mas agora tatinho, exprica oque aquele jumento fez cuntigu! -- Ceará estava impaciente e com sangue nas veias não deixaria ninguém ferir os sentimentos de seu amigo assim e sair com vida. -- e-eu acho... Que talvez eu tenha feito ou falado algo que não devia... Aí o Apá tá a-assim comigo -- Tocantins se negava em olhar pra seus amigos, tinha pegado um pacote de balas fini e abrindo logo tirando de lá várias balinhas de goma e colocando na boca.

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Amapá estava ainda em choque, como poderia ter deixado um sonho, uma ação que fez no calor do momento, afetar uma amizade de mais de 10 anos? Ele estava com o sentimento de culpa novamente, normalmente quando esse sentimento começava a invadir seus pensamentos Tocantins sempre estava por perto e com suas palavras de carinhos e toques de delicadeza e conforto, mas dessa vez ele não estava aqui, ele viu a merda que havia feito mas resolveu deixar isso para amanhã, conhecia o tocantinense melhor que ninguém, ele não iria querer conversar agora. Se virou e subiu para seu quarto, quando entrou, rapidamente dirigiu-se ao banheiro e lá tomou o banho mais triste de sua vida, porque sabia que a presença do menor em seu quarto não seria mais tão comum por esse tempo, não teria aquele pequeno ativo para roubar-lhe um beijinho na bochecha de boa noite e não teria aquela cinturinha que tanto gostava, quando ele sai se veste e com a cabeça cheia resolve ligar a televisão e ver se conseguia se distrair com algo que estivesse passando naquele horário, por curioso viu que uma novela iria começar e resolveu assistir e ver se gostava, mesmo que não fosse tão fã de novelas. Depois de tempos apareceu um bar que lhe chamou atenção, um moço bonito estava anunciando que um antigo garçom iria se mudar para Nova York, mas sua feição estava triste, como se não quisesse viajar, logo ao seu lado estava um homem mais alto, parece um peão, pensou ele, depois de um tempo de conversa com aquelas pessoas reunidas dentro do local os dois saíram para fora e ali começaram a conversar.

-- Ramiro, eu tenho uma proposta para você, você quer casar comigo? -- o garçom perguntou esperando uma resposta positiva do maior mas apenas o silêncio era ouvido. -- vo-você quer que eu me ajoelhe? eu ajoel- -- o garçom foi impedido. -- não Kevin, e-eu num gosto dessas brincadeira não -- o peão estava nervoso. -- que brincadeira? E-eu não tô brincando, se a gente se casar a nois não vamos mais nós separar! -- o garçom falava entre lágrimas. -- mai Kevin homi cum homi num podi! -- o peão falava enquanto ia se aproximando da sua camionete. -- Ramiro dês de quando tem regras pra amar? Eu posso amar, você pode amar quem tem ensinou isso? -- o garçom estava com seus olhos inchados e vermelhos por conta do choro, tentava falar mas sua voz estava ficando rouca. -- e-eu aprendi assim! Eu aprendi assim Kevin! -- o peão batia com sua mão na cabeça, mas não com força o suficiente para machucar. -- eu gosto muito d'océ, muito, mas só dá como amigo... E eu num posso ir imbora, pique eu tenho meu patrão! -- o peão se perdia em lágrimas, no fundo ele queria aceitar seu amor por Kelvin mas sua cabeça aqui era errado. -- e-então você fica aí com seu patrão, que eu vou brilhar em Nova York! -- o menor queria parecer forte, e uma forma disso foi se virar e ir embora. -- mas océ vai memo? Nem um apertãozin...? -- o peão falava tímido. -- não, hoje eu num quero não. -- o garçom se virava novamente e seguia seu caminho para adentrar dentro do bar.

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