Capítulo 10: Seu passado

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   OIIIII disse que ia trazer um cap mais cedo! Entãooo está aqui, vou deixar alguns avisos aq no começo logo de algumas coisas que terá nesse capítulo:

• Auto mutilação
• assédio
• estrupo
• homofobia
• agressão física

Então... Fiquem com o capítulo 😉🎀
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  Ele se sentiu na escada junto do tocantinense que deu um sorriso pequeno e se manteve ao lado de Amapá. Devagarinho foi se aproximando mais e acaba por deitar sua cabeça no ombro do outro, de começo o amapaense ficou um pouco surpreso e quis se afastar, por que imagina se o vissem desse jeito com o tocantinense, oque seria dele? Mas ele se lembro dos olhinhos sem vida do menor e de como ele havia ficado triste, então, apenas deixou, pouco tempo depois ele percebe que a respiração de Tato havia ficado mais leve e havia relaxado seus músculos com uma leve olhada, o moreno viu que o outro estava dormindo.

Naquele momento ele ficou um pouco tenso, não que ele não estivesse acostumado com Tocantins dormindo em seus ombros do nada, mas, aquela vez, parecia... Diferente.

Devagar, o amapaense aproximou sua mão da de Tocantins e a segurou, brincou com os dedos dele, e a virou pra cima, dando uma visão completa de seu antebraço indo na altura do cotovelo, ele olhou, e olhou, e olhou, ele sentia seu coração partir ao ver as cicatrizes em seu pulso e algumas queimaduras — provavelmente causada por cigarros — que ele sempre garantiu em esconder com maquiagem, mas se você olhasse bem, seria possível enxergar.

Tocantins sempre parecia aquele garotinho feliz e alegre que nunca tinha sofrido na vida, mas ele sabia, sempre soube, aquilo era pura fantasia.

🎀

Eles dois cresceram juntos, são amigos dês de criancinhas, ele sabia que o tocantinense nunca teve uma boa relação com seu pai por ser muito rígido, por isso passava maior parte de seu tempo em sua casa junto de alguns primos de Amapá. Tocantins nunca soube direito oque sentia por Amapá direito, aquilo não era comum naquela época, muito menos parecia certo, seu pai sempre deixou isso muito claro, mas tudo piorou quando fez 12 anos.

Nesse meio tempo ele já havia entendido que gostava do Amapá, e não, não era como amigo, ele nunca, nunca falou disso pra ninguém, apenas para um diário que ele tinha escondido de sua família onde ele anotava tudo que ele sentia, via, escutava, passava. Bom pelo menos até o dia em que seu pai achou, seu Tocantins pudesse apagar aquele dia de sua memória, ele diria sim sem nem pensar.

Ele nunca havia apanhado como naquele dia, seu olho inchado de um roxo azulado, suas costas, era possível ver o sangue escorrendo de alguns pontos, sua pernas não aguentavam nem ficar em pé, sua boca está cortada pelos apertos grandes que ele dava com seus dentes, afim de amenizar a dor, sua barriga estava do mesmo jeito de o olho, suas mãos estavam cortadas por conta da corda, naquele dia ele chorou como se não houvesse amanhã, se passou dias, semanas, meses e ele ainda estava se recuperando da surra que era para seu bem  — como dizia seu pai — ele se sentia fraco, exposto, sua mãe viu, e ela não fez nada.

A única pessoa que ele podia conversar, ele não queria nem chegar perto, não queria que ele o visse dessa forma. Passou dias, sem comer, sem sair de seu quarto, de casa, ele estava todo enfaixado, não tinha coragem de se olhar no espelho, imaginava sua imagem deplorável e horrível. 2 meses sem ver ninguém além se seu pai — se é que ele pode o chamar assim — e sua mãe. Se sentavam na mesa sem dizer uma palavra, até que Tocantins decide falar algo.

-- j-ja posso ir a escola. Eu posso esconder todas as marcas, mas me deixe sair. Por favor... -- ele falou com uma voz trêmula, se forçava a não chorar, não se atreveria. -- Deixarei que vá. Mas, quero somente sonhar que você ainda anda de conversa com aquele seu amiguinho Anthony. Está me ouvindo Theodoro? -- seu pai falou com um tom autoritário. -- se arrume e trate de cobrir essa feridas, seu tio, me irmão está chegando, não quero que ele veja a vergonha que eu tenho como filho nesse estado -- o mais velho se retirou da mesa seguindo em direção a sala de estar.

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