Uma garrafa vazia e muitas risadas depois, sobre vários assuntos aleatórios, Dimi perguntou num impulso:
- Você não teve mais nenhum relacionamento depois que a mãe do Marquinhos foi embora?
- Ah, tive meus flertes, meus encontros casuais... mas minha prioridade sempre foi meu filho. Acho que nem sei mais paquerar - Beto riu.
Mais solto pelo vinho, o loiro não conseguiu se conter:
- Nem precisa, é só abrir esse sorriso que a conquista tá garantida...
- Ah, é? - o moreno abriu um sorriso largo.
- Não disse? Irresistível... - balbuciou Dimi, passando a língua nos próprios lábios sem perceber.
- Então não resiste... - Beto chegou mais perto, perigosamente perto.
Eles olharam para a boca um do outro, com a respiração cada vez mais acelerada e a distância diminuindo. Até que se entregaram a uma vontade que ambos vinham reprimindo.
Foi um beijo daqueles em que o encaixe é imediato. As línguas se cruzavam numa dança excitante, e em poucos minutos as camisetas já estavam no chão. Quando sentiu as mãos de Beto avançando para dentro de sua calça, Dimi recuou um pouco, sem largar o outro:
- Isso não tá certo, sou professor do seu filho... - falou com esforço, quase sem fôlego.
- Vamos esquecer isso só hoje? Fica só entre nós - sugeriu o advogado, com um brilho de desejo nos olhos.
- Vamos... - rendeu-se o loiro, deixando que Beto o puxasse pela mão em direção ao quarto, onde aos beijos foram se desfazendo do restante das roupas e se jogando na cama, onde se amaram intensamente.
Depois de saciados, Dimi ficou deitado no peito forte de Beto, com o pensamento longe. O moreno acarinhou os cabelos loiros do outro, que estavam desalinhados como ele nunca tinha visto.
- Desmanchei seu cabelo... - o advogado riu com leveza.
- Por um bom motivo - o professor também riu, embora o olhar continuasse meio perdido.
Beto deslizou o dedo pela testa de Dimi enquanto perguntava:
- Onde estão seus pensamentos?- Ah, foi tão bom o que acabou de acontecer aqui - ele puxou o braço do outro para mais junto de seu corpo antes de continuar - É uma pena que tenha que ser só um momento perdido no meio das nossas vidas...
- É... também achei maravilhoso. Mas é complicado, né? - Beto respondeu com um olhar carinhoso.
O loiro soltou um suspiro:
- Tanto... Nem sei direito como agir, porque não costumo fazer isso, de ter um momento tão intenso e depois continuar a vida como se nada tivesse acontecido. Eu sou romântico, gosto de namorar sério, de construir uma relação, sabe?
O advogado ficou mexido com aquelas palavras, porque o coração estava batendo forte por Dimi, mas há muito tempo não se aprofundava num relacionamento. Ele foi sincero:
- Entendo... eu me acostumei aos encontros casuais porque sempre tive medo de colocar alguém na vida do Marquinhos e depois essa pessoa sumir... Pra ficar comigo, tem que amar meu filho - ressaltou, com um nó na garganta.
- Acho que esse requisito eu cumpro... - Dimi sorriu, mas logo ficou sério - O que eu to dizendo... não posso me relacionar com pai de aluno, seria um escândalo, poderia perder meu emprego e ainda ficar queimado no meio.
Beto estava tenso:
- Nem sei o que dizer... Seu medo é legítimo. E agora que o Marquinhos se adaptou, fez amizades na escola... não posso nem pensar em constrangê-lo com uma situação dessa. Por mais que tenha sido muito bom e dê vontade de fazer isso mais vezes - ele relaxou um pouco e deu um beijo quente no loiro - não posso pensar só em mim.
O professor encheu os pulmões buscando serenidade, e concluiu:
- É... melhor a gente guardar esse momento só pra nós, e seguirmos bons amigos,
- É, muito bons amigos - Beto deu um sorriso malicioso, e puxou Dimi para mais perto novamente.
Ficaram um bom tempo trocando beijos e carícias. Até que o loiro avisou num tom um pouco tenso:
- Melhor eu ir agora... antes que pegue no sono. E não dá pra eu passar a noite aqui.
- Por que não? Tá tão bom... - Beto retrucou de um jeito manhoso e dando beijinhos no pescoço do outro.
- Porque eu não posso me apaixonar por você - Dimi falou sério, fazendo com que o moreno tivesse um choque de realidade.
- É... não podemos - o advogado balbuciou, recolhendo-se. Ficou observando em silêncio enquanto o loiro se vestia. Quando foi se levantar e vestir uma cueca, Dimi fez um gesto para que parasse:
- Não precisa me levar até a porta. Melhor assim. Amigos.
- Amigos... - suspirou Beto, vendo o loiro sumir.
Nas semanas seguintes, eles se esforçaram para manter a amizade linda que vinham construindo. Mais do que a atração, havia muito carinho entre eles, e ambos sabiam que isso era o mais importante, o mais valioso. Sublimar o desejo não era fácil, mas o bem que simplesmente estarem juntos fazia para os dois superava tudo.
Mesmo assim, às vezes os olhares se encontravam e a respiração ficava mais densa. Então um sorria para o outro de um jeito delicado e que dizia terem o mesmo pensamento: estavam fazendo a coisa certa. Quase sempre esse momento terminava com os dois olhando para Marquinhos e abrindo mais o sorriso, porque o menino era o mais importante de tudo. Beto era capaz de fazer qualquer coisa pelo filho, e Dimi estava muito feliz com os resultados das aulas, o menino tinha avançado muito e já estava quase lendo tudo.
Marquinhos terminava a tarefa da aula quando Beto e Dimi tiveram mais uma dessas trocas de olhares. E era cada vez mais difícil não perderem a noção de tempo quando isso acontecia. Foi a voz do menino que os despertou daquele quase transe:
- Agora posso jogar?
- Pode sim, filho - respondeu o pai, tentando disfarçar que a respiração estava alterada.
O garoto correu para o quarto, e ao ouvir o som alto do jogo, Beto puxou Dimi para um canto escondido da cozinha:
- Ah, não consigo mais - ele olhou para a boca do loiro, que mordia o lábio inferior também cheio de desejo.
- Nem eu - concordou Dimi ofegante.
Então eles se entregaram a um beijo cheio de vontade. Por um instante, esqueceram de onde estavam, mas de repente afastaram os lábios, rindo como se tivessem feito uma travessura.
- O Marquinhos... Ele está quase aqui do lado - preocupou-se o professor.
- Eu sei... Nesse fim de semana ele vai pra avó, vou passar a noite de sábado sozinho...
- Isso é um convite?
Beto balançou a cabeça em afirmativo, enquanto passava a língua nos lábios, e Dimi respondeu:
- Eu topo.
- Vou fazer um jantarzinho bem gostoso pra gente. Que acha de um risoto assim, bem molhadinho? - o moreno sugeriu com voz sensual.
- Hummm... delícia - o loiro passeou com olhos pelo corpo do outro, deixando evidente que não falava só do risoto. Depois riu meio encabulado - Melhor a gente se comportar, né?
- Tá bem difícil... - o advogado chegou a suspirar.
Dimi balançou a cabeça num movimento leve na vertical e avisou:
- Então eu vou embora antes que a gente saia do controle.
- Certo? Mas sábado...- Beto mordeu o lábio inferior.
- Sábado... - Dimi afirmou com um movimento de cabeça de novo, e um sorriso cheio de expectativa. Respirou fundo para conseguir se mexer dali e pegar a mochila. Já na porta, olhou para trás e recebeu um beijinho jogado por Beto. O professor jogou outro beijo de volta e só então fechou a porta.
O moreno deixou o corpo cair no sofá, rindo sozinho:
- Beto, Beto... o que está acontecendo com você? Há quanto tempo você não se sentia assim?
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Aprendendo a amar
RomantikHistória original inspirada nos atores de Terra e Paixão. Estrelando: Amaury Lorenzo - como Alberto Lourenço (Beto) Diego Martins - como Dimitri Moraes (Dimi) Matheus Assis - como Marcos Lourenço (Marquinhos) Beto, advogado e bissexual, cria o filho...