Aprendendo a amar

XI - Final (começo) feliz

- Não brinca com uma coisa dessa - o professor parecia assustado

Beto ficou preocupado com aquela reação:

- Mas eu não to brincando. Você não quer registrar o Marquinhos?

Dimi segurou as mãos do noivo e explicou tentando usar um tom mais calmo::

- Claro que eu quero que ele seja meu filho de direito. Mas não posso nem pensar em perder você.

- Calma, não vai acontecer nada. Só quero me prevenir - o advogado respondeu com ternura, acarinhando os cabelos do outro.

- Eu entendo que você seja atento a essas coisas burocráticas, e acho maravilhoso ser pai do Marquinhos no papel. Mas você nem pense em me deixar sozinho - o loiro avisou com voz trêmula e deu soquinhos no peito do parceiro, como se estivesse brigando, mas com carinho.

- Você vai me aturar até a gente ficar bem velhinhos, de cabelos brancos, cheios de rugas - Beto riu, vendo o noivo aliviar a expressão.

- Acho bom. Vamos ser velhinhos fofinhos? - o olhar de Dimi iluminou-se.

Mas Beto tinha um sorriso malicioso:

- Você acha? Eu pretendo namorar muito meu marido mesmo todo enrugadinho...

O mais jovem retribuiu de um jeito sedutor:

- Espero que sim...

O moreno puxou o amado pela cintura e murmurou:

- Não me olha assim, que eu fico doido... - ele concluiu com um beijo intenso.

Dimi entregou-se por algum tempo, mas quando pararam para recuperar o fôlego, balbuciou meio encabulado:

- Doido mesmo, tá todo mundo olhando.

- Que olhem! - riu o advogado, eufórico - Olhem o amor!

O loiro deu um sorriso meigo, achando linda a declaração, mas logo baixou os olhos, preocupado:

- Beto... eu também tenho vontade de gritar pra todo mundo ouvir o quanto te amo, mas a gente sabe que isso pode ser até perigoso.

- É, me empolguei um pouco - o outro concordou, balançando a cabeça - E eu preciso trabalhar, não estou de férias - provocou.

- Bobinho, você sabe que tenho várias coisas pra resolver hoje. Vou levar o Marquinhos para experimentar a roupa dele, pegar as nossas que já devem estar prontas, buscar a degustação de doces, e ainda entregar o convite da Camila.

- Tá certo... Então mais tarde, à noite, a gente termina essa conversa - Beto concluiu com um olhar lascivo.

- Com certeza - Dimi retribuiu na mesma intensidade, e saiu andando provocativo, sendo seguido pelo parceiro, os dois trocando sorriso e olhares atrevidos.

A decoradora deu os últimos ajustes nas flores que estavam espalhadas pela ampla sala. Verificou a mesinha destinada às assinaturas, a mesa do bolo, e considerou tudo em ordem. A mãe de Beto acertou o pagamento e levou a moça até a porta, depois foi conferir os comes e bebes.

Enquanto isso, os noivos arrumavam-se na suíte. Dimi já estava vestido e penteado, passando o perfume favorito, quando o parceiro entrou para o banho. O loiro colocou os brincos novos, de ouro com brilhantes, comprados especialmente para a ocasião. Admirou-se no espelho e deixou sair um suspiro cheio de expectativa. Então saiu, para ver se Marquinhos já tinha terminado seu banho.

Quando Beto voltou para o quarto, estranhou a ausência do amado. Vestiu-se rápido, passou um creme nos cabelos e apertou os cachos para ajeitá-los, colocou as pulseiras que tanto gostava, de couro. Pegou o perfume que Dimi tinha deixado sobre a cômoda, e passou um pouco. Já fazia alguns meses que dividiram aquele cheiro, que se tornara o preferido do moreno também. Ele olhou no espelho, os olhos querendo marejar. O dia tinha chegado, e dali a pouco estariam casados. Engoliu em seco para conter a emoção e saiu para procurar seu noivo.