IV - Caso sério

295 29 8
                                    

O aroma dos temperos do risoto se espalhava pelo apartamento quando Dimitri chegou, pontualmente no horário combinado.

- Você veio...- murmurou Beto ao abrir a porta, fascinado ao ver o loiro em sua frente.

- E você teve dúvida? - brincou Dimi, também maravilhado com o encontro.

- Nem sei... acho que nunca senti tanta expectativa assim - o advogado tinha um sorriso bobo, mas logo lembrou da comida e ficou preocupado - Entra, que tenho panela no fogo.

Beto correu até o fogão, enquanto Dimi o seguia mais devagar e parou ao lado da mesa. Depois de mexer o risoto e baixar o fogo, o moreno aproximou do outro passando a língua nos lábios..

- Que saudade da tua boca... - murmurou com olhar de desejo.

Os olhos de Dimi demonstraram que sentia o mesmo, enquanto os dois homens chegavam ainda mais perto e finalmente trocavam um beijo intenso e molhado. O perfume da comida acentuou-se, Beto largou o parceiro para verificar de novo a panela:

- Abre o vinho enquanto finalizo o risoto? - ele pediu com uma naturalidade que até pareciam um casal já estabelecido.

- É pra já - respondeu o professor, também muito à vontade, vendo que o saca-rolha já estava ao lado da garrafa. Então ele tirou a rolha com cuidado e serviu as duas taças, entregando uma para o moreno.

- Ao encontro de almas e corpos - brindou o advogado, tocando na taça do outro.

- Encontro de almas... - murmurou Dimi, com um sorriso de encantamento - eu sinto isso.

Beto sorriu de volta e desviou o olhar para a panela:

- Está pronto, vou servir - avisou, indicando para que o loiro sentasse à mesa. Depois levou a panela fumegante para o móvel e colocou um pouco em cada prato.

O loiro mexeu um pouco a comida para que esfriasse, e depois levou a colher à boca, fechando os olhos para saborear:

- Hummm... isso tá delicioso - murmurou, já pegando mais uma colherada.

Quando percebeu, Beto o observava com encantamento, nem tinha tocado na sua porção ainda.

- Que foi? - Dimi perguntou um pouco encabulado.

- Essa covinha que surge quando você sorri... é tão linda. Foi a primeira coisa que me chamou a atenção em você, sabia? - o moreno explicou de um jeito doce.

- Ah,é? - o professor abriu ainda mais o sorriso, o que fez a covinha ficar mais marcada.

O advogado ficou ainda mais maravilhado, todo sorrisos, e perguntou com um tom sedutor:

- E você? Que foi que notou primeiro em mim?

O loiro encarou o homem à sua frente como se o olhasse por inteiro:

- Nem sei... Não teve algo específico. Achei você o homem mais bonito que eu já botei os olhos...

- Nossa... fiquei sem palavras agora - Beto baixou os olhos e finalmente começou a comer, com um sorrisinho encabulado.

- Ah, ele ficou sem graça... - provocou o loiro, rindo.

- Não posso, não? Acha que eu recebo esse tipo de elogio todo dia? - retrucou o outro, também aos risos.

Dimi ergueu os ombros, indicando não saber a resposta, e os dois riram com gosto, quase ficando sem fôlego. Então ficaram um pouco em silêncio, fazendo a refeição. Apenas com olhares e gestos, Beto sinalizou oferecendo mais risoto, e o loiro recusou, com um sorriso de quem estava pensando em outras coisas, que o moreno compreendeu. Dimi levantou-se e foi recolhendo os pratos:

Aprendendo a amarOnde histórias criam vida. Descubra agora