IX - Reencontros

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Foi bem em cima da hora que Dimi telefonou para a mãe e perguntou se podiam fazer a visita. A mãe hesitou, mas a saudade falou mais alto. E a ideia de que o pai não soubesse de nada até que eles chegassem também foi decisiva para que a mulher concordasse em receber os rapazes e a criança. Quando o loiro contou sobre Marquinhos, a mãe ficou ainda mais receptiva, encantada com a ideia de conhecer o garoto.

Ao entrarem na cidade, Dimi enviou uma mensagem para a mãe avisando que estavam chegando. Ela já esperou no portão, e com a porta da casa aberta. O pai estava na varanda dos fundos, distraído com seu jornal. A mulher sentiu o coração aos pulos ao ver o carro estacionando.

Enquanto Beto ajudava Marquinhos a sair do carro, Dimi foi depressa até a mãe e a abraçou apertado.

- Meu filho, quanta saudade! - ela murmurou com a voz meio embargada.

- Eu também, mãe, tava com muita saudade - ele respondeu de um jeito manhoso, como se tivesse voltado a ser um menininho.

- Deixa eu olhar pra você - ela afastou o rosto sem soltar o rapaz - Nossa, você tá tão bonito, ainda mais do que sempre foi.

- Deve ser a felicidade... - ele comentou, olhando de um jeito cúmplice para o moreno, que se aproximava com o filho - Mãe, esse é o Beto. E o nosso Marquinhos - o rapaz puxou o garoto para mais perto de si, e concluiu com doçura, mas também um brilho de orgulho no olhar - Minha família.

- Filho, eu vejo que vocês estão felizes. Claro que não é o que eu tinha imaginado pra você, mas... se você está feliz, é o que importa pra mim - a senhora comentou com a voz quase falhando de emoção.

Dimi sorriu de um jeito que iluminou seu rosto:

- E eu tô, mãe, de um jeito que nem sabia que era possível.

- Que bom - a mulher fez um carinho no rosto do filho e depois olhou para Marquinhos - Que menino lindo! Você gosta de pudim? Eu fiz hoje.

- Adoro! - o garoto vibrou.

- Então vem comigo, vou servir um pedaço bem grande pra você - ela convidou com um sorriso de encantamento.

Marquinhos olhou para o pai:

- Posso, pai?

- Claro - concordou o advogado, nitidamente feliz com aquele momento.

- E vocês não vão ficar parados aqui no portão. Entrem, vocês estão em casa - a mulher avisou, enquanto pegava o menino pela mão.

Dimi e Beto seguiram a senhora e a criança o suficiente para ouvir o garoto perguntar com muita espontaneidade:

- Posso chamar a senhora de vó? Porque se é mãe do meu pai Dimi, é minha vó.

- Pode sim. Tenho mais dois netos. Você vai adorar a Amanda e o João - ela respondeu com muito carinho.

- Legal! - Marquinhos comemorou, com a empolgação típica de criança.

Os rapazes pararam na sala, enquanto avó e neto seguiram para a cozinha, e se olharam emocionados.

- Tá sendo melhor do que imaginava, né? - o moreno perguntou segurando a mão do outro.

- Com minha mãe, sim... - o professor esboçou um sorriso, mudando rápido para uma expressão tensa - mas o pior ainda está por vir.

- Respira, e vamos em frente - incentivou Beto, fazendo um carinho com o dedo no dorso da mão do loiro.


Antes que o professor fechasse a porta da frente da casa para procurarem o pai, um rapaz parecido com Dimitri, mas com mais marcas de expressão, entrou:

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