Para mim, o coração tem significados diversos. Muitos pensam nele como o músculo que nos mantém vivos, enquanto outros o veem como o símbolo do amor. No entanto, além desse belo sentimento, o coração representa muito mais para mim: força, verdade, j...
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Minha confeitaria está um sucesso! Minha vida amorosa não está das melhores, mas para mim, está bem porque Romolo e eu estamos nos entendemos, ele foi comigo na terapia algumas vezes e não força mais a barra. Acho que a conversa que a Yasmim teve com ele surtiu efeito, na verdade, nem ela e nem ele quiseram me contar o que conversaram.
Mas sou grata a ela por me ajudar, Yasmim é um amor de pessoa e apareceu na minha vida bem na hora que eu precisava. Sei que pode ser até criancice da minha parte, mas eu me afastei de Kim, Kéfera e Jullyete, cada uma seguiu a sua vida e com as coisas que estavam acontecendo, me aproximei mais de Yasmim do que delas. Elas ainda me mandam mensagens e me ligam, porém, não com tanta frequência como antes e elas sempre dizem que me afastei delas, mas eu sempre digo que não, é que cada uma de nós seguiu o seu caminho, que apenas é isso. Sei que estou errada, mas acho melhor assim se não elas iriam se envolver na minha bagunça e não quero trazer problemas para elas.
Nesse um ano mamãe veio morar em Boston, não quis ficar comigo, dizendo que tenho a minha vida agora e que só atrapalharia Romolo e eu. Dona Arlet é teimosa e quis morar em uma casa sozinha, mas contratei uma enfermeira particular para cuidar dela. Já faz uma semana que estou em sua casa, ela não andou muito bem esses dias e então resolvi vir ficar com ela enquanto Yasmim está tomando conta da confeitaria, mas hoje ela está bem melhor e poderei voltar ao trabalho.
— Mamãe, a senhora viu onde coloquei a chave do carro? — grito revirando o quarto de hóspedes a procurando.
— Não está na sua bolsa? — ela grita e começo a ouvir o barulho da cadeira de rodas pelo corredor.
— Não está, eu já olhei mil vezes! — digo olhando para o quarto que está uma bagunça. — Já estou atrasada, hoje temos uma encomenda grande e preciso ir ajudar a Yasmim.
— Meu Deus! Que bagunça — ela diz olhando da porta, tem travesseiros, cobertas, lençol jogado no chão.
— Arrumo tudo, mamãe, mas preciso achar as chaves do meu carro — digo olhando para todos os lados.
— Será que a Paulina não as viu? — Pergunto sem olhar para a mamãe que bufa e sei que está nervosa devido à bagunça que fiz.
— Aqui! — Paulina aparece na porta segurando as chaves e sorrindo.
— Eu te amo Lina! — digo pulando por cima das cobertas e travesseiros a abraçando, pego as chaves e olho para o quarto.
— Vou levar mais de uma hora para arrumar tudo.
— Deixa que arrumo Lunna, você já está atrasada — Paulina diz e sorrio para ela com um sorriso enorme, porque mamãe faz um gesto negativo com a cabeça.
— Prometo que te trago um bolo de castanhas, Lina! — digo pegando a minha bolsa e abraçando ela e mamãe logo em seguida. — Amo vocês — grito antes de fechar a porta atrás de mim.
Ando até o estacionamento e meu celular toca, paro no meio do caminho o pegando na bolsa vendo que é a Kim me ligando e atendo.
— Oi! Kim — digo voltando a andar até o carro.
— Oi, nada! Você some e aí depois quando te ligo é oi, Kim? — ela diz brava e sei que lá vem bronca.
— Me desculpe, mas a minha vida está uma correria com a confeitaria, mamãe ficou doente na semana passada e vim para a casa dela, além de que Romolo quer marcar a data do casamento e isso está me tirando o sono!
— E a sua mãe está bem?
— Sim, foi apenas uma gripe e ela já está super bem, até deixou a Paulina louquinha de novo — digo e ela sorri.
— Então quer dizer que vocês vão mesmo oficializar? Já estava na hora e, por que não me contou antes?
— Me desculpe, como te disse, a minha vida está uma bagunça.
— Então trate de arrumá-la até a noite e venha jantar comigo, se você não vier vou te buscar pelos cabelos, não queira enfrentar uma mulher grávida que está com os hormônios à flor da pele — paro em frente ao meu carro com os olhos arregalados.
— O quê? Espera! Ai, meu Deus, Kim, você está grávida! — grito fazendo algumas pessoas me olharem.
— Sim! Descobri ontem e iremos dar um jantar para comemorar, então quero você e o Romolo aqui está bem?
— Ok, ok... mas acho que Romolo e Adam no mesmo ambiente não vai dar muito certo.
— Relaxa, Adam disse que não poderá aparecer porque tem uma reunião importante na empresa, mas sabemos que essa reunião envolve bebidas, mulheres e outras coisas a mais.
— Está bem, que horas?
— Jantar às 19 h e não se atrasem.
— Pode deixar capitã — digo batendo continência, como se ela pudesse me ver.
— Se não vier soldado, eu vou te buscar nem que seja no final do mundo. Beijos — ela nem esperou eu dizer e já desligou.
Sorrio para o aparelho igual a uma boba e fico imaginando uma pequena Kim, teremos trabalho em dobro! Abro a porta do carro, entro nele, olho mais uma vez para o relógio no meu pulso e estou muito atrasada, sigo para a entrada do condomínio e paro na guarita esperando Greg abrir o portão.
— Bom dia! Greg — digo e ele coloca a cabeça na janelinha da guarita.
— Bom dia! Senhorita Rivera, como está sua mãe hoje?
— Muito bem! Ela está a todo vapor, nos deixando doidas — digo e ele sorri. — Tenha um ótimo dia, Greg.
— Obrigado senhorita — assim que ele diz começo a erguer o vidro do carro para sair, mas paro quando ele me chama novamente. — Senhorita, seu pneu está furado.
— Não acredito! — saio do condomínio e estaciono ao lado da entrada onde existem algumas vagas para visitantes.
Desço do carro e vejo o pneu furado, era só o que me faltava! Entro novamente e pego minha bolsa no banco do carona, pego o meu celular e ligo para Yasmim que demora um pouco para atender.
— Oi! — ela diz um pouco ofegante.
— Yasmim, eu vou me atrasar muito mais do que já estou, meu pneu está furado e terei que chamar alguém para me ajudar.
— Tudo bem, Lu, estou dando conta de tudo por aqui, se quiser pode vir depois do almoço.
— Não sei quanto tempo o reboque irá demorar para vir, ainda nem liguei.
— Tudo bem, Lunna, até depois — ela diz e desliga, imagino que deve estar uma loucura lá.
Assim que vou ligar para o seguro um carro encosta ao lado do meu, ele abaixa o vidro olhando para o pneu furado.
— Quer ajuda?
— Claro! Muito obrigada! — digo e ele desce vindo me socorrer.
Ainda bem que alguém parou para me ajudar, porque até o seguro mandar um reboque eu só sairia daqui amanhã. Depois de 15 minutos já estou seguindo para a confeitaria com o pneu trocado, conseguirei chegar a tempo para ajudar Yasmim e assim ela poderá ficar mais tranquila.
