Capítulo 35

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Último capítulo da semana, lembrando que em 1981 o Oliver tinha 4 anos. E cara, essa daqui dói...

Lembra do voto e boa leitura

15 de novembro de 1981

Oliver Wood

- Lembre de ser bonzinho com ela tudo bem? - Mamãe reforçou, eu não entendia bem porque ela estava repetindo tanto isso, eu sempre gostei de brincar com a Tracie, mas estava feliz que agora ela ia morar com a gente.

Desde que me lembrava dos meus longos 4 anos de vida a Tray brinca comigo, o tio Ben e a tia de nome difícil almoçavam conosco todos os domingos. Mamãe me explicou que agora eles tinham ido fazer uma viagem para o céu, então a Tracie tinha ficado com a gente.

Ela ia ficar no quarto ao lado do meu e agora a gente ia poder brincar o dia inteiro.

- Tracie - corri para lhe abraçar quando ela entrou com o papai - vamos brincar?

- Desculpe Oli, eu estou com sono - a garotinha tinha uma feição triste - Tia, posso ir pro meu quarto?

- Claro querida, vou te mostrar o quarto novo, pintamos de rosa como você gosta - mamãe a levou e papai me impediu de as seguir.

- Filho, deixe a Tracie respirar - papai se abaixou ficando da minha altura.

- Mas eu só queria brincar - recebi um afago de consolo.

- Vocês vão ter muito tempo para brincar, ela é sua nova irmã agora, mas os pais dela foram fazer uma viagem muito longa e ela não vai os ver mais, precisa se acostumar a ser sua irmã, tudo bem? - Eu não entendia bem, mas afirmei e fui recompensado pelo sorriso do meu pai.

Naquela noite a Tracie não quis descer para jantar e mamãe levou sua comida. Eu fiquei indignado por ela não ter comido a sobremesa. Então quando me colocaram na cama fingi dormir e esperei que todas as luzes estivessem apagadas.

Desci as escadas em direção a cozinha, peguei com facilidade um pote limpo no escorredor e uma colher no faqueiro. Abri a geladeira e arrastei a cadeira em direção a ela para alcançar a prateleira mais alta. Olhei para minha colher e então para o bolo tentando descobrir como a mamãe fazia as fatias ficarem retas.

Dei de ombros arrancando colheradas do bolo e enchendo o pote, coloquei a cadeira no lugar e subi as escadas prendendo a risada. Ninguém nunca ia me descobrir. Entrei no quarto da Tracie com dificuldade, porque os trincos eram tão altos? Ela parecia encolhida e fiquei com receio de lhe acordar.

- Oliver? - sua voz saiu rouca, será que Tracie estava doente? Uma vez fiquei gripado e minha voz ficou estranha porque doía. Coloquei a mão na sua testa e queria entender porque mamãe fazia isso às vezes, mas parecia uma tarefa importante para saber se alguém estava saudável - eu estou bem.

- Certo, mas vai ficar melhor depois da sobremesa - lhe estendi o pote cheio de bolo e ela olhou curiosa. Vi um pequeno sorriso nos seus lábios.

- Você tem razão, já me sinto bem melhor - pegou a tigela colocando na sua cômoda - dorme comigo? Estou com medo do escuro.

- Eu posso fazer isso, nada nem ninguém vai te machucar - me aconcheguei ao seu lado.

- Promete?

- Prometo! - na manhã seguinte mamãe nos acordou aos gritos, aparentemente tinha bolo por todo o corrimão e paredes, eu não me sentia arrependido, fez Tracie rir.

Yes, sir captain - Oliver Wood (FINALIZADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora