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Ah, beijinhos

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Ah, beijinhos... Uma das muitas coisas que Cole sabia fazer com a boca. Vendo-o dar ré na van, fiquei pensando se havia alguma lei que proibisse uma mulher de se divertir tanto com o própria homem. Isso mesmo. Que se dane o perigo, que se dane o futuro — sair por aí com Cole, como dois fugitivos, era a coisa mais divertida que eu havia feito em muito, muito tempo.

Aquele homem — aquele estranho que eu havia chamado de marido por cinco anos — era um verdadeiro baú de
surpresas. Era inteligente, mais corajoso que a maioria dos homens, um profissional tarimbado e de inúmeros recursos. E ainda por cima lindo e incrivelmente sexy.

Tínhamos sido feitos um para o outro. Mas estávamos cegos demais para perceber isso antes. Talvez tivéssemos arruinado as coisas irremediavelmente. Mas quem sabe... Fiz um esforço e interrompi meu pensamento ali mesmo. Precisava me manter concentrada no presente. Nosso plano era bem maluco, mas se tudo saísse como previsto eu teria todo um futuro de felicidade ao lado daquele homem que também
atendia pelo epíteto de Sr Sprouse.

Aliás, já era tempo de umas longas e merecidas férias. Talvez uma segunda lua-de-mel.

Todo mundo um dia já teve vontade de "comprar até cair". Mas o que Cole e eu estávamos prestes a fazer corria o risco de se transformar em algo como "comprar até cairmos... mortos".

Então o que precisávamos fazer era cuidar para que os mortos fossem os outros, e não a gente. Tínhamos acabado de chegar ao nosso destino final: o estacionamento da Home-Made, minha loja preferida, uma megastore de móveis e artigos para casa. O lugar perfeito para começar uma vida nova.
Parados ali, Cole e eu mais parecíamos um jovem casal à procura de móveis bons e baratos para o apartamento novo.

No entanto, até onde podíamos saber, éramos os únicos que usavam coletes de kevlar, à prova de balas. Nada muito
confortável para uma manhã de compras, mas, se tudo desse certo, passaríamos os dias seguintes com o mínimo possível de roupas sobre o corpo.

Inebriados de amor e animados diante das possibilidades, havíamos planejado tudo com o maior entusiasmo. Esperávamos ganhar nossa liberdade muito em breve. A liberdade para viver nossas vidas do jeito que queríamos. Juntos. Mas agora a realidade exigia o máximo de sobriedade. Numa espécie de sintonia fina, nos preparávamos para nossa missão em silêncio, reunindo o equipamento necessário e cuidando para não estorvarmos um ao outro.

Ali estavam dois assassinos calejados e profissionais preparando-se para entrar em ação. Como atletas olímpicos, precisávamos da mais perfeita concentração. Todavia, para mim não era tão fácil assim. Nenhuma outra missão havia sido tão importante quanto aquela. Antes, grande parte da minha coragem advinha do fato de que não pensava muito no preço que talvez tivesse de pagar cada vez que colocava minha vida em risco.

Ninguém quer morrer, é claro. Mas no passado minha motivação se confundia com um vagoinstinto de sobrevivência; agora, no entanto, eu tinha um excelente motivo para continuar viva.

Mr. & Mrs. Sprouse - sᴘʀᴏᴜsᴇʜᴀʀᴛ Onde histórias criam vida. Descubra agora