Werewolf - Camren (3ª Temporada)

5. Haunted

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POV Lauren

Dois dias haviam se passado, e eu tinha usado essas 48 horas para adiantar a parte inicial do meu trabalho. Hoje era segunda, isso significava que amanhã eu teria uma reunião online com o meu chefe para fazer o progresso semanal, então eu planejei passar o final de semana inteiro exclusivamente trabalhando em minhas ideias.

Coloquei a xícara sobre a pia quando decidi que estava na hora de ir fazer umas compras e desci calmamente pelo elevador até chegar em meu carro. Liguei o veículo, olhando para o banco do passageiro, tendo um pequeno vislumbre de quando Camila estava ali.

Desde que conversamos na sexta sobre manter a nossa relação apenas no profissional e deixá-la sossegada, parecia que eu tinha perdido a minha própria quietude. Não que eu estivesse totalmente tranquila antes, mas a ideia de apenas sentar e esperar me deixava agonizada. Conforme o final de semana passou, a minha ansiedade aumentava. De fato, foram apenas alguns dias, mas nossos sentimentos não sabem sobre a matemática do tempo, e eu simplesmente não conseguia me manter indiferente a latina. A todo momento eu pensava em como ela estava, se sentia dor, se o machucado a incomodava na hora de dormir, se ela tinha conseguido boas horas de sono com o atestado médico de alguns dias que deu para a delegacia.

Mas eu sabia que não poderia aparecer em seu apartamento como da última vez, jamais iria querer fazê-la passar por outro estresse. A deixaria dar as cartas dessa vez.

Neguei com a cabeça ao entrar no supermercado, forçando-me a lembrar da lista de compras que fiz mentalmente. Ovos, leite, morangos, manga, tomate, alface e macarrão. Aproximei o cartão da máquina, enquanto esperava a atendente guardar o que havia comprado, olhei para um corredor especifico e apertei os olhos. Que droga! Eu conseguia nos visualizar 8 anos mais jovens empurrando um carrinho de compras em meio a uma conversa sobre ser o dia que receberíamos as respostas das Universidades.

Fazem quase três dias que não vemos nenhum novo lobisomem criado e nem os cientistas. Todo mundo tomou conta da sua própria vida nesse final de semana, mas todo mundo estava atento, pronto para o que fosse, mesmo sem ter ideia do que estava por vim. Constantemente pensava que deveria estar fazendo alguma coisa, então eu encarava meus olhos vermelhos no espelho como se fosse surgir alguma solução milagrosa para salvar todos, mas eu não fazia ideia do que precisava fazer. Não tinha ideia por onde começar. Ninguém sabia.

Os policiais da delegacia não sabem o real motivo para a morte de Finn, interrogaram muita gente, qualquer um que estivesse no colégio naquele dia, porém eles também não sabiam o que estavam procurando.

E eu sei que alguma coisa estar por vim, e só fico pensando no que posso fazer.

Já estava escuro quando eu coloquei as sacolas no banco traseiro do carro e entrei do lado do motorista, prestar a posicionar a chave na ignição e voltar para o meu próprio apartamento, até que uma visão me fez sair de meus devaneios. Bem em frente ao Walmart que eu estava, havia um playground de mini golfe e por brincadeira do destino, Camila estava saindo daquele local, o local onde ela havia me pedido em namoro. Saiu de lá acompanhada. De outra mulher.

Prendi a respiração ao perceber que era a mulher mais velha do bar, a mesma que Normani comentou que não tirou os olhos da latina a noite inteira. Ambas sorriram e eu tive que me manter forte para não usar as minhas habilidades ao escutar o que elas diziam. Nem mesmo o constante barulho dos carros que transitavam pela avenida movimentada ou as conversas paralelas naquele estacionamento foram capazes de acalmar o turbilhão de pensamentos que minha cabeça se tornou. Como? Quando?

Inconscientemente apertei o volante em minhas mãos ao vê-las se aproximarem. Oh meu Deus! Desde que terminamos, eu nunca havia visto Camila beijar outra pessoa, jamais me deixei imaginar tal cena, por mais que fosse estúpido e eu soubesse que não seria a única na sua vida, sabia que ela havia ficado com outras, mas é o que dizem, o que os olhos não vêm o coração não sente. Observei as duas se abraçarem e a mulher mais velha, usando um blazer laranja que a deixava séria, descansar sua mão no antebraço de minha ex namorada. Quase suspirei de alívio quando percebi que não passou disso. Apenas um abraço. Mas eu não era idiota, conseguia ver de longe que aquela mulher desejava Camila. A mão dela desceu, segurando nos dedos da mais baixa e falou alguma coisa que eu não tive coragem de escutar, meus olhos estão presos naquele movimento.