Após anos de calmaria em Miami, o caos se instala quando um suposto ataque de lobisomem assombra a cidade, fazendo com que todos mergulhem de cabeça em mais uma confusão.
Ao se verem presas uma a outra novamente, Camila e Lauren precisarão encontra...
O pior foi que meus devaneios com ele, passaram a ser com ela. Fiquei a manhã inteira encarando a sua foto de perfil do WhatsApp, deslizando meus dedos sobre a tela.
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Lembranças inundaram minha mente, memórias sensuais demais para o meu gosto. Aquilo não deveria estar acontecendo! Me recusava a continuar fantasiando acordada com a morena de olhos verdes.
Automaticamente lembrei da noite anterior, do momento em que Lauren tinha um rastro branco de catupiry em seus lábios rosados, e ela passou a língua para limpar olhando diretamente para mim, lento. Meus olhos acompanharam o movimento sem eu sequer percebesse o que fazia. Foi tão sensual que quase engasguei. Me senti irritada comigo mesma quando notei que a de olhos verdes nem fez de propósito. Como inferno era tão sensual alguém comendo uma maldita pizza?! Somente reparei que a olhava, quando subi a minha atenção para seus olhos, que permaneciam em mim.
Para evitar um constrangimento maior, voltamos a falar sobre o seu projeto. Isso não era justo. Não era justo porque ela não poderia fazer com que eu a achasse adorável, jamais imaginaria que a Lauren escrota do ensino médio, que tinha amigos xenofóbicos iria ter um projeto para melhorar a vida dos imigrantes.
Claro que durante o nosso relacionamento ela mudou bastante, mas era impossível esquecer quando ela disse que só queria ter a certeza se os latinos eram realmente bons de cama.
- Vejo que teve uma ótima noite de sono, Karla. - Escutei o tom masculino no canto da cozinha.
Suspirei sem olhar para o homem.
- Estou começando a achar que sou esquizofrênica. - Escuto sua risada.
- Esquizofrênica? Essa foi a sua melhor piada em meses! - Sentou sobre a bancada.
- Eu sou a única pessoa que ver você. Tenho sorte de nunca ter falado sobre isso com a doutora Fletcher, eu poderia estar em um hospital para gente maluca nesse exato momento. - Me virei para a figura vestida toda de branco, vendo seu sorriso divertido. - O que quer?
- Me diz você, eu só apareço quando está do jeitinho que a clinica psiquiátrica gosta. - Debochou.
- Bom, eu não sei! - Fui sincera. - Eu estou indo para a terapia, tomando os medicamentos, voltei para o trabalho e estou me exercitando. Inclusive, voltei da corrida matinal há pouco tempo! - Passei por ele e abri o armário. - Está tudo ok! Não preciso de você e dos seus deboches.
Sequer sabia o nome dele, nunca foi mencionado isso, mas o homem vestido todo de branco aparecia para mim desde a adolescência. Era meu anjo da guarda? Um Deus? Uma figura divina? Algo apenas na minha cabeça? Um fruto de alguma fantasia minha? Um transtorno? Não fazia ideia quem era, só sabia que ele se mostrava quando algo não estava bem dentro de mim.
- Deboches? Nunca debochei de você, Karla. - Levantou uma sobrancelha e eu revirei os olhos. - Ok, talvez um pouco mas claramente tem algo de errado, você me chamou. - Peguei o cereal.
