Deja Vu

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Meu trabalho não ficava tão longe do meu apartamento, então sempre preferi fazer uma caminhada de 15 minutos ao invés de pegar o ônibus que sempre estava lotado no horário das 12:00 horas, passado pelo bairro comercial vejo muitas pessoas indo para suas casas para almoçar e descansar depois de um expediente cansativo. Depois da minha caminhada de todos os dias, chego ao meu trabalho e noto que o seu interior estava quente e abafado como o inferno. 

- Porcaria de ar condicionado - sussurro sem um pingo de paciência. Vou até aquela maquina pré-histórica e coloco minha bolsa em uma prateleira, pego uma escada e um kit de ferramentas que sempre ficava naquela parte da loja,  abro uma parte dele e mexo em alguns fios fazendo com que comece a gelar novamente. - Parece que hoje você resolveu ter pena de mim - digo a maquina, logo depois de descer da escada e coloca-la em seu lugar. Pego minha bolsa e ando até a sala de descanso onde o meu "querido" colega de trabalho provavelmente me esperava. 

- Está atrasada - ele diz com a mesma carranca de sempre

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- Está atrasada - ele diz com a mesma carranca de sempre. 

- Como a boa funcionaria que sou, estava concertando o ar condicionado que você tendo um cargo superior a mim não teve a coragem de chamar algum técnico para concertar definitivamente - Digo de uma forma um pouco ríspida - Outra coisa "querido" cheguei faltando 20 minutos para 13:00, provavelmente você me ouviu chegar, então pare de encher o meu saco logo cedo, muito boa tarde - Digo colocando minha bolsa em um armário e pegando o meu bolinho e celular. 

- Sempre com uma resposta na ponta da língua, não é?! -  ele diz dando um sorriso.

- Com certeza meu amor -  chego perto dele com prato e coloco em sua frente - Como eu sou boazinha eu trouxe um pedaço de bolo pra você, pra manter a boa convivência - digo com um sorriso irônico. 

- Eu não poderia pedir uma funcionaria melhor - ele diz sorrindo maliciosamente para mim - A proposito, é impossível não saber quando você chega, o barulho do salto e o cheiro perfumado de rosas é um traço muito marcante seu. 

- Falando assim até parece que quer me pedir em casamento - falo dando uma risadinha divertida. 

- Vai procurar o que fazer ridícula - ele diz um pouco corado. 

- Claro meu amor, só por que você está me pedindo - eu falo da maneira mais maliciosa o possível, virando de costas antes de ver a sua reação. Eu amava tirar ele do sério. 

Já era 13:40 quando eu fui para a parte da frente da loja e como sempre estava vazia, geralmente os clientes chegavam mais tarde. Então pego um paninho com produto de limpeza e vou passando em todas as prateleiras que eu jugava estarem sujas, apesar deu ter feito a mesma coisa nos dias anteriores, porém para me manter ocupada eu fazia esse mesmo processo todos os dias, e também evitada que o cara de puta do Rasmus viesse me dizer que eu estava deixando a loja imunda. Depois de realizar a limpeza vou até a sala de descanso novamente para beber um copo d'água, onde a mesma se encontrava vazia. 

Pesadelos Antigos - Broken ColorsOnde histórias criam vida. Descubra agora